Agro Notícia
Energia e infraestrutura mantêm avicultura no vermelho
Ao longo de 2021, as exportações paranaenses de carne de frango aumentaram e o produto chegou mais caro à gôndola dos supermercados do país. Da porteira dos aviários para dentro, no entanto, esse cenário não foi suficiente para dar um respiro ao avicultor. O levantamento dos custos de produção realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR em oito praças do Estado revela que, em todas, os produtores estão trabalhando no vermelho. É verdade que a remuneração pelo quilo de frango entregue à agroindústria foi reajustada nas localidades. Essa reposição, no entanto, foi insuficiente para cobrir os custos totais da atividade, que subiram a um índice superior.
PLANILHAS: para conferir os dados em detalhes, clique aqui.
Embora o cenário seja de déficit generalizado, os dados apurados pelo Sistema FAEP/SENAR-PR indicam duas conjunturas distintas. Algumas das praças, como Cambará (frango griller) e Cianorte (frango pesado), conseguiram diminuir o déficit em relação ao levantamento anterior, em maio deste ano. Em outras localidades, como Chopinzinho (griller) e Londrina (pesado), o vermelho se aprofundou, tornando ainda mais difícil a conjuntura dos avicultores (veja infográfico).
“A produção e a exportação aumentaram, mas isso não está se refletindo para os produtores. Ainda que tenha havido aumento de receita, isso não bastou para cobrir os custos de produção”, resume Mariani Ireni Benites, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR. “A avicultura tem um perfil de produtores diversificados. De um modo geral, cada um está tentando se equilibrar como pode, cortando onde dá”, acrescenta.
Entre os custos variáveis – que correspondem aos gastos para a produção dos lotes, com insumos básicos–, o destaque negativo foi a energia elétrica. Em um cenário de escassez hídrica, com bandeiras tarifárias mais caras e o fim de subsídios federais, a eletricidade chegou a corresponder a cerca de 20% dos custos de produção. Em alguns exemplos concretos, produtores viram a conta de luz subir mais de 40% em apenas seis meses. Em caso acompanhado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, um avicultor de Londrina gastou 48% mais com energia elétrica, em comparação a maio. Atrelado a esse fator, também houve o aumento do consumo de lenha e pellets, para aquecimento das aves.
Quando se abre as contas, o levantamento também revela que os custos operacionais – que levam em consideração a depreciação e as adequações estruturais que precisam ser feitas periodicamente nos aviários – também aumentaram de forma considerável. Isso porque, em razão da pandemia do novo coronavírus, subiram de forma expressiva os preços de matérias-primas como aço e componentes eletrônicos. Sem levar esses gastos em consideração, os avicultores podem ver a atividade inviabilizada no médio prazo.
“O que o avicultor recebe tem sido suficiente para cobrir apenas os custos variáveis, relacionados à energia, mão de obra, manutenção, entre outros itens. Mas a remuneração não inclui os custos operacionais, que precisam ser observados. Quando o avicultor tiver que renovar seu ‘pacote tecnológico’ e os barracões ou repor maquinários, ele vai ter dificuldade. Sem a cobertura dos custos operacionais e totais, o produtor não consegue se manter na atividade”, diz Luiz Eliezer Ferreira, do DTE do Sistema FAEP/SENAR-PR.
O presidente da Comissão Técnica de Avicultura da FAEP, Diener Gonçalves Santana, ressalta que a equação se tornou mais complicada para os produtores graças a uma variável que ganhou evidência no último semestre: a inflação galopante. Em razão disso, ele prevê que os próximos meses continuem sendo de dificuldades para os avicultores. “Além da alta dos custos de produção, os reajustes que ocorreram no período foram comidos pela inflação. Os preços estão só subindo e o que o avicultor recebe não dá conta de cobrir os gastos. Estamos no vermelho e, nessa conjuntura de inflação, não vemos horizontes positivos”, avalia.
Vermelho generalizado
Em Paranavaí, que pela primeira vez participa do levantamento, a agroindústria reajustou em 13% o valor pago aos avicultores por quilo de frango entregue. Os produtores, no entanto, sofreram com o peso de insumos básicos. O avicultor Carlos Eduardo Maia destaca o peso da energia e do aquecimento dos aviários (com lenha e/ou pellets). Segundo os dados compilados pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, os gastos com eletricidade corresponderam a 29,7% dos custos variáveis, enquanto os gastos com lenha e/ou pellets representaram 9,7%.
