Agro Notícia
O futuro é biológico
Legislação goiana sobre bioinsumos é pioneira no Brasil e serve de modelo para outros Estados. De olho nas vantagens ambientais e econômicas para o campo, Senar Goiás investe na criação de curso específico sobre a utilização destes produtos no campo.
O produtor rural Paulo Roberto Buffon começou a testar bioinsumos em 2005. Após plantios sucessivos de soja e milho, a crescente presença de dois fungos de solo (Rhizoctonia e Fusarium) se transformou em uma dor de cabeça constante para o empreendedor. Tratamentos químicos já não surtiam efeito e ele precisou buscar alternativas. Com o apoio do pesquisador Murillo Lobo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Arroz e Feijão), Buffon experimentou utilizar um terceiro fungo (Trichoderma) para impedir o avanço do Rhizoctonia e do Fusarium. “Os resultados foram impressionantes. Nos anos seguintes ampliamos a utilização para o controle do mofo branco da soja (Sclerotinia), com excelentes respostas”, conta, entusiasmado.
Em 2013, Buffon inaugurou uma fábrica de bioinsumos em sua propriedade no município de Rio Verde. O espaço foi equipado com dois conjuntos de tanques, cada um com três reservatórios. Num dos conjuntos, o de fermentadores, passou a produzir dois tipos de bactérias isoladas: Bacillus subtilis (para controle de fitonematoides e fungos patogênicos) e Azospirillum (para fixação de nitrogênio, promoção de crescimento do milho e coinoculação da soja). O outro ficou dedicado à extração do composto chamado de Soil Food Web, um “chá” de fungos, bactérias, protozoários e nematoides (utilizado para revitalizar a cadeia de microorganismos do solo).
“Aqui na fazenda, esta é a primeira safra em que estamos trabalhando com 100% de produto biológico no sulco. Já suprimimos o uso de fungicidas no tratamento de sementes da soja. No milho faremos este mesmo processo. Estamos trabalhando com aplicação em cobertura nestas áreas, e temos uma área de teste de 80 hectares, onde queremos chegar a 100% de uso de produtos biológicos”, detalha. “Lógico que, se tivermos alguma frustração climática, ou algum problema mais agudo na lavoura, vamos lançar mão do produto químico. Vamos aprendendo até chegar o momento em que vamos usar 100% de produtos biológicos no cultivo”, argumenta.
A história de Paulo Roberto Buffon representa um movimento em curso no agronegócio brasileiro: a expansão do uso de insumos biológicos, que gradativamente começam a substituir os insumos químicos, muitos deles importados “a peso de dólar”.
Pesquisa recente divulgada pela Spark Inteligência Estratégica aponta que o mercado de bioinsumos registrou R$ 1,7 bilhão em negócios na safra 2020/2021 — alta de 37% em relação ao volume comercializado no ciclo anterior. “O mercado de soluções biológicas cresceu 40% ao ano entre as safras 2018/2019 e 2020/2021. Este dado respalda a consolidação dos produtos enquanto importantes ferramentas de manejo nas principais culturas agrícolas”, avalia o coordenador de projetos da Spark, Lucas Alves. Para ele, o levantamento Business Inteligence Panel (BIP) permite antever enorme potencial de crescimento destas tecnologias.
A Spark filtrou dados para Goiás e Distrito Federal e entregou números relativos à utilização de “biodefensivos” nas culturas de soja, milho safrinha, milho verão, feijão e algodão. Na região GO/DF, 16% da área cultivada de soja recebeu algum tipo de biodefensivo na safra 2020/2021; apenas o milho verão registrou percentual menor (8%); milho safrinha (22%), feijão (42%) e algodão (96%) tiveram resultados expressivos. Em nível nacional, o percentual de áreas que receberam algum biodefensivo (em relação à área total cultivada) ficou da seguinte forma: soja (21%), milho safrinha (13%), milho verão (4%), feijão (19%) e algodão (67%).
“Notamos uma oferta crescente de tecnologias safra após safra. A necessidade de o produtor utilizar defensivos agrícolas com diferentes modos de ação, químicos e biológicos, para conter a resistência de fungos e pragas a determinados ativos, favorece igualmente o aumento da participação dos bioinsumos”, analisa o sócio-diretor da Spark, André Dias.
