Agro Notícia
O futuro é biológico
Legislação goiana sobre bioinsumos é pioneira no Brasil e serve de modelo para outros Estados. De olho nas vantagens ambientais e econômicas para o campo, Senar Goiás investe na criação de curso específico sobre a utilização destes produtos no campo.
O produtor rural Paulo Roberto Buffon começou a testar bioinsumos em 2005. Após plantios sucessivos de soja e milho, a crescente presença de dois fungos de solo (Rhizoctonia e Fusarium) se transformou em uma dor de cabeça constante para o empreendedor. Tratamentos químicos já não surtiam efeito e ele precisou buscar alternativas. Com o apoio do pesquisador Murillo Lobo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Arroz e Feijão), Buffon experimentou utilizar um terceiro fungo (Trichoderma) para impedir o avanço do Rhizoctonia e do Fusarium. “Os resultados foram impressionantes. Nos anos seguintes ampliamos a utilização para o controle do mofo branco da soja (Sclerotinia), com excelentes respostas”, conta, entusiasmado.
Em 2013, Buffon inaugurou uma fábrica de bioinsumos em sua propriedade no município de Rio Verde. O espaço foi equipado com dois conjuntos de tanques, cada um com três reservatórios. Num dos conjuntos, o de fermentadores, passou a produzir dois tipos de bactérias isoladas: Bacillus subtilis (para controle de fitonematoides e fungos patogênicos) e Azospirillum (para fixação de nitrogênio, promoção de crescimento do milho e coinoculação da soja). O outro ficou dedicado à extração do composto chamado de Soil Food Web, um “chá” de fungos, bactérias, protozoários e nematoides (utilizado para revitalizar a cadeia de microorganismos do solo).
“Aqui na fazenda, esta é a primeira safra em que estamos trabalhando com 100% de produto biológico no sulco. Já suprimimos o uso de fungicidas no tratamento de sementes da soja. No milho faremos este mesmo processo. Estamos trabalhando com aplicação em cobertura nestas áreas, e temos uma área de teste de 80 hectares, onde queremos chegar a 100% de uso de produtos biológicos”, detalha. “Lógico que, se tivermos alguma frustração climática, ou algum problema mais agudo na lavoura, vamos lançar mão do produto químico. Vamos aprendendo até chegar o momento em que vamos usar 100% de produtos biológicos no cultivo”, argumenta.
A história de Paulo Roberto Buffon representa um movimento em curso no agronegócio brasileiro: a expansão do uso de insumos biológicos, que gradativamente começam a substituir os insumos químicos, muitos deles importados “a peso de dólar”.
Pesquisa recente divulgada pela Spark Inteligência Estratégica aponta que o mercado de bioinsumos registrou R$ 1,7 bilhão em negócios na safra 2020/2021 — alta de 37% em relação ao volume comercializado no ciclo anterior. “O mercado de soluções biológicas cresceu 40% ao ano entre as safras 2018/2019 e 2020/2021. Este dado respalda a consolidação dos produtos enquanto importantes ferramentas de manejo nas principais culturas agrícolas”, avalia o coordenador de projetos da Spark, Lucas Alves. Para ele, o levantamento Business Inteligence Panel (BIP) permite antever enorme potencial de crescimento destas tecnologias.
A Spark filtrou dados para Goiás e Distrito Federal e entregou números relativos à utilização de “biodefensivos” nas culturas de soja, milho safrinha, milho verão, feijão e algodão. Na região GO/DF, 16% da área cultivada de soja recebeu algum tipo de biodefensivo na safra 2020/2021; apenas o milho verão registrou percentual menor (8%); milho safrinha (22%), feijão (42%) e algodão (96%) tiveram resultados expressivos. Em nível nacional, o percentual de áreas que receberam algum biodefensivo (em relação à área total cultivada) ficou da seguinte forma: soja (21%), milho safrinha (13%), milho verão (4%), feijão (19%) e algodão (67%).
“Notamos uma oferta crescente de tecnologias safra após safra. A necessidade de o produtor utilizar defensivos agrícolas com diferentes modos de ação, químicos e biológicos, para conter a resistência de fungos e pragas a determinados ativos, favorece igualmente o aumento da participação dos bioinsumos”, analisa o sócio-diretor da Spark, André Dias.
