Contato

Saúde

Carnaval? Cidades cancelam festas públicas e liberam as privadas


source

BBC News Brasil

Carnaval 'só para rico'? Cidades cancelam festas públicas e liberam as privadas
Giulia Granchi – Da BBC News Brasil em São Paulo

Carnaval ‘só para rico’? Cidades cancelam festas públicas e liberam as privadas

Giulia Granchi – Da BBC News Brasil em São Paulo

Para muitos dos foliões que gostam de curtir o Carnaval de rua, aproveitando de forma gratuita os blocos que levam multidões em diferentes de cidades do Brasil, o clima atual não é assim tão festivo.

Em centenas de municípios, a festa popular, aberta ao público, foi cancelada por oferecer riscos à saúde diante da pandemia de covid-19.

Em grandes capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo, no entanto, ainda é possível participar de festas, mas só pagando.

A depender do que o evento oferece, a entrada pode ser mais barata ou mais cara.

Para um grande festival no Rio, com a apresentação de artistas como a dupla sertaneja Maiara e Maraísa, os ingressos vão de R$ 180 a R$ 710, por exemplo.

Cada festa deve cumprir com protocolos de saúde determinados pela cidade, o que está entre as justificativas das prefeituras para a liberação unilateral.

As determinações distintas para festas públicas e privadas dividiu opiniões.

Nas redes sociais, alguns criticam a existência de um Carnaval ‘só para quem pode pagar’, enquanto outros afirmam sentir mais segurança em locais que pedem teste de covid-19 negativo e comprovante de vacinação.

Os grandes desfiles de escola de samba também foram impactados pela pandemia. Em alguns lugares, as apresentações foram canceladas, e no Rio de Janeiro e São Paulo, locais que recebem milhares de pessoas na ocasião, foram adiados para abril.

Na opinião de Kaxitu Ricardo Campos, presidente da Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), as restrições específicas causam segregação.

“O ‘povão’ é obrigado a ficar em casa, mas quem tem dinheiro pode ir para as festas que acontecerão em todo o Brasil”, diz Campos.

“Todo o segmento da cultura, que sofreu bastante na pandemia, pôde se reorganizar e está retomando as atividades aos poucos. Mas com as restrições atuais, as escolas de samba ainda têm muita dificuldade em vários aspectos, desde a organização de ensaios até a angariação de fundos com patrocinadores e a vendas de fantasias. Acredito que há um preconceito contra as atividades do Carnaval e das escolas de samba, que está ligado ao racismo estrutural.”

De acordo com Campos, a ideia de criar a federação surgiu por ele e outros memblros observarem o fortalecimento de movimentos políticos conservadores no começo da última década.

“Percebemos que algumas ideologias passaram a afetar os desfiles, seja por parte de alguma prefeitura retirando apoio financeiro ou por narrativas religiosas, que dizem que o Carnaval infringe os ensinamentos de Deus, refletindo um preconceito com religiões de matrizes africanas e com culturas diferentes. Agora, a narrativa é a covid, e temos medo que no ano que vem aconteça o mesmo.”

Com aglomeração, nenhuma festa é totalmente segura

A ômicron é a variante do coronavírus predominante no Brasil atualmente, e por sua alta capacidade de transmissão, o melhor é evitar qualquer aglomeração, dizem especialistas.

Foliões comemoram o Carnaval

Divulgação
Nenhuma aglomeração é livre de riscos da covid-19, apontam especialistas

“A doença é transmitida quando pessoas sem máscara ficam a menos de um metro de distância no período de dois dias antes até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas”, diz a infectologista Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, professora e pesquisadora da PUCPR.

“O que acontece nessas festas, sejam elas de rua ou privadas, é que para comer ou beber, as pessoas tiram as máscaras. Independentemente do protocolo estabelecido, nada dá garantia total de proteção.”

Leia Também

A pesquisadora lembra ainda que os testes de covid-19 podem apresentar falsos negativos.

Ela também alerta para o fato de que pessoas com comorbidades ou sem o esquema de vacinação completo estão mais vulneráveis a desenvolver casos graves da doença.

Leia Também

“Se acabar se infectando, talvez quem você tenha em casa esteja mais vulnerável tenha mais dificuldade para superar a doença. Ir a um evento de Carnaval com muitas pessoas, seja ele público ou privado, é assumir riscos.”

Se a maior transmissão do vírus acontece, isso também favorece o aparecimento de novas variantes.

“Quando alguém é infectado, o processo de replicação viral feito pelo Sars-Cov-2 para se espalhar pelo corpo está sujeito a pequenos erros. De ‘cópia em cópia’, esse pequenos erros vão se juntando até formarem um erro maior, e assim surgem as mutações que chamamos de variantes de preocupação, como a delta e a ômicron”, explica a médica.

São Paulo e Belo Horizonte explicam restrições

Em resposta à BBC News Brasil, a Prefeitura de São Paulo afirma que, com a previsão de atrair até 15 milhões de pessoas vindas de várias regiões do Brasil e também de outros países, o ambiente do Carnaval seria propício à propagação da ômicron.

“Permitir eventos com os blocos de rua seria uma irresponsabilidade. O maior intuito da proibição é conter o avanço da pandemia, o que se sobrepõe a qualquer outro. A saúde e a vida da população devam ser os principais objetivos da ação pública”, afirmou a prefeitura por meio da assessoria de imprensa.

De acordo com a resposta, três coletivos de blocos de rua responsáveis por mais de um terço dos desfiles inicialmente agendados, anunciaram o cancelamento antes mesmo da Prefeitura.