Lógica diferente
O produtor Paulo Roberto Buffon acredita que tentar substituir completamente o controle químico pelo biológico pode acabar em frustração e estigmatizar as tecnologias de bioinsumos. Em vez disso, destaca ele, é melhor pensar numa lógica de manejo diferente e integrada. “A agricultura convencional trouxe desenvolvimento a todas as regiões e manteve o Brasil em posição de destaque como fornecedor mundial de alimentos. Esse modelo adota atributos de produção em massa e desconsidera por completo o contexto local, as circunstâncias da lavoura e a integração da paisagem. O cultivo se torna mais fácil, pois existe um protocolo de aplicações químicas pronto antes mesmo do início da cultura. Mas a ineficiência do sistema pode ser muito elevada e diminuir a rentabilidade do produtor. A lavoura é um sistema vivo, e deve ser tratada em suas especificidades”, argumenta.
De acordo com ele, a utilização frequente de insumos biológicos propicia maior equilíbrio entre os microorganismos presentes no sistema. “Como benefícios para o sistema produtivo, temos a redução do uso de defensivos químicos, presença mais frequente de inimigos naturais, maior proteção do meio ambiente, menor risco aos colaboradores no manuseio dos produtos e a produção de alimentos mais saudáveis”, cita ele. Além de empresário rural, Buffon, que é engenheiro agrônomo por formação, ocupa o cargo de diretor do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), entidade que compartilha conhecimento e experiência com outros produtores, instituições e governos.
Saiba o que são bioinsumos
Bioinsumos ou insumos biológicos são produtos de base biológica, desenvolvidos a partir de microorganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais. Podem ser utilizados para combater pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e incentivar o crescimento de plantas e animais. Têm baixa toxicidade e são biodegradáveis, por isso são considerados amigáveis ao meio ambiente.
Outros benefícios proporcionados pelos bioinsumos:
• Diminuição de custos com uso de fertilizantes e defensivos químicos, muitos deles importados e com preços atrelados ao dólar;
• Redução do risco de contaminação do meio ambiente e de pessoas que manuseiam os produtos, evitando problemas de saúde;
• Produção de alimentos mais saudáveis;
• Promoção do equilíbrio ambiental, com nutrição do solo e presença de inimigos naturais.
Alguns tipos de bioinsumos:
• Agentes de controle: insetos, bactérias, vírus e outros organismos vivos que combatem pragas de maneira natural na função de predadores e inimigos naturais;
• Bioestimulantes: produtos naturais que podem ser aplicados em sementes, solos ou plantas para incrementar desempenho, germinação, desenvolvimento de raízes e outros processos fisiológicos;
• Biofertilizantes: produtos formados por ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas que aumentam produtividade e qualidade das plantas;
• Condicionadores biológicos: produtos que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes;
• Inoculantes: microrganismos que intensificam a fixação biológica de nitrogênio e proporcionam outros benefícios no processo de desenvolvimento das plantas.
Políticas públicas
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), elaborou o primeiro Programa Estadual de Bioinsumos do Brasil. Ele foi instituído em maio de 2021 (Lei Estadual nº 21.005/2021), menos de um ano após o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos (Lei Federal nº 10.375/2020), e atuará em quatro diretrizes: pesquisa, processos e tecnologias; comunicação e cultura; desenvolvimento das cadeias produtivas; e inteligência e sustentabilidade. “Nossa legislação favorece uma produção de baixo impacto ambiental. Com a diminuição do uso de químicos, temos alimentos de melhor qualidade para fornecer não só aos brasileiros, mas ao mundo. Esta é uma preocupação forte do governador Ronaldo Caiado”, explica o secretário Tiago Freitas de Mendonça, titular da Seapa.
Segundo o presidente do Sistema Faeg Senar e Ifag, deputado federal Zé Mário Schreiner, o crescimento na utilização de bioinsumos é uma realidade no campo e tem se tornado política pública. “Ao contrário do que algumas pessoas pensam, nós buscamos a sustentabilidade, seja ambiental ou na área de insumos modernos e que possam trazer resultados. Os produtos que hoje existem vêm ao encontro do que a gente deseja, que são agricultura e pecuária totalmente sustentáveis. Nesse aspecto, o Brasil tem dados passos largos”, explica.
O presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, defende que os bioinsumos são tecnologias acessíveis para produtores de todos os portes, do pequeno ao grande. Ele elogia o Programa Estadual de Bioinsumos do Governo de Goiás: “É um trabalho muito bem feito. Não é um programa de Estado, é um programa de País”. Vian, que é produtor de soja e utiliza bioinsumos em sua propriedade em Mineiros, no Sudoeste do Estado, garante que os benefícios proporcionados pelos bioinsumos são fatos. “Eles já estão revolucionando a agricultura”, declarou.
O coordenador-geral do Programa Nacional de Bioinsumos, Alessandro Cruvinel Fidelis, também elogia a iniciativa e o pioneirismo de Goiás ao estabelecer um programa de incentivo do uso de bioinsumos. “O Estado tem uma visão moderna e inovadora, e é um exemplo que dou em todas as apresentações e provocações que faço em outros locais. Minas Gerais está praticamente copiando [o modelo] de Goiás, o Distrito Federal também, e outros Estados estão seguindo o exemplo”, reforça. Segundo o gestor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desenvolver os programas estaduais é uma das prioridades do Governo Federal. “As coisas acontecem nos Estados e municípios, e as especificidades regionais são muito importantes para políticas públicas assertivas”, afirma.
Fidelis elenca três principais desafios à expansão do uso de bioinsumos no Brasil: avançar nas questões regulatórias de processos e produtos (“para dar mais segurança jurídica aos produtores e às indústrias”), desenvolver modelos para agricultores familiares e pequenos empreendedores rurais (“os modelos existentes são para médios e grandes produtores, sobretudo no caso de produção própria de bioinsumos”) e comunicar os benefícios (“há tecnologias mais baratas que as utilizadas pelos produtores hoje, mas eles não têm essa informação”). “A gente sabe que essa chave vai virar, mas a velocidade com que isso vai acontecer depende da nossa capacidade de ajudar a catalisar o processo”, resume o coordenador-geral do Programa Nacional de Bioinsumos.
Para chegar lá, segundo ele, o Mapa trabalha em algumas frentes: “Vamos continuar incentivando os outros Estados a instituir programas de bioinsumos; investir na rede de “BioFabLabs”, como a da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás; promover mais cursos de capacitação em bioinsumos (a meta é atingir 50 mil alunos capacitados em curto espaço de tempo); buscar recursos internacionais em fundos como o Global Green Fund, de descarbonizantes; e continuar apoiando o desenvolvimento de um marco regulatório bem estruturado, que dê segurança jurídica para os nossos produtores rurais, com qualidade e segurança pros produtos, redução de custo de produção, produtividade alta, dentro de uma agricultura regenerativa, de base biológica e resiliente”.
Multiplicar conhecimento no campo
Levar mais informações e promover capacitação são desafios para estimular o uso de bioinsumos. O presidente do Sistema Faeg Senar e Ifag, Zé Mário Schreiner, enfatiza que o Senar Goiás reconhece a importância disso e, por ser uma importante instituição de fomento à qualificação profissional, criou um curso específico sobre bioinsumos. “Queremos estar de braços dados, ajudando a multiplicar essa iniciativa em Goiás. Vamos ser multiplicadores de conhecimento para serem aplicados no campo”, ressalta.
O curso será ofertado para todas as pessoas, acima de 18 anos, que estejam vinculadas com a produção agropecuária. Serão 16 horas e 16 vagas por curso presencial. O conteúdo programático é composto por aspectos gerais dos microrganismos; microrganismos com potencial de uso agronômico; a fixação biológica de nitrogênio; a solubilização de fósforo; os fungos micorrízicos; a promoção do crescimento vegetal por bactérias; uso de organismos na biorremediação de áreas contaminadas; e proteção de plantas a partir da ação de microrganismos.
O gerente de Formação Profissional Rural (FPR) do Senar Goiás, Leonnardo Furquim, também reforça a importância da criação da capacitação, porque, segundo ele, o produtor já está atento que precisa diversificar suas técnicas de produção e deposita confiança nos bioinsumos como estratégia. “O uso de bactérias fixadoras de nitrogênio já é responsável hoje pela economia de bilhões de dólares todos os anos. Praticamente toda a soja brasileira é produzida com o uso dessa tecnologia, que possibilita ao produtor conduzir sua lavoura sem nenhuma aplicação de adubos nitrogenados”, diz.
