Contato

Agro Notícia

Sindicato equilibra contas com alugueis e até “hotel” para cavalos


O fim da contribuição sindical obrigatória, em 2017, caiu como uma bomba nas finanças do Sindicato Rural de Tibagi, nos Campos Gerais. De uma hora para a outra, a entidade teve de colocar o pé no freio, cortar gastos e fazer uma rápida adaptação para sobreviver. O começo foi turbulento, mas com criatividade e a ajuda do Programa de Sustentabilidade Sindical (PSS), criado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, a entidade conseguiu achar um novo equilíbrio. Entre as principais estratégias adotadas nesse novo cenário estão o aluguel de salas dentro do próprio sindicato, e em prédios externos pertencentes à instituição, e até mesmo a instalação de um hotel para cavalos, em uma parceria com a prefeitura do município.

https://www.youtube.com/watch?v=ArbescTXdHU

A primeira atitude após o fim da contribuição obrigatória foi cortar gastos. O processo de enxugar os custos envolveu, por exemplo, deixar de participar de alguns eventos e também mudar a forma de compra de insumos. “Antes nós comprávamos em pequenas quantidades, o que não nos dava margens para negociação. Agora, fazemos compras maiores e também mudamos nossos fornecedores”, revela a colaboradora do sindicato Joyce Hellen da Rocha Turra.

Funcionários prestam serviços aos produtores no Sindicato Rural Tibagi, nos Campos Gerais

De forma simultânea, a diretoria do sindicato se mobilizou para aumentar a receita. Dentro do próprio prédio da entidade foram liberadas quatro salas de 20 metros quadrados cada – hoje ocupadas por prestadores de serviço como esteticista, manicure e fisioterapeuta. Um prédio nos fundos do terreno do sindicato, com um total de 400 metros quadrados, passou por melhorias e, posteriormente, foi alugado para a prefeitura. A antiga sede do sindicato, da mesma forma, foi alugada. Com isso, somente com alugueis, o sindicato passou a arrecadar quase R$ 6 mil por mês.

Outra fonte de renda importante da entidade sindical vem de um “hotel” para cavalos. Em parceria com a prefeitura da cidade, a instituição representante dos produtores rurais obteve um espaço dentro do Centro de Eventos do município. Lá foi montada uma estrutura de cocheiras e se cobra um valor mensal para cuidar de animais de terceiros. Tirando as despesas com o funcionário, a estrutura gera em torno de R$ 2 mil mensais fixos de receita líquida.

Maurício Chizini Barreto, presidente do Sindicato Rural de Tibagi (à direita) recebe produtor rural

“Tivemos que reestruturar algumas coisas no sindicato, mas hoje oferecemos mais serviços para os produtores rurais. Hoje conseguimos continuar oferecendo com a mesma qualidade”, reflete Maurício Chizini Barreto, presidente do sindicato.

As prestações de serviço como declaração de Imposto Territorial Rural (ITR), folha de pagamento, Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR), contratos em geral, Certificação Digital e Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) também geram renda ao sindicato. Em média, entram no caixa em torno de R$ 1 mil que ajudam na manutenção das contas. Os produtores associados recebem descontos nesses serviços, enquanto os não associados têm um valor um pouco mais alto cobrado pela entidade.

PSS
Todo esse processo de adequações contou com o apoio do Programa de Sustentabilidade Sindical (PSS), do Sistema FAEP/SENAR-PR, em prática desde 2017. Segundo Maurício César do Valle Gomes, secretário do Sindicato Rural de Tibagi, a iniciativa ajudou a tirar algumas ideias do papel. “Com o passar do tempo o sindicato foi trabalhando e chegando a um ponto em que estamos equilibrados entre receitas e despesas, até um certo superávit, pequeno por enquanto”, conta.