“Isso mostra que a percepção dessa necessidade era, não só da administração municipal, mas também da sociedade civil.”

Pessoas comemoram Carnaval de rua no Rio de Janeiro

Riotur
Carnaval de rua do Rio de Janeiro atrai multidões e está suspenso desde o inicio da pandemia

Sobre o desfile de escolas de samba, a assessoria respondeu que a organização demanda tempo, já que as apresentações atraem turistas e necessitam de alto investimento que dificultaria ainda mais a situação das agremiações, caso fosse necessário um adiamento de última hora.

“A decisão pelo adiamento, tomada em conjunto com a Prefeitura do Rio de Janeiro, foi anunciada em janeiro deste ano, após parecer das autoridades de saúde dos dois municípios, com os indicadores e projeções possíveis à época. Os desfiles deverão ser realizados no feriado de Tiradentes.”

As festas e eventos particulares, disse a Prefeitura da capital paulista, estão sujeitos às regras estabelecidas pelas autoridades de saúde, sendo que os organizadores devem exigir o comprovante de vacinação.

“Anteriormente, o passaporte era obrigatório apenas para eventos acima de 500 pessoas, mas foi ampliado para todas as festas e similares, independentemente do público presente, justamente pelo aumento de casos com a chegada da variante ômicron. Pelas regras vigentes, os organizadores devem limitar o público a 70% da capacidade do local. Também é obrigatório o uso de máscaras em todos os momentos em que as pessoas não estiverem se alimentando, além de disponibilizar álcool em gel e propiciar condições para a higienização do público.”

A Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que decidiu não patrocinar o Carnaval, não realizar nenhum tipo de cadastro de blocos ou investimento em infraestrutura ou permitir desfiles de escolas de samba.

“A decisão segue as orientações da Nota Técnica do Comitê de Enfrentamento à covid-19, divulgada em novembro de 2021, que desaconselha que a administração incentive e que a população participe de eventos que possam implicar em grandes aglomerações públicas de pessoas, sem controle de entrada”, disse, por meio da assessoria de imprensa.

Ensaio da escola Mocidade com componentes usando máscaras

Reuters
Ensaio da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro, durante a pandemia

No caso de eventos privados, a Prefeitura diz que o protocolo vigente da cidade exige que os organizadores cobrem do público e dos funcionários a apresentação do comprovante da segunda dose da vacina contra a covid-19 ou do resultado negativo em teste da doença para a entrada nos espaços.

“Os testes devem ser do tipo RT-PCR, realizado até 48 horas antes do evento ou da atividade, ou teste pápido de antígeno, realizado 24 horas antes do evento ou da atividade. A regra é válida para eventos (casamentos, festas, partidas de futebol em estádios, corridas de rua e similares) com qualquer quantidade de público.”

A BBC News Brasil entrou em contato com as prefeituras de outras capitais, como Rio de Janeiro e Salvador, mas não recebeu resposta até o momento.


Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal .

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!

Fonte: IG SAÚDE

Publicidade
Comentários

Saúde

HOSPITAL SANTA CASA DE CARIDADE RECEBE EMENDA DO DEPUTADO FREDERICO ANTUNES

Nesta quinta-feira (22/5), o Hospital Santa Casa de Caridade de Alegrete, recebeu a confirmação do pagamento de uma emenda parlamentar de autoria do deputado estadual Frederico Antunes (Progressistas), no valor de R$ 200 mil. O recurso será utilizado para equipar a nova UTI Adulto, que irá contar com 10 novos leitos intensivos.

No total, o Avançar na Saúde já investiu R$ 10,2 milhões na Santa Casa, que foi o único hospital do estado beneficiado em todas as fases do programa. Além dos R$ 2,2 milhões do ambulatório e da casa de acolhimento, outros R$ 980 mil foram repassados para a construção da UTI. A previsão da direção do hospital é de que seja concluída até o final do ano.

“Só tenho a agradecer ao governador Eduardo Leite e a secretária Arita por mais essa parceria com a área da saúde do nosso Alegrete”, destacou Frederico Antunes. Todos esses recursos tem qualificado ainda mais os serviços prestados pelo hospital, que atualmente recebe 72% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Continue lendo

Saúde

Vacinação contra a gripe é ampliada para todas as idades em Alegrete

Alegrete agora oferece a vacina contra a gripe para toda a população a partir dos seis meses de idade

A medida segue a decisão da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de liberar a imunização para todas as faixas etárias. De acordo com Juliana Michael, chefe da vigilância epidemiológica de Alegrete, os moradores podem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para se vacinar e devem verificar os horários de funcionamento de cada unidade.

Até a última quinta-feira, 15 de maio, Alegrete alcançou uma cobertura vacinal geral de 32,25%. As taxas de vacinação para os grupos prioritários são: 37,66% entre idosos, 15,21% entre crianças e 30,39% entre gestantes. A meta do município é atingir 90% de cobertura nesses grupos.

No Rio Grande do Sul, mais de 1,4 milhão de pessoas já receberam a vacina contra a gripe este ano, o que representa 28,5% de cobertura entre crianças, idosos e gestantes. Para reforçar os estoques nos municípios, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) está distribuindo mais 703 mil doses de vacinas às coordenadorias regionais da SES.

A ampliação da vacinação para todas as idades visa aumentar a proteção da população contra a gripe, especialmente com a chegada do outono e inverno, períodos de maior circulação do vírus.

A vacina é segura e eficaz na prevenção das formas mais graves da doença e suas complicações. Portanto, procure a UBS mais próxima e garanta sua proteção e a de sua família.

Continue lendo

Saúde

Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

Continue lendo

Popular