“A gente teve um custo elevadíssimo em energia e em lenha, que engoliram os reajustes da bonificação. Em menos de seis meses, a lenha dobrou de preço na região”, destaca Maia. “Já temos uma reunião marcada para janeiro com a agroindústria. Vamos levar essas informações e comparar com o levantamento da empresa, para chegarmos a um denominador comum. Sabemos que os custos também não estão fáceis para a integradora, mas temos que caminhar juntos”, acrescenta.
Em Toledo, além da energia, os produtores ressaltam a alta aguda de equipamentos e itens da construção civil, que encarecem os investimentos em infraestrutura e/ou reformas e adequações. O presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aviopar), Edenílson Carlos Copini, no entanto, vê alguns pontos positivos, entre os quais o fato de a agroindústria não ter interrompido os abates ao longo da pandemia e do diálogo aberto, o que pode ajudar a construir consenso adiante.
“Tivemos reajuste de 10%, em contrapartida os itens de infraestrutura subiram muito. As agroindústrias não têm conseguido repassar esses valores em cima da infraestrutura. Outro desafio é o aquecimento das aves. Usamos pellets de pinus, produto que praticamente dobrou de preço em três anos. Estamos com dificuldades para pagar isso”, observa. “Temos que ganhar acima de R$ 1,20 por frango. Quem ficar abaixo de R$ 1 [por ave] vai estar tirando dinheiro do bolso e se descapitalizando”, diz.
As condições são ainda mais severas para produtores com financiamento em aberto. Segundo o avicultor Ilseu Peretti, de Chopinzinho, esse é o caso de inúmeros produtores da região. “Em termos de remuneração, tivemos uma melhora de 2%. Isso foi insuficiente, principalmente para quem tem granjas financiadas. Tenho vizinhos que estão em desespero, prorrogando parcelas com juros abusivos e com o risco de perder as terras que deram como garantia. O avicultor só se mantém por persistência e com mão de obra familiar. Mas muitas famílias já estão descapitalizadas e com dificuldades na sucessão”, aponta.
Energia renovável pode garantir sustentabilidade financeira
O aumento do peso da energia elétrica na avicultura tem evidenciado uma saída a que, cada vez mais, produtores têm aderido: a geração própria a partir de fontes renováveis, principalmente a solar. Recentemente, o Sistema FAEP/SENAR-PR divulgou estudos técnicos que demonstram a viabilidade financeira do investimento em usinas fotovoltaicas e de biogás. Com a previsão do fim da Tarifa Rural Noturna (TRN) – programa que concede descontos à energia consumida no campo durante a noite e a madrugada – para dezembro de 2022, a aposta em energias renováveis deve ser determinante para a sustentabilidade financeira de atividades como a avicultura.
“De um lado temos bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz. De outro, temos o fim de subsídios federais e estaduais. Então, a adoção da energia renovável deixou de ser uma alternativa, para se tornar uma realidade”, observa Luiz Eliezer Ferreira, do DTE. “Temos novas legislações que trouxeram segurança jurídica a esses investimentos. São projetos que se pagam em poucos anos e, após esse período, podem garantir renda ao produtor”, destaca. Não faltam exemplos que ilustrem o que Ferreira diz. Nos últimos seis meses, a conta de luz do avicultor Carlos Eduardo Maia vinha se estruturando para investir em energia renovável. Ele vai aportar R$ 3 milhões – financiados pelo BNDES – em painéis fotovoltaicos, que produzirão toda a energia consumida nos 12 aviários, que alojam 500 mil aves por lote.
“As alterações na TRF já tinham limitado o desconto aos produtores. Agora, vamos ser autossuficientes em energia. Com essas bandeiras tarifárias, entre três a quatro anos o investimento vai se pagar”, diz Maia. “Mas o dinheiro economizado com energia por causa do investimento em usinas fotovoltaicas tem que ficar com o produtor. Não adianta, depois, a integradora querer zerar os repasses de energia, alegando que o avicultor já não tem esse gasto. A gente está investindo para deixar de gastar, não para a indústria ganhar em cima”, ressalva.
Os produtores também ressaltam a dificuldade de o produtor captar crédito para investir nos projetos. Em algumas regiões, os avicultores não conseguem acesso ao Renova PR, programa do governo do Estado para fomentar a implantação de sistemas de energia renovável. Ainda assim, quem instalou as usinas em seus aviários atesta os benefícios.