Lógica diferente
O produtor Paulo Roberto Buffon acredita que tentar substituir completamente o controle químico pelo biológico pode acabar em frustração e estigmatizar as tecnologias de bioinsumos. Em vez disso, destaca ele, é melhor pensar numa lógica de manejo diferente e integrada. “A agricultura convencional trouxe desenvolvimento a todas as regiões e manteve o Brasil em posição de destaque como fornecedor mundial de alimentos. Esse modelo adota atributos de produção em massa e desconsidera por completo o contexto local, as circunstâncias da lavoura e a integração da paisagem. O cultivo se torna mais fácil, pois existe um protocolo de aplicações químicas pronto antes mesmo do início da cultura. Mas a ineficiência do sistema pode ser muito elevada e diminuir a rentabilidade do produtor. A lavoura é um sistema vivo, e deve ser tratada em suas especificidades”, argumenta.
De acordo com ele, a utilização frequente de insumos biológicos propicia maior equilíbrio entre os microorganismos presentes no sistema. “Como benefícios para o sistema produtivo, temos a redução do uso de defensivos químicos, presença mais frequente de inimigos naturais, maior proteção do meio ambiente, menor risco aos colaboradores no manuseio dos produtos e a produção de alimentos mais saudáveis”, cita ele. Além de empresário rural, Buffon, que é engenheiro agrônomo por formação, ocupa o cargo de diretor do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), entidade que compartilha conhecimento e experiência com outros produtores, instituições e governos.
Saiba o que são bioinsumos
Bioinsumos ou insumos biológicos são produtos de base biológica, desenvolvidos a partir de microorganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais. Podem ser utilizados para combater pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e incentivar o crescimento de plantas e animais. Têm baixa toxicidade e são biodegradáveis, por isso são considerados amigáveis ao meio ambiente.
Outros benefícios proporcionados pelos bioinsumos:
• Diminuição de custos com uso de fertilizantes e defensivos químicos, muitos deles importados e com preços atrelados ao dólar;
• Redução do risco de contaminação do meio ambiente e de pessoas que manuseiam os produtos, evitando problemas de saúde;
• Produção de alimentos mais saudáveis;
• Promoção do equilíbrio ambiental, com nutrição do solo e presença de inimigos naturais.
Alguns tipos de bioinsumos:
• Agentes de controle: insetos, bactérias, vírus e outros organismos vivos que combatem pragas de maneira natural na função de predadores e inimigos naturais;
• Bioestimulantes: produtos naturais que podem ser aplicados em sementes, solos ou plantas para incrementar desempenho, germinação, desenvolvimento de raízes e outros processos fisiológicos;
• Biofertilizantes: produtos formados por ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas que aumentam produtividade e qualidade das plantas;
• Condicionadores biológicos: produtos que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes;
• Inoculantes: microrganismos que intensificam a fixação biológica de nitrogênio e proporcionam outros benefícios no processo de desenvolvimento das plantas.
Políticas públicas
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), elaborou o primeiro Programa Estadual de Bioinsumos do Brasil. Ele foi instituído em maio de 2021 (Lei Estadual nº 21.005/2021), menos de um ano após o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos (Lei Federal nº 10.375/2020), e atuará em quatro diretrizes: pesquisa, processos e tecnologias; comunicação e cultura; desenvolvimento das cadeias produtivas; e inteligência e sustentabilidade. “Nossa legislação favorece uma produção de baixo impacto ambiental. Com a diminuição do uso de químicos, temos alimentos de melhor qualidade para fornecer não só aos brasileiros, mas ao mundo. Esta é uma preocupação forte do governador Ronaldo Caiado”, explica o secretário Tiago Freitas de Mendonça, titular da Seapa.
Segundo o presidente do Sistema Faeg Senar e Ifag, deputado federal Zé Mário Schreiner, o crescimento na utilização de bioinsumos é uma realidade no campo e tem se tornado política pública. “Ao contrário do que algumas pessoas pensam, nós buscamos a sustentabilidade, seja ambiental ou na área de insumos modernos e que possam trazer resultados. Os produtos que hoje existem vêm ao encontro do que a gente deseja, que são agricultura e pecuária totalmente sustentáveis. Nesse aspecto, o Brasil tem dados passos largos”, explica.
O presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, defende que os bioinsumos são tecnologias acessíveis para produtores de todos os portes, do pequeno ao grande. Ele elogia o Programa Estadual de Bioinsumos do Governo de Goiás: “É um trabalho muito bem feito. Não é um programa de Estado, é um programa de País”. Vian, que é produtor de soja e utiliza bioinsumos em sua propriedade em Mineiros, no Sudoeste do Estado, garante que os benefícios proporcionados pelos bioinsumos são fatos. “Eles já estão revolucionando a agricultura”, declarou.
