Diante da situação atual em Santa Maria, onde até o momento a maior suspeita é de contaminação através da água como possível causa do surto de toxoplasmose confirmado na última quinta-feira (19), surge o questionamento sobre o consumo da água distribuída no município.

A engenheira química da CORSAN, Juliana Gasparotto, assegura que a qualidade da água em Alegrete está devidamente atestada e que ela pode ser consumida sem qualquer receio. O tratamento segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde conforme legislação.  Juliana acredita que a provável causa da presença de protozoários na água em Santa Maria, caso a suspeita venha a se confirmar, seja a falta de cuidado na distribuição após o tratamento, ou seja, nos reservatórios particulares. Segundo Newton Trevisan, superintendente adjunto da CORSAN, diversas análises são feitas diariamente em pontos estratégicos de maior circulação de pessoas, como hospitais, parques e escolas. São 68 pontos monitorados por mês e, na Estação de Tratamento, as análises são feitas de hora em hora. Algumas amostras ainda são enviadas para inspeção de técnicos em Porto Alegre. Além do monitoramento da CORSAN, a Vigilância Sanitária municipal também realiza análises mensais em diferentes pontos.

A recomendação da Vigilância Epidemiológica Estadual da Secretaria Estadual da Saúde, para a cidade de Santa Maria, é de ferver pelo menos 10 minutos a água antes de consumi-la, por precaução. Em Alegrete, a engenheira química frisa que não há necessidade dessa medida ser tomada, uma vez que a ação eliminaria o cloro residual presente nela.  “Se a água fervida ficar parada de um dia para o outro, por exemplo, podem se desenvolver microrganismos, pois não haverá o cloro residual que atua justamente para eliminar os mesmos”, lembra.

Quanto ao surto em Santa Maria, não existe a preocupação de que possa se espalhar para outras cidades, porque o protozoário não é eliminado pelos humanos. Os hospedeiros definitivos são os felinos infectados pelo toxoplasma. É neles que os protozoários se reproduzem e são disseminados através das fezes.