O gerente de FPR do Senar Goiás acrescenta que o uso de bioinsumos é um caminho sem volta na agricultura. “Não é só na promoção da sanidade vegetal que os bioinsumos podem ser utilizados. Cada vez mais o controle biológico de pragas e doenças tem ganhado espaço na produção de alimentos. O uso de organismos que causem danos nas pragas e doenças das lavouras são uma ferramenta útil, barata e bem-sucedida do manejo integrado de pragas e doenças. Organismos já estabelecidos como o trichoderma possuem a capacidade de colonizar e predar, fungos e insetos que estejam causando danos à lavoura”, informa.
Ele destaca que, além dos benefícios ambientais, o uso de bioinsumos traz retorno financeiro. “O primeiro deles é a redução de custos, pois estes insumos são mais baratos que os insumos tradicionais. E aliado à redução de custos, estes organismos podem incrementar a produção em níveis maiores do que quando comparados a produção com a utilização de insumos convencionais. Isso se dá pelo fato de que os fungos e bactérias benéficas atuam no vegetal no momento de sua demanda, não submetendo a planta a períodos de escassez de nutrientes.
Proposta regulamenta produção e comércio de bioinsumos
No dia 11 de janeiro deste ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que regulamenta a produção, a comercialização e o uso de bioinsumos agrícolas no Brasil. De acordo com o texto, será exigido, no Mapa, o registro de estabelecimentos que produzem ou importam bioinsumos com fins comerciais. O registro do produto só vai ser obrigatório se também tiver finalidade comercial, sendo dispensado quando for destinado, exclusivamente, ao uso próprio ou envolver insetos e ácaros autorizados pelo Ministério para uso no controle biológico. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Goiás deve abrigar o maior ecossistema de inovação em bioinsumos do Brasil
Com investimentos previstos de R$ 8 milhões, a pesquisa de insumos biológicos em Goiás ganhará o reforço de 13 biofábricas a partir de 2022. O anúncio foi feito, em dezembro do último ano, durante reunião realizada na sede da Secretaria de Agricultura de Goiás, que teve a participação de representantes de produtores rurais, órgãos estaduais e federais e instituições de ensino, pesquisa e assistência técnica. O grupo definiu 27 objetivos estratégicos para os próximos meses, sendo um deles o de abrigar, em Goiás, o maior ecossistema de inovação em bioinsumos do Brasil.
Os equipamentos para as biofábricas começarão a ser adquiridos no início deste ano, com recursos do Tesouro Estadual. Nove biofábricas serão instaladas em unidades do IF Goiano, no interior do Estado; duas na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis; e mais duas na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. A UEG prevê ainda o aporte de recursos em uma linha de pesquisa específica sobre bioinsumos.
Uma das principais parceiras da iniciativa é a Embrapa Arroz e Feijão. O chefe-geral da instituição, Elcio Guimarães, enfatiza o papel de liderança de Goiás no tema dos bioinsumos. “Devemos não apenas falar de bioinsumos, mas fazer. O líder é seguido pelo que ele faz. Goiás está demonstrando isso. A equipe da Embrapa é fantástica em termos de pesquisa, mas ela não trabalha sozinha. E todos são os parceiros de que precisamos para fazer com que os resultados impactem quem precisa”, informa.
Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, Robson Vieira explica que parte das estruturas adquiridas para as biofábricas serão destinadas para pesquisa e inovação, outra parte para avaliação de qualidade do produto e transferência de conhecimento ao produtor. “É necessária a pesquisa e também a transferência de conhecimento de forma cuidadosa, com qualidade, criando metodologia, de forma a propiciar redução de custo e aumento da produção lá na ponta”, argumenta. “Este é um trabalho que vai começar em 2022 e que vai se desenvolver pelos próximos 10 ou 11 anos”, acrescenta.
Comunicação Sistema Faeg/Senar
Agro Notícia
Pedidos de recuperação judicial crescem entre produtores rurais
No segundo trimestre de 2024, solicitações aumentaram mais de três vezes, com produtores de soja liderando
Fatores como juros altos e custos de produção elevados impactam negativamente o setor, especialmente em MG e MT. Agricultores enfrentam dificuldades financeiras crescentes e o primeiro semestre de 2024 registra alta em pedidos de recuperação judicial, refletindo a pressão sobre o agronegócio.
