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Dados ainda são insuficientes, mas Ômicron tem grande potencial de disseminação


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BBC News Brasil

Ômicron: dados ainda são insuficientes, mas variante tem potencial gigantesco de disseminação, diz virologista
Laís Alegretti – @laisalegretti – Da BBC News Brasil em Londres

Ômicron: dados ainda são insuficientes, mas variante tem potencial gigantesco de disseminação, diz virologista

Laís Alegretti – @laisalegretti – Da BBC News Brasil em Londres

O presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio da Fonseca, diz que os dados disponíveis até o momento sobre a variante ômicron ainda são insuficientes para prever o impacto que terá, mas aponta que ela tem “potencial de disseminação gigantesco”.

“Embora os dados ainda sejam fragmentados, está claro que ela (ômicron) tem potencial de disseminação gigantesco — pelo número alto de mutações e pela rapidez com que já se disseminou”, disse em entrevista à BBC News Brasil o virologista, que também é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A variante ômicron do coronavírus, detectada na África do Sul, acendeu o alerta entre autoridades de saúde de todo o mundo nos últimos dias – o que gerou medidas restritivas principalmente relativas a viagens com origem em países do sul da África. As ações foram condenadas pelo governo da África do Sul, que as considera injustificadas (leia mais abaixo).

A quantidade e a variedade de mutações na ômicron, algumas delas inéditas, vêm sendo apontadas como motivos de preocupação por cientistas. A nova variante tem uma longa lista de alterações genéticas — 50 no total. Destas, 32 estão na proteína spike (ou espícula) do vírus — a parte que conecta o microorganismo à célula humana para iniciar a infecção.

Ômicron pode ter efeito como o da delta no Brasil?

Antes de sabermos da existência da ômicron, outra variante levou países da Europa e de outras regiões a registrarem novas ondas de infecções: a delta.

Apesar da preocupação que a delta (primeiro identificada na Índia) gerou em outros países, no Brasil o cenário não foi igual: ela não causou um aumento de casos na proporção vista em outros países, segundo os dados disponíveis — ou pelo menos não até agora.

Esse cenário poderia se repetir com a ômicron?

É cedo para prever, diz Fonseca. É que a resposta para esta pergunta depende principalmente de dois pontos que ainda não estão claros: dados sobre como as mutações verificadas na variante afetam ou não a eficácia das vacinas e informações sobre o comportamento da variante em países com cobertura vacinal maior que a verificada no sul da África.

“Neste momento, é difícil dizer se a ômicron teria um impacto mínimo na nossa sociedade como a delta teve”, diz Fonseca.

“Na delta, com nossa cobertura vacinal crescendo rápida e adequadamente, e com o fato de que tivemos segunda onda muito intensa com um vírus que também apresentava muitas mutações (gama), isso em conjunto explica o impacto que a variante teve no Brasil quando comparado à Europa.”

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Em seguida, no entanto, ele alerta que a ômicron apresenta uma “constelação de mutações que vai muito além das existentes na gama ou na delta”.

É por isso que cientistas buscam agora entender se as vacinas atualmente em uso são capazes de dar a mesma proteção em relação à ômicron.

Fonseca diz que essa resposta, por sua vez, ajudará a entender o possível impacto da variante no Brasil. Além desse fator, ele reforça que os pesquisadores estão atentos ao comportamento dessa variante em regiões com maior cobertura vacinal do que o sul da África, como alguns países da Europa, para buscar mais elementos para tentar prever impactos em território brasileiro.

Restrições de viagem

Pessoas com malas no terminal de chegadas do aeroporto de Heathrow

Getty Images
Presidente da África do Sul condenou as proibições de viagens decretadas contra seu país e seus vizinhos devido à ômicron

Diversos países já conseguiram detectar casos da variante, como Reino Unido, Alemanha, Itália, Austrália, República Tcheca, Israel, Bélgica, Honk Kong, Botsuana, além da África do Sul.

No Brasil, ainda não houve divulgação oficial de casos da nova variante.

O governo brasileiro anunciou, na noite de sexta-feira (26/11), o fechamento de voos vindos de seis países do sul da África.

EUA, Canadá, União Europeia e Reino Unido estão entre os que anunciaram uma sequência de restrições a viagens e voos vindos de locais em que já há casos confirmados de infecção desse novo tipo de coronavírus.

Depois do anúncio dessas medidas, o presidente da África do Sul condenou as proibições de viagens decretadas contra seu país e seus vizinhos devido à ômicron.

Cyril Ramaphosa disse estar “profundamente desapontado” com as medidas, que ele descreveu como injustificadas, e pediu que as proibições fossem suspensas com urgência.

A ômicron foi classificada como uma “variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e informou que evidências preliminares sugerem que essa variante oferece um risco maior de reinfecção de covid-19 do que suas antecessoras.

A médica sul-africana que primeiro identificou a nova variante ômicron do coronavírus, Angelique Coetzee, diz que os pacientes infectados até o momento mostram “sintomas extremamente leves” — mas mais tempo ainda é necessário para avaliar o efeito em pessoas vulneráveis.

Questionada se os países em que a variante foi identificada estão em pânico desnecessariamente, Coetzee diz que, neste momento, avalia que sim.

“Os casos já devem estar circulando nos países sem serem notados. Então, nesse momento, eu diria que com certeza [o pânico é desnecessário]. Em duas semanas, talvez nossa avaliação mude.”

Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

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Saúde

Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil

Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos

A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.

A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.

Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.

Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.

A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.

Com informações do JC

 

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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