Prédio nos fundos do Sindicato Rural é uma fonte de renda para a instituição

O presidente da entidade considera que as informações levadas à instituição pelo PSS foram proveitosas e geraram uma oxigenação nas ideias. “Uma coisa que implantei quando assumi a presidência foi o informativo das nossas ações. Estamos fazendo o informativo online mensalmente com os serviços ofertados pelo sindicato. Foi uma ideia que surgiu no programa”,
destaca Barreto. “Também a questão de enfatizar mais a visão e a missão do sindicato, a gente conseguiu dar uma organizada a partir do programa. Trouxe maior movimentação, nos ajudou a passar por essa fase”, complementa.

Salas onde antes ocorriam atividades do sindicato rural, agora são alugadas para fins diversos

Uma das estratégias para melhorar esse cenário, segundo o presidente, é promover mais reuniões e fazer os produtores ficarem sabendo das conquistas do sindicato rural e do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Agora estamos consolidando a marca do sindicato, trazendo mais público para que conheça a entidade e os serviços. Muitas vezes o produtor não vem para o sindicato por não saber os serviços que temos aqui. Por isso, estamos com uma série de reuniões temáticas programadas. Em 2021, já fizemos sobre a ovinocultura, energia solar e outorga da água. Temos trazido esses produtores para dentro do sindicato para mostrar a importância de se associar”, revela o presidente.

A administradora do Sindicato Rural de Tibagi ratifica a importância dos agricultores e pecuaristas entenderem a importância do sindicato rural. “Ainda temos alguns preconceitos quando se fala a palavra sindicato. Alguns produtores não entendem a importância da nossa entidade, de representatividade. Nosso maior desafio hoje é que o produtor conheça a importância da classe”, crava.

Até mesmo um hotel para cavalos está entre as atividades que geram receita ao sindicato
Fonte: CNA Brasil

Publicidade
Comentários

Agro Notícia

Incêndio em silo de arroz em Itaqui deixa dois mortos e vários intoxicados Itaqui

Um trágico incêndio em um silo de arroz, situado na rodovia de acesso ao trevo de Itaqui, marcou a manhã deste domingo (23), resultando na morte de duas pessoas e deixando diversas outras intoxicadas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h19 para debelar as chamas que consumiam a estrutura e realizar o resgate de trabalhadores.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais eram dois trabalhadores que entraram no secador de arroz sem a devida autorização da guarnição, vindo a desmaiar no interior da estrutura.

Apesar do rápido resgate e encaminhamento ao hospital, os dois homens não resistiram e faleceram.
Além das vítimas fatais, a ocorrência deixou dez pessoas intoxicadas, sendo quatro militares do Corpo de Bombeiros e seis civis.

Os militares que apresentaram sintomas foram prontamente atendidos e já receberam alta médica. Os civis, por sua vez, permanecem sob observação em unidade de saúde.

O incêndio teve início em um dos secadores de arroz do silo e demandou um intenso trabalho das equipes de bombeiros. Até o momento, os profissionais continuam no local realizando o resfriamento da estrutura para evitar novos focos.

Joicemar Ifran da Rosa(Pank), de 52 anos, e Ademir Ferreira da Roza Junior, de 34 anos, foram as vítimas fatais.

 

Os outros três colegas que foram prontamente socorridos e encaminhados ao Hospital São Patrício permanecem internados, recebendo os cuidados médicos necessários.

O Tenente Alex, comandante do pelotão do Corpo de Bombeiros, está à frente das operações no local.

As causas do incêndio e as circunstâncias que levaram à entrada não autorizada dos trabalhadores no secador estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.

A comunidade de Itaqui lamenta profundamente o ocorrido e aguarda atualizações sobre o estado de saúde dos civis que permanecem em observação. A identidade das vítimas fatais não foi divulgada até o momento.

Com informações do Portal do Ferreira

Imagem: reprodução SB News/ Portal do Ferreira

Continue lendo

Agro Notícia

Safra gaúcha de grãos deve atingir 36,34 milhões de toneladas, estima Conab

Levantamento da estatal aponta queda na produção de soja e aumento nas produções de arroz, feijão, milho e trigo_

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou, nesta quinta-feira (13), que o Brasil pode alcançar um novo recorde na safra de grãos. O 6º levantamento da safra 2024/2025 projeta um volume de 328,31 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% (30,56 milhões de toneladas) em comparação à safra anterior.