Um levantamento da Serasa Experian, divulgado nesta terça-feira (23 de outubro de 2024), mostrou um aumento nos pedidos de recuperação judicial por produtores rurais no Brasil. No segundo trimestre de 2024, o número de solicitações cresceu de 34 para 121. Esse aumento representa um crescimento de mais de três vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. Os produtores de soja lideram com 53 pedidos.
Marcelo Pimenta, chefe de agronegócios da Serasa Experian, atribuiu o crescimento a uma série de fatores adversos. “O aumento dos juros, o preço ameno das commodities e os custos mais altos para a produção impactaram de forma negativa aqueles que já estavam comprometidos financeiramente”, afirmou. Essa situação destaca as dificuldades enfrentadas pelo setor, marcado por custos elevados e retornos financeiros incertos.
Minas Gerais e Mato Grosso foram os estados mais afetados, com 31 e 28 pedidos, respectivamente. No primeiro semestre de 2024, 207 produtores rurais buscaram recuperação judicial, um número significativamente maior que no mesmo período de 2023. Além disso, 94 empresas do agronegócio também solicitaram recuperação judicial no segundo trimestre de 2024, um aumento de 71% em comparação ao ano anterior.
Os desafios financeiros não se limitam a produtores individuais. O setor agrícola como um todo enfrenta problemas, afetando desde pequenos produtores até grandes corporações. A situação dos produtores de soja é particularmente preocupante, com preços desfavoráveis e custos de produção elevados. A volatilidade dos preços das commodities e o aumento dos custos de insumos, como fertilizantes e combustíveis, exercem pressão adicional sobre os agricultores, muitos dos quais operam com margens de lucro reduzidas
Agro Notícia
Crianças vivenciam o agro na prática durante à Exposição Agropecuária
Associação De olho no material escolar? Isto mesmo existe uma associação criada no RS, dentro da Farsul, que está se espalhando pelo Brasil inteiro. Na Exposição Agropecuária de Alegrete ela está atuando para um público que participa ativamente. Tem sido assim manhã e tarde.
A Comissão Jovem do SRA, através do projeto Vivenciando a prática, abraçou à idéia Associação de olho no material escolar, a partir da associada Martha Louzada e aí às aulas fluiram.
Nesta quinta-feira foi uma turma do Colégio Luíza de Freitas Valle Aranha. Os alunos são acolhidos e inicia um tour pelo parque.
O objetivo do “De olho”, segundo Martha é “gerar um conhecimento sobre a importância do agro no cotidiano destas crianças”.
A caminhada inicia com a entrega de uma folha com as respectivas estações que ao longo do percurso vão sendo preenchidas com adesivos até à chegada na mina do tesouro. Cataventos para orientação climática e meio ambiente.
Eles são levado às baias, tocam nos cavalos, são sensibilizados sobre a importância dos animais na lida do campo, já no box dos bovinos, a turma pode falar e aprender um pouco mais sobre a produção leiteira e carne, e tiveram ainda a experiência de um couro estaqueado, sendo preparado para os guasqueiros.
Em todas estas paradas, eles
portanto, ali na prática, dezenas de crianças tomaram ciência de outro vasto léque de produtos feitos à partir do couro com impacto no cotidiano das pessoas, como gelatinas, capsulas, shampus e é claro, calçados, cintas e outros subprodutos.
Os alunos ainda visitaram os bretes dos ovinos, interagindo e aprendendo mais sobre os diversos usos tanto da carne como da lã.
Depois fizeram fotos e a caminhada prosseguiu. No setor de máquinas agrícolas outra aula entusiasmada, alegre e interativa. A penúltima.
Conduzidos pela turma da Comissão Jovem, em todo o trajeto, não escondem a expectativa do fechamento fo circuíto. Enfim, chegaram ao estande do Sicredi.
Lanche, atividade lúdica, com filme da turma da Mônica, sobre educação financeira e questionamentos sobre mesada, como gastar o dinheiro, uso racional da renda familiar, pagamentos das despesas, o que o dinheiro compra e o que não compra(valores éticos, afetivos e morais) e até sonho das carreiras profissionais.