“O ganho real só vai existir quando o produtor terminar de quitar o financiamento. Mas sem sombra de dúvidas é uma alternativa viável. Em vez de pagar a energia à concessionária, você paga o financiamento da implantação da usina, que é um ativo do produtor”, diz o presidente da Comissão de Avicultura da FAEP, Diener Gonçalves Santana.
Números são usados nas negociações com as indústrias
O levantamento dos custos de produção dá subsídios concretos aos avicultores para negociarem com representantes da agroindústria, no âmbito das Comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs). O objetivo é que, com os dados em mãos, os produtores possam apresentar os números da atividade às integradoras, reivindicando reajustes e remunerações mais condizentes com a conjuntura.
“Agora é o momento de os produtores recorrerem às Cadecs, para conseguirem uma melhor negociação, porque a situação está à beira do insustentável, principalmente aos produtores que têm financiamentos. Alguns estão parando com as renovações, o que gera um impacto na eficiência e na produtividade. É hora de negociar”, diz Mariani Ireni Benites, do DTE.
Diener Gonçalves Santana ressalta a importância de os produtores participarem dos levantamentos dos custos de produção e de fortalecerem as Cadecs. Na avaliação do presidente da CT, é a partir da união que a categoria vai conseguir avanços. “Se os avicultores não se manifestam, a indústria vai entender que as condições são satisfatórias. Temos que aproveitar esse levantamento feito pelo Sistema FAEP/SENAR-PR e levá-lo para a mesa de negociação, para que a partilha seja justa”, opina.
Os produtores da Cadec de Paranavaí, por exemplo, já agendaram uma reunião com a integradora para janeiro. A expectativa dos avicultores é chegar a um consenso, com base nos dados trazidos pelo levantamento. “A nossa integradora é bastante atenta os custos apresentados a partir da planilha Do Sistema FAEP/ SENAR-PR, apesar de haver alguns pontos de divergência. O importante é que se unificasse o diálogo, chegando a um consenso no que diz respeito aos custos. Essa organização já é o primeiro passo para unificarmos o diálogo com a indústria”, diz Carlos Eduardo Maia.
Cadeia promissora com custos nas alturas
A avicultura brasileira vai fechar 2021 com índices recordes de produção e exportação, e apesar disso, o levantamento de custos de produção realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR mostrou que o cenário é, no mínimo, preocupante para os produtores de frango de corte do Paraná. Apesar de o Estado alojar 30% de todo frango do país e carregar o título de maior produtor e exportador, muitas despesas têm deixado os avicultores no prejuízo.
Os desafios para a cadeia produtiva de frangos foram vários ao longo do ano, com alta dos custos de produção de todos os lados: os preços do milho e do farelo de soja; alta do dólar, que apesar de beneficiar as exportações, encareceu a importação de insumos necessários à produção; e elevação dos combustíveis e da energia elétrica, fatores que mais impactaram os custos desembolsados pelo produtor.
É um tanto quanto incoerente que uma das pontas dessa cadeia tão promissora esteja se equilibrando com as contas e correndo o risco de não se sustentar a longo prazo. O produtor precisa conhecer a sua realidade e ter dados consistentes da sua região para comparar seus custos com a média local e assim poder negociar com a indústria. Esse é o objetivo do levantamento de custos realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR: subsidiar os produtores com informações e auxiliar junto às Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs) para as negociações da remuneração junto as indústrias.
Agro Notícia
Incêndio em silo de arroz em Itaqui deixa dois mortos e vários intoxicados Itaqui
Um trágico incêndio em um silo de arroz, situado na rodovia de acesso ao trevo de Itaqui, marcou a manhã deste domingo (23), resultando na morte de duas pessoas e deixando diversas outras intoxicadas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h19 para debelar as chamas que consumiam a estrutura e realizar o resgate de trabalhadores.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais eram dois trabalhadores que entraram no secador de arroz sem a devida autorização da guarnição, vindo a desmaiar no interior da estrutura.
Apesar do rápido resgate e encaminhamento ao hospital, os dois homens não resistiram e faleceram.
Além das vítimas fatais, a ocorrência deixou dez pessoas intoxicadas, sendo quatro militares do Corpo de Bombeiros e seis civis.
Os militares que apresentaram sintomas foram prontamente atendidos e já receberam alta médica. Os civis, por sua vez, permanecem sob observação em unidade de saúde.
O incêndio teve início em um dos secadores de arroz do silo e demandou um intenso trabalho das equipes de bombeiros. Até o momento, os profissionais continuam no local realizando o resfriamento da estrutura para evitar novos focos.