O crescimento da produção e produtividade, especialmente para soja, milho e arroz, somado a um aumento de 2,1% na área plantada, é atribuído à conjuntura mercadológica favorável e à expectativa de condições climáticas mais adequadas ao desenvolvimento das culturas.

No Rio Grande do Sul, a produção deve atingir 36,34 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação à safra passada. O estado se mantém na posição de terceiro maior produtor de grãos no país, atrás de Mato Grosso e Paraná, seguido por Goiás. Já a área plantada está prevista em 10,45 milhões de hectares, um aumento de 0,3%.

A queda na produção foi motivada pela estiagem, que impactou principalmente a cultura da soja. No entanto, há perspectiva de excelente produção nas safras de arroz e milho.

Durante o levantamento, realizado no final de fevereiro, a estiagem persistia no estado. As lavouras foram impactadas por chuvas irregulares e mal distribuídas, com temporais associados às altas temperaturas, o que gerou a escassez de precipitações significativas, afetando reservatórios de água.

“O nosso estado, que produz 11% da safra nacional de grãos, enfrentou novamente desafios climáticos que impactaram negativamente a cultura da soja. No entanto, o 6º levantamento apresenta perspectivas positivas para as safras de milho e arroz, o que representa um benefício significativo para o estado e para o Brasil, já que o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz e de milho 1ª safra”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.

*Os números da safra gaúcha

Arroz e feijão – A produção de arroz deve atingir 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área plantada está estimada em 951,9 mil hectares, com crescimento de 5,7%. A expectativa é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, especialmente na Sul e na Fronteira Oeste, devido à boa rentabilidade da cultura no momento do plantio, ao bom volume de água nas barragens e rios durante o plantio e à possibilidade de preparo antecipado das áreas, o que favorece boas produtividades.

A produção de feijão deve alcançar 76,9 mil toneladas, um aumento de 7,3%. A área plantada está prevista em 48,5 mil hectares. O cultivo de feijão cores da 1ª safra está concentrado no Planalto Superior, onde se utiliza de bons pacotes tecnológicos. A semeadura começou em dezembro e foi concluída em janeiro. Mais de 60% das lavouras estão no enchimento de grãos e 30% em florescimento. Embora a estiagem tenha impactado o desenvolvimento, as condições climáticas na região foram menos severas, e as lavouras ainda apresentam bom potencial produtivo.

A semeadura do feijão preto da 2ª safra continua no estado. Iniciada em janeiro, a operação avançou lentamente até fevereiro, quando as chuvas melhoraram as condições do solo, permitindo um aumento rápido da área semeada, que atingiu 88% no final do mês. No Planalto Médio, que é a principal região produtora, as expectativas são boas, especialmente devido à alta proporção de lavouras irrigadas. Nessa região, 90% da área foi semeada, 20% está em emergência e 80% em desenvolvimento vegetativo.

Soja – A produção de soja está estimada em 17,1 milhões de toneladas, uma redução de 13,2% em relação à safra anterior, posicionando o estado como o 4º maior produtor da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área cultivada deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um incremento de 74,4 mil hectares (1,1% a mais que na safra 2023/2024).

As lavouras de soja continuam sendo afetadas pela falta de chuvas regulares. As semeadas mais tarde sofreram prejuízos significativos, com perdas que podem ser irreversíveis. A estimativa de produtividade é de 2.495 kg/ha, uma redução de 7,5% em relação ao levantamento anterior, 16,1% abaixo da estimativa inicial e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.

Milho – O RS é o maior produtor de milho 1ª safra. A semeadura foi concluída, e a colheita já ultrapassa 80%. A produção está prevista em 5,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,7%. A área plantada pode chegar a 719,6 mil hectares, uma redução de 11,7%. A estimativa de produtividade média foi ajustada para 7.664 kg/ha, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. Embora as lavouras ainda no campo tenham apresentado perdas, as lavouras já colhidas possibilitaram esse incremento. Apesar dos resultados positivos, algumas lavouras apresentaram perdas consolidadas devido à estiagem.