O coordenador-geral do Programa Nacional de Bioinsumos, Alessandro Cruvinel Fidelis, também elogia a iniciativa e o pioneirismo de Goiás ao estabelecer um programa de incentivo do uso de bioinsumos. “O Estado tem uma visão moderna e inovadora, e é um exemplo que dou em todas as apresentações e provocações que faço em outros locais. Minas Gerais está praticamente copiando [o modelo] de Goiás, o Distrito Federal também, e outros Estados estão seguindo o exemplo”, reforça. Segundo o gestor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desenvolver os programas estaduais é uma das prioridades do Governo Federal. “As coisas acontecem nos Estados e municípios, e as especificidades regionais são muito importantes para políticas públicas assertivas”, afirma.
Fidelis elenca três principais desafios à expansão do uso de bioinsumos no Brasil: avançar nas questões regulatórias de processos e produtos (“para dar mais segurança jurídica aos produtores e às indústrias”), desenvolver modelos para agricultores familiares e pequenos empreendedores rurais (“os modelos existentes são para médios e grandes produtores, sobretudo no caso de produção própria de bioinsumos”) e comunicar os benefícios (“há tecnologias mais baratas que as utilizadas pelos produtores hoje, mas eles não têm essa informação”). “A gente sabe que essa chave vai virar, mas a velocidade com que isso vai acontecer depende da nossa capacidade de ajudar a catalisar o processo”, resume o coordenador-geral do Programa Nacional de Bioinsumos.
Para chegar lá, segundo ele, o Mapa trabalha em algumas frentes: “Vamos continuar incentivando os outros Estados a instituir programas de bioinsumos; investir na rede de “BioFabLabs”, como a da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás; promover mais cursos de capacitação em bioinsumos (a meta é atingir 50 mil alunos capacitados em curto espaço de tempo); buscar recursos internacionais em fundos como o Global Green Fund, de descarbonizantes; e continuar apoiando o desenvolvimento de um marco regulatório bem estruturado, que dê segurança jurídica para os nossos produtores rurais, com qualidade e segurança pros produtos, redução de custo de produção, produtividade alta, dentro de uma agricultura regenerativa, de base biológica e resiliente”.
Multiplicar conhecimento no campo
Levar mais informações e promover capacitação são desafios para estimular o uso de bioinsumos. O presidente do Sistema Faeg Senar e Ifag, Zé Mário Schreiner, enfatiza que o Senar Goiás reconhece a importância disso e, por ser uma importante instituição de fomento à qualificação profissional, criou um curso específico sobre bioinsumos. “Queremos estar de braços dados, ajudando a multiplicar essa iniciativa em Goiás. Vamos ser multiplicadores de conhecimento para serem aplicados no campo”, ressalta.
O curso será ofertado para todas as pessoas, acima de 18 anos, que estejam vinculadas com a produção agropecuária. Serão 16 horas e 16 vagas por curso presencial. O conteúdo programático é composto por aspectos gerais dos microrganismos; microrganismos com potencial de uso agronômico; a fixação biológica de nitrogênio; a solubilização de fósforo; os fungos micorrízicos; a promoção do crescimento vegetal por bactérias; uso de organismos na biorremediação de áreas contaminadas; e proteção de plantas a partir da ação de microrganismos.
O gerente de Formação Profissional Rural (FPR) do Senar Goiás, Leonnardo Furquim, também reforça a importância da criação da capacitação, porque, segundo ele, o produtor já está atento que precisa diversificar suas técnicas de produção e deposita confiança nos bioinsumos como estratégia. “O uso de bactérias fixadoras de nitrogênio já é responsável hoje pela economia de bilhões de dólares todos os anos. Praticamente toda a soja brasileira é produzida com o uso dessa tecnologia, que possibilita ao produtor conduzir sua lavoura sem nenhuma aplicação de adubos nitrogenados”, diz.
O gerente de FPR do Senar Goiás acrescenta que o uso de bioinsumos é um caminho sem volta na agricultura. “Não é só na promoção da sanidade vegetal que os bioinsumos podem ser utilizados. Cada vez mais o controle biológico de pragas e doenças tem ganhado espaço na produção de alimentos. O uso de organismos que causem danos nas pragas e doenças das lavouras são uma ferramenta útil, barata e bem-sucedida do manejo integrado de pragas e doenças. Organismos já estabelecidos como o trichoderma possuem a capacidade de colonizar e predar, fungos e insetos que estejam causando danos à lavoura”, informa.