Joicemar Ifran da Rosa(Pank), de 52 anos, e Ademir Ferreira da Roza Junior, de 34 anos, foram as vítimas fatais.
Os outros três colegas que foram prontamente socorridos e encaminhados ao Hospital São Patrício permanecem internados, recebendo os cuidados médicos necessários.
O Tenente Alex, comandante do pelotão do Corpo de Bombeiros, está à frente das operações no local.
As causas do incêndio e as circunstâncias que levaram à entrada não autorizada dos trabalhadores no secador estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.
A comunidade de Itaqui lamenta profundamente o ocorrido e aguarda atualizações sobre o estado de saúde dos civis que permanecem em observação. A identidade das vítimas fatais não foi divulgada até o momento.
Com informações do Portal do Ferreira
Imagem: reprodução SB News/ Portal do Ferreira
Agro Notícia
Safra gaúcha de grãos deve atingir 36,34 milhões de toneladas, estima Conab
Levantamento da estatal aponta queda na produção de soja e aumento nas produções de arroz, feijão, milho e trigo_
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou, nesta quinta-feira (13), que o Brasil pode alcançar um novo recorde na safra de grãos. O 6º levantamento da safra 2024/2025 projeta um volume de 328,31 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% (30,56 milhões de toneladas) em comparação à safra anterior.
O crescimento da produção e produtividade, especialmente para soja, milho e arroz, somado a um aumento de 2,1% na área plantada, é atribuído à conjuntura mercadológica favorável e à expectativa de condições climáticas mais adequadas ao desenvolvimento das culturas.
No Rio Grande do Sul, a produção deve atingir 36,34 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação à safra passada. O estado se mantém na posição de terceiro maior produtor de grãos no país, atrás de Mato Grosso e Paraná, seguido por Goiás. Já a área plantada está prevista em 10,45 milhões de hectares, um aumento de 0,3%.
A queda na produção foi motivada pela estiagem, que impactou principalmente a cultura da soja. No entanto, há perspectiva de excelente produção nas safras de arroz e milho.
Durante o levantamento, realizado no final de fevereiro, a estiagem persistia no estado. As lavouras foram impactadas por chuvas irregulares e mal distribuídas, com temporais associados às altas temperaturas, o que gerou a escassez de precipitações significativas, afetando reservatórios de água.
“O nosso estado, que produz 11% da safra nacional de grãos, enfrentou novamente desafios climáticos que impactaram negativamente a cultura da soja. No entanto, o 6º levantamento apresenta perspectivas positivas para as safras de milho e arroz, o que representa um benefício significativo para o estado e para o Brasil, já que o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz e de milho 1ª safra”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.
*Os números da safra gaúcha
Arroz e feijão – A produção de arroz deve atingir 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área plantada está estimada em 951,9 mil hectares, com crescimento de 5,7%. A expectativa é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, especialmente na Sul e na Fronteira Oeste, devido à boa rentabilidade da cultura no momento do plantio, ao bom volume de água nas barragens e rios durante o plantio e à possibilidade de preparo antecipado das áreas, o que favorece boas produtividades.
A produção de feijão deve alcançar 76,9 mil toneladas, um aumento de 7,3%. A área plantada está prevista em 48,5 mil hectares. O cultivo de feijão cores da 1ª safra está concentrado no Planalto Superior, onde se utiliza de bons pacotes tecnológicos. A semeadura começou em dezembro e foi concluída em janeiro. Mais de 60% das lavouras estão no enchimento de grãos e 30% em florescimento. Embora a estiagem tenha impactado o desenvolvimento, as condições climáticas na região foram menos severas, e as lavouras ainda apresentam bom potencial produtivo.
A semeadura do feijão preto da 2ª safra continua no estado. Iniciada em janeiro, a operação avançou lentamente até fevereiro, quando as chuvas melhoraram as condições do solo, permitindo um aumento rápido da área semeada, que atingiu 88% no final do mês. No Planalto Médio, que é a principal região produtora, as expectativas são boas, especialmente devido à alta proporção de lavouras irrigadas. Nessa região, 90% da área foi semeada, 20% está em emergência e 80% em desenvolvimento vegetativo.
Soja – A produção de soja está estimada em 17,1 milhões de toneladas, uma redução de 13,2% em relação à safra anterior, posicionando o estado como o 4º maior produtor da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área cultivada deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um incremento de 74,4 mil hectares (1,1% a mais que na safra 2023/2024).
