Saúde
O que é a ‘covid incidental’ e que pistas nos dá sobre a ômicron
José Carlos Cueto – BBC News Mundo
Enquanto a onda de casos da ômicron quebra recordes de infecções em todo o mundo, a comunidade científica corre para entender o real impacto dessa variante do coronavírus.
As evidências levantadas até o momento apontam duas questões claras.
A primeira é que graças à proteção das vacinas, a imunidade natural e as mudanças no vírus, a ômicron parece menos violenta que suas antecessoras.
A segunda é que sua transmissão ocorre tão rapidamente que o avanço dela desafia a saúde pública e a recuperação econômica.
O Reino Unido, devido ao seu alto número de contágios, ao seu extenso programa de testes e à capacidade de sequenciamento do vírus, oferece pistas rápidas e confiáveis sobre o comportamento da ômicron.
E uma das características dessa onda no país parece ser a relevância dos chamados casos de “covid incidental”, um fenômeno que pode mudar a forma como medimos o impacto real da pandemia.
Mas em que consistem esses casos?
Covid como causa secundária
A “covid incidental” é um termo que membros da equipe de saúde e cientistas do Reino Unido têm usado para designar os casos daqueles que vão ao hospital por uma doença diferente da provocada pelo coronavírus, mas que, ali, descobrem que também estão com o vírus.
Ou seja, pacientes que estão supostamente no hospital “com covid”, mas não “pela covid”.
A ômicron se espalha tão rapidamente que uma porcentagem considerável da população, assintomática ou não, tem o vírus sem saber. Portanto, é possível que a pessoa busque atendimento no hospital, por exemplo, por causa de apendicite, e que, uma vez internada, teste positivo para o coronavírus. Em outros casos, é possível que sejam infectados no próprio hospital.
Esses positivos são incluídos igualmente nos dados diários de infecções e hospitalizações com o vírus.
Dados da semana passada sugerem que um terço dos internados em hospitais na Inglaterra estavam nessa posição.
Isso, argumentam políticos e cientistas, pode estar causando uma imagem distorcida do impacto dessa onda.
Mas isso é um fato bom ou ruim? Isso significa que estamos superestimando a capacidade de infecção dessa nova variante?
Ainda é cedo para tirarmos conclusões. Os especialistas esperam que o cenário fique mais claro com o passar das semanas.
Além disso, a situação pode variar conforme cada país em razão das diferenças demográficas e epidemiológicas.
Debate aumentando
Chris Hopson, diretor do NHS Providers (parte do sistema de saúde público do Reino Unido), falou em seu perfil no Twitter, no fim de dezembro passado, sobre o impacto dos casos de “covid incidental”.
Ele alertou, entre outras questões, sobre a maior proporção de “pacientes assintomáticos internados no hospital por outras razões e que logo testaram positivo para a covid, o que alguns estão descrevendo como ‘covid incidental'”.
Alguns receberam essa observação como uma boa notícia, como mais uma prova da menor gravidade dos casos da ômicron.
Várias reportagens publicadas na imprensa britânica questionam se é a hora de mudar a forma como o impacto da pandemia é medido.
Os dados mostram que, apesar do recorde de infecções, as hospitalizações por covid aumentam em um ritmo muito menor que as ondas anteriores.
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Mas especialistas consultados pela BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, insistem que é muito cedo para determinar o real potencial de impacto da ômicron.
O que é possível afirmar no momento atual é que essa nova variante está gerando novos desafios.
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Menos pneumonia, mais dano autoimune
O professor David Strain, na Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, diz à BBC que a ômicron está provocando menos casos de pneumonia e que muitos dos pacientes não chegam ao hospital tendo a covid como causa primária para a busca por atendimento.
A pneumonia é uma das complicações mais sérias após a infecção pelo coronavírus e é a causa final da morte de muitos infectados, principalmente idosos e pacientes imunossuprimidos.
No entanto, Strain afirma que “não diria que isso é exatamente uma boa notícia”.
Essa variante implica em uma maior chance de ser infectado mesmo tendo sido vacinado. E nos casos de quem não se vacinou, pode ter efeitos mais graves.
“Muitos pacientes, principalmente os mais jovens, entre 20 e 30 anos, continuam chegando muito doentes. São pacientes que não têm pneumonia, mas sofrem com a segunda parte da infecção, a que provoca uma sobrecarga de problemas inflamatórios como coágulos sanguíneos ou edemas”, explica Strain.
Os pacientes que sofrem de doenças crônicas como diabetes, problemas cardiovasculares ou colite ulcerativa, por exemplo, estão mais expostos a esse tipo de resposta autoimune.
“Como a gripe, a covid-19 pode agravar esses tipos de doenças médicas, assim como problemas nos pulmões, nos rins e no cérebro”, diz o virologista Julian Tang, especialista em doenças respiratórias pela Universidade de Leicester, no Reino Unido.
Strain explica que esses são os pacientes que, quando dão entrada no hospital, podem também figurar como casos de “covid incidental”.
“Mas mesmo que sejam internados por problemas relacionados à sua doença cardiovascular, se eles têm covid é muito provável que a infecção tenha sido o que piorou a condição anterior”, explica Strain.
Como consequência, isso leva a “uma permanência mais longa, um aumento nas admissões recorrentes e uma maior frequência de consultas ambulatoriais”, acrescenta Tang.
Em síntese, embora os casos de “covid incidental” pareçam excluir complicações como a pneumonia, esses pacientes continuam a representar um desafio causado pelo vírus para os profissionais e para o sistema de saúde.
“É certo que os casos de “covid incidental” não são internações diretas e geralmente não têm pneumonia, mas no fim são pacientes cujas enfermidades deterioraram definitivamente por causa da covid”, explica Strain.
Os profissionais de saúde afetados
Tang lista outros problemas em razão da alta taxa de contágios da ômicron e dos casos de “covid incidental”.
“Esta onda está causando muitas ausências de profissionais de saúde em hospitais, porque as vacinas e a dose de reforço oferecem uma proteção incompleta em relação à variante ômicron”, declara Tang.
“Se não houver pessoal suficiente, isso afeta de maneira indireta e piora as perspectivas para os pacientes”, explica o especialistas.
Portanto, segundo Tang, “os casos de “covid incidental” seguem como importantes do ponto de vista do controle de infecção e de saúde pública”, acrescenta.
“Estamos vendo um aumento no número de pessoas que vão ao hospital, mais baixas de pessoal de saúde e tudo isso aumenta a pressão” sobre o sistema de saúde, admitiu Chris Hopson em recente entrevista à BBC.
Enquanto isso, o governo do Reino Unido, chefiado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, descarta a aplicação de mais medidas restritivas, alegando que a ômicron é “claramente mais leve” que as outras variantes.
Porém, ele reconhece que a pressão sobre os serviços públicos de saúde será “considerável” nas próximas semanas e diz que seria um “absurdo” pensar que a pandemia acabou.
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Saúde
Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde
Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre
Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.
A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.
Saúde
Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil
Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos
A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.
A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.
Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.
Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.
A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.
No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.
Com informações do JC
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
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