Ele destaca que, além dos benefícios ambientais, o uso de bioinsumos traz retorno financeiro. “O primeiro deles é a redução de custos, pois estes insumos são mais baratos que os insumos tradicionais. E aliado à redução de custos, estes organismos podem incrementar a produção em níveis maiores do que quando comparados a produção com a utilização de insumos convencionais. Isso se dá pelo fato de que os fungos e bactérias benéficas atuam no vegetal no momento de sua demanda, não submetendo a planta a períodos de escassez de nutrientes.
Proposta regulamenta produção e comércio de bioinsumos
No dia 11 de janeiro deste ano, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que regulamenta a produção, a comercialização e o uso de bioinsumos agrícolas no Brasil. De acordo com o texto, será exigido, no Mapa, o registro de estabelecimentos que produzem ou importam bioinsumos com fins comerciais. O registro do produto só vai ser obrigatório se também tiver finalidade comercial, sendo dispensado quando for destinado, exclusivamente, ao uso próprio ou envolver insetos e ácaros autorizados pelo Ministério para uso no controle biológico. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Goiás deve abrigar o maior ecossistema de inovação em bioinsumos do Brasil
Com investimentos previstos de R$ 8 milhões, a pesquisa de insumos biológicos em Goiás ganhará o reforço de 13 biofábricas a partir de 2022. O anúncio foi feito, em dezembro do último ano, durante reunião realizada na sede da Secretaria de Agricultura de Goiás, que teve a participação de representantes de produtores rurais, órgãos estaduais e federais e instituições de ensino, pesquisa e assistência técnica. O grupo definiu 27 objetivos estratégicos para os próximos meses, sendo um deles o de abrigar, em Goiás, o maior ecossistema de inovação em bioinsumos do Brasil.
Os equipamentos para as biofábricas começarão a ser adquiridos no início deste ano, com recursos do Tesouro Estadual. Nove biofábricas serão instaladas em unidades do IF Goiano, no interior do Estado; duas na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis; e mais duas na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. A UEG prevê ainda o aporte de recursos em uma linha de pesquisa específica sobre bioinsumos.
Uma das principais parceiras da iniciativa é a Embrapa Arroz e Feijão. O chefe-geral da instituição, Elcio Guimarães, enfatiza o papel de liderança de Goiás no tema dos bioinsumos. “Devemos não apenas falar de bioinsumos, mas fazer. O líder é seguido pelo que ele faz. Goiás está demonstrando isso. A equipe da Embrapa é fantástica em termos de pesquisa, mas ela não trabalha sozinha. E todos são os parceiros de que precisamos para fazer com que os resultados impactem quem precisa”, informa.
Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, Robson Vieira explica que parte das estruturas adquiridas para as biofábricas serão destinadas para pesquisa e inovação, outra parte para avaliação de qualidade do produto e transferência de conhecimento ao produtor. “É necessária a pesquisa e também a transferência de conhecimento de forma cuidadosa, com qualidade, criando metodologia, de forma a propiciar redução de custo e aumento da produção lá na ponta”, argumenta. “Este é um trabalho que vai começar em 2022 e que vai se desenvolver pelos próximos 10 ou 11 anos”, acrescenta.
Comunicação Sistema Faeg/Senar
Agro Notícia
Incêndio em silo de arroz em Itaqui deixa dois mortos e vários intoxicados Itaqui
Um trágico incêndio em um silo de arroz, situado na rodovia de acesso ao trevo de Itaqui, marcou a manhã deste domingo (23), resultando na morte de duas pessoas e deixando diversas outras intoxicadas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h19 para debelar as chamas que consumiam a estrutura e realizar o resgate de trabalhadores.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais eram dois trabalhadores que entraram no secador de arroz sem a devida autorização da guarnição, vindo a desmaiar no interior da estrutura.
Apesar do rápido resgate e encaminhamento ao hospital, os dois homens não resistiram e faleceram.
Além das vítimas fatais, a ocorrência deixou dez pessoas intoxicadas, sendo quatro militares do Corpo de Bombeiros e seis civis.
Os militares que apresentaram sintomas foram prontamente atendidos e já receberam alta médica. Os civis, por sua vez, permanecem sob observação em unidade de saúde.
O incêndio teve início em um dos secadores de arroz do silo e demandou um intenso trabalho das equipes de bombeiros. Até o momento, os profissionais continuam no local realizando o resfriamento da estrutura para evitar novos focos.