Trigo (safra 2025) – O estado gaúcho é o maior produtor de trigo no país. Para a safra de inverno de 2025, a produção deve crescer 4,4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. A área cultivada está prevista em 1,29 milhão de hectares, uma redução de 3,8% em relação ao ciclo de 2024. A produtividade média estimada é de 3.172 kg/ha. Os dados para o trigo, que será implantado por volta de maio, são baseados em modelos estatísticos e análises de mercado.

Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa

Continue lendo

Agro Notícia

Rio Grande do Sul enfrenta perdas bilionárias devido à estiagem

De 2020 a 2024, estado acumula prejuízo de R$ 117,8 bilhões em sua produção agrícola, segundo Farsul

Desde dezembro do ano passado, o governo federal reconheceu os decretos de situação de emergência em 65 municípios do Rio Grande do Sul.

Esses municípios foram afetados por uma severa estiagem que comprometeu a produção agrícola do estado. A falta de chuvas resultou em uma perda estimada de 50% da produção agrícola gaúcha.

As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), oficializando a situação de emergência em diversas cidades. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a emergência em 22 municípios entre os dias 6 e 7 de março de 2025.

Entre os afetados estão Caçapava do Sul, Canguçu e Colorado, entre outros. Notavelmente, 12 desses municípios estão localizados na metade Sul do estado.

A situação em Bagé ilustra a gravidade da estiagem. A cidade anunciou racionamento de água a partir de 8 de março, evidenciando a crise hídrica.

A Barragem de Arvorezinha, esperança para mitigar os efeitos da seca, tem sua conclusão prevista apenas para 2028, após 17 anos de obras intermitentes. Em Bagé, as perdas na agricultura já superam R$ 70 milhões.

Em Canguçu, o impacto financeiro atingiu R$ 61 milhões até o momento do decreto de emergência. A estiagem não é um problema novo para o Rio Grande do Sul. De 2020 a 2024, o estado enfrentou perdas estimadas em R$ 117,8 bilhões, conforme dados da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).

Confira as cidades gaúchas com situação de emergência oficializada pelo governo federal até agora

  • 07/03 – Alecrim, Bossoroca, Entre-Ijuís, Esmeralda, Guarani das Missões, Inhacorá, Lavras do Sul, Maximiliano de Almeida, Monte Belo do Sul, Pinhal Grande, Porto Vera Cruz, São José do Inhacorá e São Valério do Sul;
  • 06/03 – Caçapava do Sul, Canguçu, Colorado, Miraguaí, Quatro Irmãos, Salvador das Missões, Santa Maria, Santa Rosa e São Borja;
  • 26/02 – Dilermando de Aguiar, Entre Rios do Sul, Erval Seco, Quevedos, Rio dos Índios, Rolador, Sant’Ana do Livramento, Santa Bárbara do Sul e São Paulo das Missões;
  • 25/02 – São Pedro do Butiá e Vitória das Missões;
  • 20/02 – Faxinalzinho, Jaguari e Pirapó;
  • 17/02 – Itacurubi, Jari, Roque Gonzales, São Gabriel, São Miguel das Missões e Silveira Martins;
  • 14/02 – São Francisco de Assis e Unistalda;
  • 12/02 – Cacequi, Esperança do Sul, Itaqui, Santiago e São Nicolau;
  • 10/02 – Capão do Cipó, Independência, Maçambará, Porto Lucena, Toropi e Tupanciretã;
  • 07/02 – Júlio de Castilhos, Nova Esperança do Sul, Rosário do Sul, Uruguaiana e Vila Nova do Sul;
  • 03/02 – Manoel Viana e Santa Margarida do Sul;
  • 19/02 – Doutor Maurício Cardoso e Arambaré

 

Continue lendo

Popular