As lavouras de soja continuam sendo afetadas pela falta de chuvas regulares. As semeadas mais tarde sofreram prejuízos significativos, com perdas que podem ser irreversíveis. A estimativa de produtividade é de 2.495 kg/ha, uma redução de 7,5% em relação ao levantamento anterior, 16,1% abaixo da estimativa inicial e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.
Milho – O RS é o maior produtor de milho 1ª safra. A semeadura foi concluída, e a colheita já ultrapassa 80%. A produção está prevista em 5,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,7%. A área plantada pode chegar a 719,6 mil hectares, uma redução de 11,7%. A estimativa de produtividade média foi ajustada para 7.664 kg/ha, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. Embora as lavouras ainda no campo tenham apresentado perdas, as lavouras já colhidas possibilitaram esse incremento. Apesar dos resultados positivos, algumas lavouras apresentaram perdas consolidadas devido à estiagem.
Trigo (safra 2025) – O estado gaúcho é o maior produtor de trigo no país. Para a safra de inverno de 2025, a produção deve crescer 4,4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. A área cultivada está prevista em 1,29 milhão de hectares, uma redução de 3,8% em relação ao ciclo de 2024. A produtividade média estimada é de 3.172 kg/ha. Os dados para o trigo, que será implantado por volta de maio, são baseados em modelos estatísticos e análises de mercado.
Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa
Agro Notícia
Rio Grande do Sul enfrenta perdas bilionárias devido à estiagem
De 2020 a 2024, estado acumula prejuízo de R$ 117,8 bilhões em sua produção agrícola, segundo Farsul
Desde dezembro do ano passado, o governo federal reconheceu os decretos de situação de emergência em 65 municípios do Rio Grande do Sul.
Esses municípios foram afetados por uma severa estiagem que comprometeu a produção agrícola do estado. A falta de chuvas resultou em uma perda estimada de 50% da produção agrícola gaúcha.
As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), oficializando a situação de emergência em diversas cidades. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a emergência em 22 municípios entre os dias 6 e 7 de março de 2025.
Entre os afetados estão Caçapava do Sul, Canguçu e Colorado, entre outros. Notavelmente, 12 desses municípios estão localizados na metade Sul do estado.
A situação em Bagé ilustra a gravidade da estiagem. A cidade anunciou racionamento de água a partir de 8 de março, evidenciando a crise hídrica.
A Barragem de Arvorezinha, esperança para mitigar os efeitos da seca, tem sua conclusão prevista apenas para 2028, após 17 anos de obras intermitentes. Em Bagé, as perdas na agricultura já superam R$ 70 milhões.
Em Canguçu, o impacto financeiro atingiu R$ 61 milhões até o momento do decreto de emergência. A estiagem não é um problema novo para o Rio Grande do Sul. De 2020 a 2024, o estado enfrentou perdas estimadas em R$ 117,8 bilhões, conforme dados da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).
Confira as cidades gaúchas com situação de emergência oficializada pelo governo federal até agora
- 07/03 – Alecrim, Bossoroca, Entre-Ijuís, Esmeralda, Guarani das Missões, Inhacorá, Lavras do Sul, Maximiliano de Almeida, Monte Belo do Sul, Pinhal Grande, Porto Vera Cruz, São José do Inhacorá e São Valério do Sul;
- 06/03 – Caçapava do Sul, Canguçu, Colorado, Miraguaí, Quatro Irmãos, Salvador das Missões, Santa Maria, Santa Rosa e São Borja;
- 26/02 – Dilermando de Aguiar, Entre Rios do Sul, Erval Seco, Quevedos, Rio dos Índios, Rolador, Sant’Ana do Livramento, Santa Bárbara do Sul e São Paulo das Missões;
- 25/02 – São Pedro do Butiá e Vitória das Missões;
- 20/02 – Faxinalzinho, Jaguari e Pirapó;
- 17/02 – Itacurubi, Jari, Roque Gonzales, São Gabriel, São Miguel das Missões e Silveira Martins;
- 14/02 – São Francisco de Assis e Unistalda;
- 12/02 – Cacequi, Esperança do Sul, Itaqui, Santiago e São Nicolau;
- 10/02 – Capão do Cipó, Independência, Maçambará, Porto Lucena, Toropi e Tupanciretã;
- 07/02 – Júlio de Castilhos, Nova Esperança do Sul, Rosário do Sul, Uruguaiana e Vila Nova do Sul;
- 03/02 – Manoel Viana e Santa Margarida do Sul;
- 19/02 – Doutor Maurício Cardoso e Arambaré
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