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Um ano da crise do oxigênio em Manaus: a realidade cruel das vítimas


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Crise do oxigênio em Manaus
Reprodução: Redes Sociais

Crise do oxigênio em Manaus

Há um ano, o colapso do oxigênio em Manaus, capital do Amazonas, marcava um dos momentos mais trágicos da pandemia do novo coronavírus. O estado foi o primeiro a sofrer com os impactos da segunda onda da Covid-19, causada pela nova Cepa P.1, originária do Amazonas. Em 14 de janeiro de 2021, Manaus era sufocada pela falta de oxigênio em hospitais. 

“Quando percebemos que o sistema de saúde realmente estava colapsando, foi um caos, todas as reportagens falando de Manaus e mostrando pessoas na porta dos hospitais, desesperadas, suplicando por atendimento, suplicando pela vida! E a realidade pessoalmente foi ainda mais cruel!”, disse Giulia Dryeli Rocha da Silva, de 24 anos, filha de uma paciente que sofreu com a falta de oxigênio em Manaus.

Rosarita Aparecida Rocha da Silva, de 56 anos, foi diagnosticada com a forma grave da Covid-19. Ela precisou de mais de 30L de oxigênio, segundo a filha.

Rosita sendo cuidada por sua família
FOTO: Arquivo Pessoal

Rosita sendo cuidada por sua família

Giulia conta que não havia mais vagas nos hospitais da capital amazonense. Ela teve que comprar oxigênio para tratar da mãe em casa. “Pra minha mãe não morrer, tivemos que montar praticamente um leito de hospital no meu quarto! Com cilindro de oxigênio, aparelho VNI e cadeira de rodas”, diz a jovem.

Rosita utilizando o cilindro de oxigênio em casa
FOTO: Arquivo Pessoal

Rosita utilizando o cilindro de oxigênio em casa

A busca por um cilindro de oxigênio foi desesperadora. “Foi uma luta pra conseguir, pois, chegávamos nos locais e tinha fila, já aconteceu situação de eu ligar e combinar a retirada, chegar no local e outra pessoa já ter comprado o cilindro, pois chegou primeiro, ou então situação de acabar o oxigênio na fila da recarga deixando todos de mãos atadas”, relata Giulia.

Para salvar a mãe, a família de Giulia gastou R$ 7.000,00 em um cilindro com 3L de oxigênio. “Não tive alternativa, compramos no valor oferecido e infelizmente muita gente se aproveitou dessa situação”. 

A história de Rosita, felizmente, acabou bem. A mãe de Giulia conseguiu se recuperar da Covid-19 após dois meses lutando pela vida, graças as oportunidades que a família teve em conseguir ampará-la. 

“Fico pensando, e se não tivéssemos condições pra isso? E quem não teve condições? Vi casos de pessoas levando parente na porta do hospital aonde negaram atendimento por conta de ter atingido a capacidade máxima”, disse Giulia.

Naquele mês, o Amazonas registrava recordes de internação por Covid e superlotava as unidades de saúde. A situação ocorreu nos principais hospitais de Manaus, como Hospital 28 de Agosto, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, e Serviços de Pronto-Atendimento (SPA) pela cidade.

O caos instaurado era tão grande que médicos da linha de frente pediam oxigênio nas redes sociais. Foi o caso do Doutor Afremon Neto, coordenador de UTI do HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas). 

“A gente tá sem oxigênio pros pacientes. A previsão é de que acabe em duas horas, Já houveram baixas de pacientes aqui então quem tiver oxigênio em casa por favor traga aqui pro hospital que vai ser bem vindo”, afirma Afremon.

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Investigações na CPI 

O relatório final da CPI da Covid indica que o governo amazonense apresentou documentos que comprovam o pedido ao governo federal de envio da Força Nacional para auxiliar no atendimento aos pacientes com Covid-19 ainda no final de 2020, quando os hospitais de Manaus começaram a lotar. Contudo, segundo o colegiado, o pedido foi ignorado pelo Ministério da Saúde.

O documento ainda aponta que a White Martins, fornecedora de oxigênio, vinha relatando em 2020 o aumento do consumo de oxigênio nos hospitais e que os governos estadual e federal não se manifestaram para evitar o colapso.

A comissão pediu o indiciamento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e da secretária Mayra Pinheiro, pois, segundo os senadores, os dois cometeram o crime de prevaricação e crimes contra a humanidade. 

O relatório final afirma que, diante da crise no Amazonas, Pazuello e Mayra teriam “permanecido inertes e focado atenção no tratamento precoce”, este sem eficácia comprovada cientificamente.

“Manaus se tornou um laboratório humano”, diz o documento.

Ninguém foi responsabilizado

Apesar das investigações e da revolta gerada na época, ninguém foi responsabilizado pela crise do oxigênio até hoje. O estado do Amazonas ainda enfrenta uma nova onda de casos de Covid-19, causada pela variante ômicron. 

Ainda com o grande número de casos, a situação hoje é menos grave, pois a nova cepa encontra um país vacinado em sua maioria e desagrava a crise. No Amazonas, dados apontam que, no momento, 65,45% da população do estado estão com o esquema vacinal completo.

Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

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Saúde

Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil

Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos

A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.

A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.

Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.

Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.

A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.

Com informações do JC

 

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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