Cacequi destaca-se por abrigar a maior ponte férrea da América Latina. A histórica ponte do início do século XIX impulsionou o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul
Construída em 1907, a ponte de 1554 metros sobre o Rio Santa Maria é uma atração para visitantes e símbolo de progresso

Cacequi, um município na Região Central do Rio Grande do Sul, é notável por possuir a maior ponte férrea da América Latina. Esta estrutura, datada do início do século XIX, não só marca um ponto significativo na engenharia e na história do transporte ferroviário do Brasil, mas também contribuiu para o desenvolvimento econômico e social do estado.

A cidade, situada a cerca de 430 km de Porto Alegre, encontra-se estrategicamente próxima a Santa Maria, São Gabriel e Rosário do Sul. A inauguração da sua estação ferroviária em 1890 e a construção da Ponte do Entroncamento em 1907, que atravessa o Rio Santa Maria por 1554 metros, foram cruciais para o avanço da malha ferroviária até Alegrete e Uruguaiana.

Hoje, a ponte, embora fora de operação, atrai visitantes com suas paisagens e águas propícias para banho em períodos de baixa cheia.

O centro de Cacequi, a aproximadamente 10 km da ponte, abriga a antiga Estação de Trem, agora um museu que conta a história do transporte ferroviário na região. A cidade ainda vê o tráfego de trens que transportam grãos ao porto de Rio Grande, oferecendo aos visitantes uma visão da operação ferroviária atual.

Com uma população de pouco mais de 11 mil habitantes, Cacequi é reconhecida por sua hospitalidade e pelo carnaval, considerado entre os melhores da região.

Celebrando 80 anos de fundação, a cidade construiu sua identidade na força e resiliência de seus moradores, mantendo viva a tradição de construir “pontes de carinho e amizade”.

Decisão judicial por abuso de poder político pode levar a novas eleições se condenação de Monteiro e Seehaber for mantida em todas as instâncias

A Justiça Eleitoral cassou os diplomas do prefeito Rogerio Luiz Monteiro e do vice, Alceu Seehaber, de Rio Pardo, nesta quinta-feira (03 de janeiro de 2025).

A decisão, que os torna inelegíveis até 5 de outubro de 2032, foi motivada por acusações de abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou a ação, alegando que ambos utilizaram suas posições para influenciar indevidamente o processo eleitoral.

Christine Mendes Ribeiro Grehs, promotora de Justiça, detalhou as acusações, afirmando que Monteiro coagiu servidores municipais, ameaçando-os com rescisões contratuais por não apoiarem sua candidatura.

“A postura adotada pelo candidato à reeleição a prefeito difundiu a mensagem totalmente indevida e ilegal de que o gestor público é o todo poderoso, que cassa direitos se for exercida a livre manifestação do pensamento, cerceando até mesmo a liberdade de voto“, declarou Grehs.

Seis servidores municipais testemunharam contra Monteiro, corroborando as denúncias de abuso político. Apesar da cassação, Monteiro e Seehaber permanecem em seus cargos, preparando recursos ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).

Caso a condenação seja confirmada em todas as instâncias, incluindo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), novas eleições serão convocadas em Rio Pardo.

Em resposta, a defesa de Monteiro emitiu uma nota: “Rogerio Monteiro recebe com serenidade a notícia veiculada na mídia com relação ao processo de cassação de registro, reafirmando sua confiança na Justiça Eleitoral e respeito às decisões judiciais. Assim que for intimado oficialmente da decisão, certo de que seus atos respeitaram a legislação vigente, apresentará o recurso inerente cabível. Reafirma seu respeito pelas instituições e sua confiança na Justiça, focando seu trabalho no desempenho das atribuições do cargo que o voto popular lhe concedeu.”

O vice-prefeito, por meio de seu procurador jurídico, também se manifestou: *”Como Procurador Jurídico de Alceu Seehaber, pronuncio que não houve intimação da sentença, que ocorrerá pós-recesso da Justiça Eleitoral, porém como visto em reportagem a defesa assim que notificada irá interpor o devido recurso ao TRE/RS, tendo este protocolo um efeito suspensivo da sentença, mantendo Prefeito e Vice Prefeito no cargo até ser o recurso julgado. Estou confiante que o Tribunal Regional Eleitoral irá reverter a decisão, eis que os atos denunciados foram todos efetuados dentro da legalidade e com respaldo jurídico.”

Projetos em Alegrete, Caxias do Sul e Rio Grande visam combater superlotação com investimento de R$ 535 milhões. Expansão do sistema carcerário gaúcho recebe investimento milionário. Governo do estado destina R$ 535 milhões para novas unidades prisionais, aumentando vagas e melhorando segurança

Com previsão de início em 2025, obras em três cidades gaúchas buscam reabilitar e garantir mais segurança no sistema penal.

O governo do Rio Grande do Sul, sob a coordenação da SSPS (Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo), firmou contratos no sábado (28 de dezembro de 2024) para a edificação de três novas unidades prisionais no estado.

As cidades de Alegrete, Caxias do Sul e Rio Grande serão as beneficiadas por este projeto, que prevê um desembolso de cerca de R$ 535 milhões.

A medida visa aprimorar e ampliar o sistema carcerário gaúcho, em resposta aos problemas de superlotação e à necessidade de infraestruturas que favoreçam a reabilitação e a segurança.

Em Alegrete, a construção da cadeia pública, a cargo da Konpax Construções Ltda., inicialmente previa 286 vagas. Após diálogo entre o Ministério Público e a Polícia Penal, o número de vagas foi aumentado para 388, com um investimento de R$ 31 milhões.

O início das obras está programado para 2025, mas a data de conclusão ainda não foi anunciada. Este empreendimento, somado à reforma do Presídio Estadual de Alegrete, visa expandir a capacidade prisional local.

Até a primeira quinzena de dezembro de 2024, Alegrete apresentava uma situação carcerária desafiadora, com 238 detentos em sistema de rodízio, 342 apenados e 150 presos sob monitoramento eletrônico.

O total de 498 detentos excede as 436 vagas que estarão disponíveis após a nova construção e a reforma do presídio existente, destacando a importância das ações implementadas.

A fiscalização no Presídio Estadual de Alegrete, conduzida em 18 de novembro de 2024 pelo Juiz Rafael Echevarria Borba, resultou na determinação de remoções de presos para respeitar o limite de 110 pessoas recolhidas, uma medida efetivada pela polícia penal.

As cidades de Caxias do Sul e Rio Grande também serão contempladas com novas unidades prisionais, que juntas somarão mais de 3.360 vagas, com investimentos superiores a R$ 500 milhões. As obras, a serem realizadas pela Verdi Sistemas Construtivos, estão previstas para começar em 2025.