Joicemar Ifran da Rosa(Pank), de 52 anos, e Ademir Ferreira da Roza Junior, de 34 anos, foram as vítimas fatais.
Os outros três colegas que foram prontamente socorridos e encaminhados ao Hospital São Patrício permanecem internados, recebendo os cuidados médicos necessários.
O Tenente Alex, comandante do pelotão do Corpo de Bombeiros, está à frente das operações no local.
As causas do incêndio e as circunstâncias que levaram à entrada não autorizada dos trabalhadores no secador estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.
A comunidade de Itaqui lamenta profundamente o ocorrido e aguarda atualizações sobre o estado de saúde dos civis que permanecem em observação. A identidade das vítimas fatais não foi divulgada até o momento.
Com informações do Portal do Ferreira
Imagem: reprodução SB News/ Portal do Ferreira
Agro Notícia
Safra gaúcha de grãos deve atingir 36,34 milhões de toneladas, estima Conab
Levantamento da estatal aponta queda na produção de soja e aumento nas produções de arroz, feijão, milho e trigo_
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou, nesta quinta-feira (13), que o Brasil pode alcançar um novo recorde na safra de grãos. O 6º levantamento da safra 2024/2025 projeta um volume de 328,31 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% (30,56 milhões de toneladas) em comparação à safra anterior.
O crescimento da produção e produtividade, especialmente para soja, milho e arroz, somado a um aumento de 2,1% na área plantada, é atribuído à conjuntura mercadológica favorável e à expectativa de condições climáticas mais adequadas ao desenvolvimento das culturas.
No Rio Grande do Sul, a produção deve atingir 36,34 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação à safra passada. O estado se mantém na posição de terceiro maior produtor de grãos no país, atrás de Mato Grosso e Paraná, seguido por Goiás. Já a área plantada está prevista em 10,45 milhões de hectares, um aumento de 0,3%.
A queda na produção foi motivada pela estiagem, que impactou principalmente a cultura da soja. No entanto, há perspectiva de excelente produção nas safras de arroz e milho.
Durante o levantamento, realizado no final de fevereiro, a estiagem persistia no estado. As lavouras foram impactadas por chuvas irregulares e mal distribuídas, com temporais associados às altas temperaturas, o que gerou a escassez de precipitações significativas, afetando reservatórios de água.
“O nosso estado, que produz 11% da safra nacional de grãos, enfrentou novamente desafios climáticos que impactaram negativamente a cultura da soja. No entanto, o 6º levantamento apresenta perspectivas positivas para as safras de milho e arroz, o que representa um benefício significativo para o estado e para o Brasil, já que o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz e de milho 1ª safra”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.
*Os números da safra gaúcha
Arroz e feijão – A produção de arroz deve atingir 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área plantada está estimada em 951,9 mil hectares, com crescimento de 5,7%. A expectativa é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, especialmente na Sul e na Fronteira Oeste, devido à boa rentabilidade da cultura no momento do plantio, ao bom volume de água nas barragens e rios durante o plantio e à possibilidade de preparo antecipado das áreas, o que favorece boas produtividades.
A produção de feijão deve alcançar 76,9 mil toneladas, um aumento de 7,3%. A área plantada está prevista em 48,5 mil hectares. O cultivo de feijão cores da 1ª safra está concentrado no Planalto Superior, onde se utiliza de bons pacotes tecnológicos. A semeadura começou em dezembro e foi concluída em janeiro. Mais de 60% das lavouras estão no enchimento de grãos e 30% em florescimento. Embora a estiagem tenha impactado o desenvolvimento, as condições climáticas na região foram menos severas, e as lavouras ainda apresentam bom potencial produtivo.
A semeadura do feijão preto da 2ª safra continua no estado. Iniciada em janeiro, a operação avançou lentamente até fevereiro, quando as chuvas melhoraram as condições do solo, permitindo um aumento rápido da área semeada, que atingiu 88% no final do mês. No Planalto Médio, que é a principal região produtora, as expectativas são boas, especialmente devido à alta proporção de lavouras irrigadas. Nessa região, 90% da área foi semeada, 20% está em emergência e 80% em desenvolvimento vegetativo.
Soja – A produção de soja está estimada em 17,1 milhões de toneladas, uma redução de 13,2% em relação à safra anterior, posicionando o estado como o 4º maior produtor da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área cultivada deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um incremento de 74,4 mil hectares (1,1% a mais que na safra 2023/2024).
