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‘Flurona’: Entenda a infecção simultânea por covid-19 e influenza


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Em São Paulo, 24 pessoas já testaram positivo para covid-19 e influenza ao mesmo tempo
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Em São Paulo, 24 pessoas já testaram positivo para covid-19 e influenza ao mesmo tempo

A imprevisibilidade da covid-19 ainda faz com que os diagnósticos venham acompanhados de susto e, muitas vezes receio. Imagine, ao mesmo tempo, receber também a informação de que um exame de Influenza, nome dado aos vírus que causam gripe, também deu positivo.

Foi o que aconteceu com Marcela Arribet, de 31 anos. Nos últimos dias de dezembro, ela testou positivo para Influenza após realizar um exame na rede pública de saúde, em São Paulo. Com os remédios em mãos, ela foi para casa e iniciou o período recomendado de isolamento. No dia 28 de dezembro, veio a surpresa: ao realizar o teste de covid-19 de forma preventiva antes de viajar para o Réveillon, ela descobriu que também estava com covid-19.

“Foi uma surpresa. Eu nem sabia que isso era possível. Aliás, soube ontem, depois que minha irmã disse que viu notícias nos jornais” conta. Entre os sintomas, a atriz relata ter apresentado febre, tosse seca e dores de cabeça. Agora, ainda em repouso, ela aguarda o fim do período recomendado para voltar às atividades.

O que para nós, leigos, parece uma surpresa, na verdade, não é tão novidade assim. Segundo a Dra. Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a dupla infecção já teve casos relatados em 2020, ainda nos primeiros meses da pandemia, em outros países.

“[Flurona] É um apelido que deram para uma situação observada no início da pandemia, temos publicações sobre isso. É uma coinfecção, e já sabíamos que isso poderia acontecer muito antes da covid. Não é uma grande novidade em termos de infecção respiratória, pode acontecer, e na situação que estamos vivendo, com aumento de incidência de influenza e o surgimento de uma variante – que embora menos agressiva, mais transmissível – foi uma situação muito fácil de acontecer, a situação epidemiológica favoreceu essa ocorrência”, explica.

O nome, que pode confundir a população sobre o surgimento de uma nova doença, ou então uma nova variante, é a junção de Influenza – o nome dos vírus da gripe -, e covid-19.

O exame feito para detectar a influenza é similar aos que já estamos habituados desde o início da pandemia de covid-19 – antígeno e PCR. Marcelo Gomes, coordenador do Boletim Infogripe, explica que existe a possibilidade de um mesmo teste diagnosticar as duas infecções.

Eles, no entanto, estão disponíveis apenas em hospitais, e são utilizados em estratégias mais abrangentes de saúde. Correr para a rede particular em busca dessa opção, segundo o especialista, ainda é inviável.

“Alguns estados já utilizam essa metodologia para testar mais de um vírus em uma única ‘passada’, mas isso é uma técnica utilizada pela vigilância em saúde, não é barato”, conta. Mais cedo, após a confirmação de 24 casos da coinfecção, a Prefeitura de São Paulo anunciou que vai passar a adotar esse teste simultâneo.

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A intenção é entender se o crescimento no número de atendimento dos postos de saúde está relacionada com a Influenza e sua variante H3N2, que causou a explosão de casos, ou se é produto da variante ômicron, da covid-19, mais transmissível.

Nas farmácias e laboratórios da Capital, já faltam testes para quem quer saber, por iniciativa própria, se está infectado. Em um país com índices baixíssimos de testagem, a situação preocupa.

Os especialistas orientam que a população adote os mesmos protocolos tanto para casos de covid-19 quanto para de suspeita de influenza: uso de máscaras, lavagem frequente das mãos e principalmente o isolamento e distanciamento.

“É bom lembrar que influenza também pode evoluir como síndrome respiratória aguda grave”, lembra a Dra. Flávia. “Se está com o nariz entupido, é melhor se isolar. Agora, se a situação faz com que você considere ir ao médico, se a febre demora a passar ou está se sentindo muito mal, é preciso buscar um hospital para fazer os testes.”

“É ideal manter como padrão a ideia dos dez dias [de isolamento]”, afirma Gomes. “Infelizmente não teremos condições de testar todo mundo. Dez dias dá uma boa segurança. E para quem tem contato com um caso positivo, o ideal é 14, porque temos a possibilidade de ser um caso assintomático – três ou quatro dias para o desenvolvimento da carga viral, e os dez dias de praxe”.

A Dra. Flávia lembra que, por enquanto, o surto de influenza está concentrado no Rio de Janeiro, com muitos casos aparecendo em São Paulo. O ideal é que pacientes de outras localidades se atentem à orientação dos médicos diante ao apresentar sintomas de um quadro gripal.

A causa do surto foi o encontro da baixa cobertura vacinal contra a influenza com a reabertura das medidas impostas contra covid-19.

“A OMS (Organização Mundial da Saúde) já previa essa mutação da influenza, tanto que a vacina de 2022 está sendo feita para combatê-la. Mas o relaxamento das medidas não farmacológicas contra covid-19 fez com que o vírus respiratório se proliferasse mesmo que ‘fora de época'”, explica a Dra. Flávia.

O momento é de atenção – e claro – de vacina. “Eu tenho que pensar que qualquer sintoma respiratório pode ser influenza ou covid-19. Evitar aglomerações, se não tiver jeito, use máscaras, faça o distanciamento, prefira ambientes ventilados. É por isso que a nossa luta é por vacina, para ampliar o percentual de vacinação da população”, alerta.

Fonte: IG SAÚDE

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Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

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Saúde

Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil

Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos

A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.

A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.

Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.

Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.

A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.

Com informações do JC

 

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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