Saúde
Temporada de viroses associada à flexibilização preocupa médicos
A chegada do outono no próximo dia 20 abre a temporada de maior incidência de vírus respiratórios no Brasil e coincide, neste ano, com o fim do isolamento social e a flexibilização do uso de máscaras . Após a baixa exposição da população aos vírus em 2020 e 2021, justamente por conta do confinamento e das medidas protetivas, a mudança de estação deixa o setor de saúde em alerta.
Segundo especialistas, representam risco para crianças, idosos e imunossuprimidos o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório (VSR), que não possui vacina. Fora isso, o que mais preocupa é a baixa cobertura vacinal do sarampo .
A infectologista Rosana Richtmann, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, defende que a campanha de vacinação de gripe , prevista para abril, inclua também a vacina do sarampo para crianças de até 5 anos de idade. Para ela, nesta faixa etária a doença é mais perigosa do que a própria Covid-19:
“A realidade é que não tivemos campanha de vacinação no Brasil nos últimos dois anos, e é urgente vacinar contra o sarampo, que pode causar doenças como encefalite e meningite e levar crianças à morte”, diz.
Foram as baixas taxas de imunização que permitiram o ressurgimento do sarampo no país em 2018 e o surto ocorrido em 2019, com mais de 20 mil casos.
Um levantamento feito a pedido do GLOBO pela pesquisadora de políticas públicas Marina Bozzetto, da Universidade de São Paulo (USP), com dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mostra que em 2021 a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) teve cobertura de 71,5%, abaixo da meta de 95% necessária para imunidade coletiva. A segunda dose e a dose única da tetraviral, que inclui ainda a varicela (catapora), atingiram somente 56%.
Em 2020, a cobertura da primeira dose ficou em 79%, segundo dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde.
Mistura perigosa
O infectologista Julio Croda alerta que a queda da cobertura vacinal contra várias doenças, aliada à alta de transmissão de vírus respiratórios e à redução de medidas protetivas, pode ser uma combinação explosiva.
“Com o aumento sazonal dos vírus respiratórios, junto com a volta às escolas e atividades sem uso de máscaras, a tendência é que essas doenças voltem a circular na mesma ou maior intensidade do passado, seja por conta da baixa cobertura ou pelo fato de que o vírus não circula há muito tempo e a população, de certa forma, perde a proteção. Pode haver surtos”, diz Croda.
Os adultos também estarão mais expostos. Tanto influenza quanto VSR, um dos principais causadores de infecção aguda nas vias respiratórias, podem provocar inflamação nos brônquios e pneumonia. Em crianças, o VSR pode deixar sequelas respiratórias, como asma.
Calcula-se que 90% das crianças de até 2 anos, nascidas durante a pandemia, terão agora o primeiro contato com o VSR.
A gripe terá vacina este ano com duas novas linhagens de vírus, o H3N2 (Influenza A), responsável por surtos entre o fim de 2021 e janeiro, e a Victoria (Influenza B). Até agora, o Instituto Butantan entregou dois milhões das 80 milhões de doses previstas no acordo com o governo federal. Ainda não há data prevista para o início da campanha, que costuma começar em abril para os grupos de risco (idosos, gestantes e crianças).
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Para Alberto Chebabo, infectologista da Dasa e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), há outro complicador. Embora não se saiba se a Ômicron continuará a circular, parte da população chegará ao inverno com menos anticorpos contra a Covid:
“Há uma queda de anticorpos a partir do quarto ao sexto mês após a última dose da vacina. Pode ser que a gente chegue nos meses de maio a julho com um aumento no número de casos de pessoas suscetíveis.”
Ekaterini Goudouris, diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, diz que alérgicos também são mais vulneráveis a infecções virais, já que as mucosas das vias respiratórias mantêm um patamar mínimo de inflamação que expõe receptores aos vírus.
“Se sai todo mundo do casulo com baixa cobertura vacinal, pode aumentar a incidência de qualquer tipo de vírus”, diz ela, que defende a manutenção de máscaras em ambientes fechados e a não aglomeração.
Entre os vírus comuns nesta época do ano estão ainda o rinovírus e o adenovírus, por exemplo. Em geral, inicialmente todos produzem quadros respiratórios semelhantes, o que ajuda a lotar hospitais. Os sintomas são também parecidos com os da Ômicron.
Testagem completa
Com a popularização da testagem, é possível submeter o paciente a um painel viral, para identificar o que causa a infecção. Maria Amparo Martínez, coordenadora da Pediatria do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, acredita que o número de casos de problemas respiratórios deve aumentar neste ano. Além da sazonalidade, ela lembra que têm ocorrido surtos mais frequentes, como o de bronquiolite, que aumentou a internação de crianças entre outubro e dezembro de 2021.
“Além disso, cada vez mais percebemos que as crianças estão infectadas por mais de um vírus ao mesmo tempo”, diz ela.
Na primeira infância, explica, 80% das doenças infecciosas são virais. Para os especialistas, vacinar contra a gripe e manter o calendário dos demais imunizantes em dia é essencial. Embora viroses sejam comuns, elas podem levar a infecções secundárias, caso da pneumonia. Estudos mostram ainda que, para os adultos, depois da contaminação pela influenza, crescem os infartos e arritmias cardíacas.
“Está provado que o vírus influenza está relacionado a complicações cardiovasculares. Na semana que sucede uma gripe, aumenta o risco”, diz Rosana Richtmann, do Emílio Ribas.
Segundo a infectologista, é preciso atenção em anos pós-pandêmicos:
“É preciso estar muito alerta. Devemos ter um número maior de casos de influenza, e isso reforça a importância da vacinação.”
Saúde
Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde
Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre
Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.
A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.
Saúde
Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil
Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos
A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.
A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.
Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.
Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.
A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.
No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.
Com informações do JC
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
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