Este era o tesouro, acompanhado de brinde e um baita lanche, fotos e muita alegria e novos aprendizados.
“Este projeto vem crescendo, porque nasceu da necessidade de termos dados para contrapor a base curricular injusta e preconceituosa com relação ao agro”, explica Martha Louzada.
Os sindicatos rurais, outras entidades e associados particulares, pagam para que insituições como a USP e a Embrapa façam levantamentos e criem acervos robustos em defesa do agro, para que sejam semeadas versões pedagógicas para públicos que vão desde alunos da primeira infância, até contrapontos na esfera política.
“Os dados levados à Brasília, junto à congressistas fez adiar a aprovação do novo texto do Plano Nacional de Educação. “O texto distorcia e tornava o agro como bandido na bibliografa que seria distribuída massivamente nas escolas brasileiras”, dispara Martha.
A difusão deste projeto está tomando corpo para “evitar os estragos de uma pedagogia distorcidade sobre à produção agropecuária e sua vasta cadeia produtiva” assegura ela.
Agro Notícia
Produtores de Alegrete se somam ao grande protesto do agro gaúcho
Em Alegrete a concentração dos tratores, máquinas e caminhões acontece próximo do posto Texacão, na Br 290.
O movimento divulgou a pauta e o apartidarismo dos produtores.
Confira os 10 pontos que mobiliza o agro neste dia 8.
❌❌ *REGRAS
Nosso objetivo é o *direito para os produtores*, totalmente pacífico, buscando defender os produtores:
01. Unindo os produtores rurais em uma frente unificada em prol dos interesses e direitos dos produtores da *agricultura e pecuária e toda sua cadeia produtiva* no estado do Rio Grande do Sul.
02. Inclusão e Representatividade:
• *Todos os produtores*, independentemente do porte ou especialização (seja na agricultura familiar, pequena, média, grande, do setor leiteiro, pecuária, orizicultura, uva, psicultura, apicultura, soja, hortaliças, fruticultura, *toda a cadeia produtiva*, etc.), são essenciais e bem-vindos.
03. Apartidarismo e Foco no Produtor:
• Nosso movimento é *apartidário*, *sem uso de quaisquer bandeiras*, centrado nos desafios e necessidades dos produtores, acima de quaisquer interesses políticos. Todo aquele que tiver interesse contrário, pedimos que se retire voluntariamente, e se, identificado será retirado do grupo e responderá por quaisquer atitudes que não seja as do objetivo do grupo. Buscamos aqui *renegociação* de dívidas que os produtores já vêm sofrendo primeiro com a seca dos últimos 3 anos e por último as chuvas que devastaram parte de nosso Estado. *Se esse não for seu objetivo ou não concordar com estas regras pode se retirar do movimento SOS AGRO RS.*
04. Apoio à Farsul e a FETAG:
• Comprometemos-nos integralmente com as demandas e propostas apresentadas pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), e pela FETAG.
05. *Defesa da Agricultura e Pecuária e de toda sua cadeia produtiva*
• Nossa missão é assegurar que as políticas públicas atendam efetivamente às demandas da agricultura e pecuária gaúcha, garantindo sua *viabilidade* e crescimento sustentável.
06. Transparência e Democracia:
•Todas as decisões do movimento serão tomadas de forma transparente e democrática, assegurando a participação *igualitária* de todos os membros.
07. Mobilização Responsável:
• Nosso engajamento será sempre *pacífico* e responsável, respeitando integralmente as leis e regulamentações vigentes.
08. Diálogo e Negociação:
• Priorizamos o diálogo contínuo com autoridades e instâncias pertinentes, buscando a negociação como principal meio de alcançar nossos objetivos.
09. Respeito e Solidariedade:
• Celebramos a diversidade de opiniões e experiências entre os produtores, promovendo um ambiente de respeito mútuo e solidariedade.
10. Compromisso com o Futuro:
• Assumimos o compromisso de trabalhar incansavelmente pelo futuro próspero da agricultura e pecuária no Rio Grande do Sul, garantindo sua sustentabilidade para as gerações vindouras.
Queremos possibilitar a permanência dos agricultores no setor e assim contribuir para reerguer o *ESTADO* do Rio Grande do Sul.”
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