Saúde
‘Vozes na cabeça’ podem ser negativas para o desempenho humano?
Você tem desejos e promessas para o seu 2022? Encontrar alguém legal? Quem sabe ir à academia duas vezes por semana? Conquistar uma promoção? Nem sempre o que nos impede são agentes externos. No livro “A voz na sua cabeça” (editora Sextante), o neurocientista e psicólogo americano Ethan Kross fala sobre o potencial negativo que o nosso falatório interno pode ter. São vozes que criam uma espiral de ansiedade, depressão, raiva e até autossabotagem que muitas vezes as pessoas nem percebem. Na entrevista a seguir, descubra como transformar essa tagarelice em algo positivo.
O que são essas vozes nas nossas cabeças?
Temos uma voz interna que se refere, cientificamente, à nossa habilidade de usar a linguagem silenciosamente. Se eu te der uma lista de mercado e pedir para repetir na sua cabeça o que tem que comprar, “leite, ovos e queijo”, em silêncio, essa é sua voz interna. Então, todos temos uma. Ela é uma ferramenta incrível da mente humana. Permite que façamos um monte de coisas interessantes, desde as básicas, como manter a informação ativa, até ser nosso melhor treinador, como quando eu me exercito e penso: “vamos lá, mais três séries, você consegue”. Também usamos essa voz quando nos preparamos para algo, como uma entrevista, ensaiando o que vamos dizer. Também é útil para ajudar a entender as coisas que acontecem em nossas vidas. Se você fosse rude comigo eu pensaria “por que ela disse isso, o que eu fiz?” Você cria respostas, histórias.
Mas nem sempre essas vozes internas são nossas amigas.
O grande porém é que algumas vezes, quando experimentamos adversidades, nossa voz interna não diz “vamos lá, você consegue, já passou por isso”. Pelo contrário, ficamos presos a pensamentos negativos, seja de crítica (“você é terrível, nunca vai conseguir, estraga tudo”), seja de ansiedade (“meu Deus, e se isso nunca melhorar?”). Há também o looping de raiva (“não acredito que fizeram isso comigo”) ou de desespero (“vai dar tudo errado”). Esse é o lado obscuro da voz interna. Você tenta encontrar uma solução para seus problemas, mas entra numa espiral negativa em vez disso. Às vezes, é sobre o futuro, às vezes sobre o passado, até sobre o presente, mas é sempre ruim.
E por que a ideia de escrever um livro a respeito disso?
Acho que esse é um dos maiores problemas que enfrentamos na cultura humana, porque interfere na nossa capacidade de pensar e produzir. Se você já tentou ler um livro enquanto está preocupado com alguma coisa, lê algumas páginas e não consegue lembrar de nada, porque o falatório consome sua atenção. É um problema gigante. Mas a boa notícia é que há alguns cientistas que explicam como lidar com isso.
Essa voz negativa é capaz de afetar todo mundo?
Sim, é incrivelmente comum, mas afeta as pessoas de maneira diferentes. Para algumas pessoas isso muda de acordo com o momento ou em relação a alguns temas e não a outros.
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E quando não temos consciência desse falatório?
Um dos motivos pelos quais eu falo sobre isso e compartilho o que a ciência pode fazer por eles é tornar mais fácil para as pessoas entenderem o que está acontecendo em suas cabeças, para que saibam o que procurar e possam perceber que as vozes a estão atrapalhando.
Há perfis de pessoas mais suscetíveis a essa influência?
Se você olhar pessoas muito ansiosas, depressivas ou agressivas, o falatório interno ajuda a explicar esses estados, porque ela entra num looping. Se está deprimida, a voz repete coisas como “a vida é horrível, não vou ficar bem”. Se sofre com ansiedade, a repetição pode ser algo parecido com “o que vai acontecer? O que vou fazer?”. Para uma pessoa com tendência a ter reações mais violentas, isso acaba alimentado por uma voz que remói a raiva de outra pessoa: “esse desgraçado…”.
Como isso pode ser resolvido?
Não há uma bala de prata que ajude todo mundo em todas as situações. No livro, falo de 27 estratégias baseadas na ciência e testadas. Algumas pessoas preferem certas estratégias e outras preferem outras. Há coisas que você pode fazer no calor do momento, como a conversa distanciada, que é tentar falar com você mesmo como se estivesse aconselhando um amigo. Outra é imaginar como vai se sentir em relação a essa situação em um mês.
O que você costuma fazer?
A primeira coisa é falar comigo como se estivesse falando com outra pessoa. Para mim é a prova de que somos bons em aconselhar as pessoas, mas incapazes de repetir esse conselho para nós mesmos. Mas também uso esse distanciamento temporal, ou saio para caminhar pela vizinhança, em uma área verde, e deixo a natureza fazer seu processo de cura.
No livro o senhor sugere uma tática para as crianças.
Achamos útil se afastar e conseguir ver o cenário geral, porque frequentemente podemos achar a solução para nossos problemas quando conseguimos criar esse distanciamento. Então a questão é como as crianças podem conseguir isso? Uma forma que funciona é fingir que são super heróis. Quando a criança está lidando com um problema, vamos dizer uma lição de casa difícil, ela pode adaptar seu alter ego para ser o Batman, Super-Homem ou Mulher Maravilha. Isso faz com que adote a perspectiva de outra pessoa, dando distanciamento necessário. E o que sabemos sobre super-heróis? Eles são bons em perseverar em tarefas difíceis, não desistem, não se apegam a coisas pequenas. Então, adaptar-se a essa persona pode ser algo positivo.
O que fazer quando um problema não tem solução, mas as vozes não permitem que você esqueça dele?
Essa é a chave: descobrir do que você precisa para deixar para lá o falatório interno e seguir com a sua vida. Às vezes, a voz apenas consome sua atenção, seus recursos, dificultando o foco, criando relações fictícias e fazendo você se sentir péssimo. Deixar isso para lá e seguir em frente é o que queremos ajudar as pessoas a fazer, usando sua energia para algo mais construtivo.
Estamos no fim do ano, época de muitas promessas e desejos. Melhorar esse falatório interno pode ajudar as pessoas a alcançar seus objetivos de vida?
É a época perfeita, diante das resoluções de Ano Novo. Focamos muito no exterior, em coisas como nossa aparência física, nossas finanças. Mas uma grande parte da nossa vida é o que acontece internamente. E a possibilidade no novo ano é pensar como melhorar sua saúde mental para que sua vida seja algo mais construtiva. O que acontece na cabeça tem reflexo no resto.
Saúde
Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde
Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre
Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.
A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.
Saúde
Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil
Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos
A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.
A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.
Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.
Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.
A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.
No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.
Com informações do JC
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
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