As lavouras de soja continuam sendo afetadas pela falta de chuvas regulares. As semeadas mais tarde sofreram prejuízos significativos, com perdas que podem ser irreversíveis. A estimativa de produtividade é de 2.495 kg/ha, uma redução de 7,5% em relação ao levantamento anterior, 16,1% abaixo da estimativa inicial e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.
Milho – O RS é o maior produtor de milho 1ª safra. A semeadura foi concluída, e a colheita já ultrapassa 80%. A produção está prevista em 5,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,7%. A área plantada pode chegar a 719,6 mil hectares, uma redução de 11,7%. A estimativa de produtividade média foi ajustada para 7.664 kg/ha, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. Embora as lavouras ainda no campo tenham apresentado perdas, as lavouras já colhidas possibilitaram esse incremento. Apesar dos resultados positivos, algumas lavouras apresentaram perdas consolidadas devido à estiagem.
Trigo (safra 2025) – O estado gaúcho é o maior produtor de trigo no país. Para a safra de inverno de 2025, a produção deve crescer 4,4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. A área cultivada está prevista em 1,29 milhão de hectares, uma redução de 3,8% em relação ao ciclo de 2024. A produtividade média estimada é de 3.172 kg/ha. Os dados para o trigo, que será implantado por volta de maio, são baseados em modelos estatísticos e análises de mercado.
Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa
Agro Notícia
Rio Grande do Sul enfrenta perdas bilionárias devido à estiagem
De 2020 a 2024, estado acumula prejuízo de R$ 117,8 bilhões em sua produção agrícola, segundo Farsul
Desde dezembro do ano passado, o governo federal reconheceu os decretos de situação de emergência em 65 municípios do Rio Grande do Sul.
Esses municípios foram afetados por uma severa estiagem que comprometeu a produção agrícola do estado. A falta de chuvas resultou em uma perda estimada de 50% da produção agrícola gaúcha.
As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), oficializando a situação de emergência em diversas cidades. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a emergência em 22 municípios entre os dias 6 e 7 de março de 2025.
Entre os afetados estão Caçapava do Sul, Canguçu e Colorado, entre outros. Notavelmente, 12 desses municípios estão localizados na metade Sul do estado.
A situação em Bagé ilustra a gravidade da estiagem. A cidade anunciou racionamento de água a partir de 8 de março, evidenciando a crise hídrica.
A Barragem de Arvorezinha, esperança para mitigar os efeitos da seca, tem sua conclusão prevista apenas para 2028, após 17 anos de obras intermitentes. Em Bagé, as perdas na agricultura já superam R$ 70 milhões.
Em Canguçu, o impacto financeiro atingiu R$ 61 milhões até o momento do decreto de emergência. A estiagem não é um problema novo para o Rio Grande do Sul. De 2020 a 2024, o estado enfrentou perdas estimadas em R$ 117,8 bilhões, conforme dados da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).
Confira as cidades gaúchas com situação de emergência oficializada pelo governo federal até agora
- 07/03 – Alecrim, Bossoroca, Entre-Ijuís, Esmeralda, Guarani das Missões, Inhacorá, Lavras do Sul, Maximiliano de Almeida, Monte Belo do Sul, Pinhal Grande, Porto Vera Cruz, São José do Inhacorá e São Valério do Sul;
- 06/03 – Caçapava do Sul, Canguçu, Colorado, Miraguaí, Quatro Irmãos, Salvador das Missões, Santa Maria, Santa Rosa e São Borja;
- 26/02 – Dilermando de Aguiar, Entre Rios do Sul, Erval Seco, Quevedos, Rio dos Índios, Rolador, Sant’Ana do Livramento, Santa Bárbara do Sul e São Paulo das Missões;
- 25/02 – São Pedro do Butiá e Vitória das Missões;
- 20/02 – Faxinalzinho, Jaguari e Pirapó;
- 17/02 – Itacurubi, Jari, Roque Gonzales, São Gabriel, São Miguel das Missões e Silveira Martins;
- 14/02 – São Francisco de Assis e Unistalda;
- 12/02 – Cacequi, Esperança do Sul, Itaqui, Santiago e São Nicolau;
- 10/02 – Capão do Cipó, Independência, Maçambará, Porto Lucena, Toropi e Tupanciretã;
- 07/02 – Júlio de Castilhos, Nova Esperança do Sul, Rosário do Sul, Uruguaiana e Vila Nova do Sul;
- 03/02 – Manoel Viana e Santa Margarida do Sul;
- 19/02 – Doutor Maurício Cardoso e Arambaré
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