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Dólar atinge recorde frente ao real e fecha a R$ 6,26

Alta reflete preocupações com políticas econômicas do Brasil e impacto de medidas de austeridade do governo

O mercado financeiro brasileiro registrou um marco na economia do país nesta quarta-feira (18 de dezembro de 2024), com o dólar atingindo a cotação mais alta frente ao real, fechando a R$ 6,26.

Esse aumento reflete preocupações do mercado com as perspectivas econômicas do Brasil, especialmente em relação às políticas do governo federal.

A desvalorização do real ocorre em um contexto onde o governo implementa cortes de gastos para melhorar a saúde fiscal do país. Na noite anterior, a Câmara dos Deputados aprovou uma medida que proíbe a expansão de benefícios tributários em períodos de desempenho negativo das contas públicas.

A proposta inclui um mecanismo de “gatilho” para limitar o aumento de gastos com pessoal do governo em caso de déficit primário.

A Câmara deve votar em outros aspectos do pacote de austeridade, incluindo alterações nas regras do salário mínimo e nos abonos salariais. Após a aprovação na Câmara, as propostas seguirão para o Senado.

O pacote visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, com uma economia total de R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, a eficácia dessas medidas para controlar o endividamento público tem sido questionada.

Declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que o governo pode não estar totalmente comprometido com a contenção de despesas.

O governo tem como meta zerar o déficit público nos próximos dois anos, buscando equilibrar as contas em 2024 e 2025, e gerar superávits a partir de 2026.

O mercado esperava que o governo abordasse gastos estruturais no pacote de cortes, como a Previdência e os pisos de investimento em saúde e educação, mas essas áreas não foram incluídas nas medidas anunciadas. Além do cenário interno, a economia brasileira observa a agenda internacional, com destaque para a reunião do Federal Reserve (Fed), que deve decidir sobre a nova taxa de juros americana. A maioria dos analistas espera um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas, o que ajustaria a faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.

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Reservas internacionais do Brasil caem 7,1% em 2024

Ações incluem venda de US$ 20,07 bilhões no mercado à vista e leilões de linha, em resposta a fatores externos e interno. Governo gasta mais do que arrecada, mas procura culpados na Faria Lima

Em 2024, o Brasil viu suas reservas internacionais diminuírem, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) em 05.jan.2025. O país encerrou o ano com US$ 329,7 bilhões, uma redução de 7,1% ou US$ 25,3 bilhões em comparação com 2023, que teve US$ 355 bilhões.

Essa queda resultou principalmente da venda de dólares pelo BC no mercado à vista, totalizando US$ 20,07 bilhões, e de leilões de linha, que somaram outros US$ 15 bilhões. Estas ações foram uma resposta à valorização do dólar, que subiu 27% em 2024, fechando a R$ 6,17.

A alta do dólar foi influenciada por fatores externos, como conflitos geopolíticos e as taxas de juros nos Estados Unidos, e internos, incluindo as eleições nos EUA e as expectativas sobre as contas públicas do Brasil.

 

A eleição de Donald Trump nos EUA e o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo brasileiro no final de novembro também tiveram impacto significativo.

No final de 2024, a atenção se voltou para o quadro fiscal do Brasil, com preocupações sobre a capacidade do governo de implementar medidas de austeridade.

Isso contribuiu para a pressão sobre o real e levou à intervenção do BC no mercado cambial. A redução nas reservas internacionais, apesar de ser uma proteção contra a volatilidade cambial, reflete os desafios da economia brasileira em um cenário de incertezas.

 

 

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Mercado

Mercado reage negativamente à política econômica do Brasil

Investidores adotam postura de aversão ao risco diante da incerteza fiscal e ações governamentais questionáveis

Investidores estão retirando suas aplicações do Brasil devido a preocupações com a gestão fiscal do governo, conforme relatório da Bloomberg publicado nesta terça-feira (18 de dezembro de 2024).

A desvalorização do real e a queda do índice Ibovespa são reflexos dessa crise de confiança, agravada pela atuação do Congresso que enfraqueceu um pacote de austeridade.

O déficit fiscal do país, que atinge 10% do orçamento anual, e a resposta considerada insuficiente do Banco Central para conter a alta do dólar, intensificam a fuga de investidores.

A situação econômica do Brasil tem gerado reações negativas no mercado financeiro. Sergey Goncharov, da Vontobel Asset Management, caracterizou o mercado brasileiro como de “venda primeiro, pergunte depois”, indicando uma postura de aversão ao risco por parte dos investidores.

Jack McIntyre, da Brandywine Global Investment Management, destacou a necessidade de ações mais assertivas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reconquistar a confiança do mercado.

As modificações feitas pela Câmara dos Deputados no plano de gastos do governo, que incluíam a remoção de medidas restritivas ao uso de créditos tributários por empresas e o adiamento de reformas no sistema de pensões dos militares, contribuem para a incerteza econômica.

A relutância do governo em implementar cortes de gastos significativos, deixando para o Banco Central a tarefa de controlar a inflação por meio de aumentos na taxa de juros, suscita dúvidas sobre a eficácia da política monetária em um contexto de dominância fiscal.

 

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Mercado

Dólar bate recorde de R$ 6,096 apesar de intervenção do BC

Dólar bate recorde de R$ 6,096 apesar de intervenção do BC
Linha fina: Banco Central vende US$ 3,3 bilhões em leilões, mas moeda americana ainda fecha em alta

Título 2: BC intervém com venda de US$ 3,3 bilhões para conter alta do dólar
Linha fina: Ações do Banco Central e avanços no corte de gastos não impedem novo recorde do dólar

Título 3: Mercado cambial reage a pacote de corte de gastos e intervenção do BC
Linha fina: Apesar da venda de US$ 3,3 bilhões pelo BC, dólar alcança valor inédito de R$ 6,096


Na terça-feira, 17.Dec.2024, o dólar alcançou um novo recorde nominal, fechando a R$ 6,096. Esse evento ocorreu mesmo após uma intervenção significativa do Banco Central (BC), que vendeu US$ 3,3 bilhões em leilões extraordinários. Essa ação, a maior desde o início da pandemia em 2020, integra uma série de intervenções que somam cerca de US$ 13 bilhões nos últimos dias. O objetivo é conter a valorização da moeda americana. O mercado financeiro registrou volatilidade expressiva no dia, com o dólar atingindo R$ 6,20 em sua máxima. A desaceleração ocorreu após as intervenções do BC e a sinalização de avanços no pacote de corte de gastos pelo governo. A declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sobre o início da votação do pacote, contribuiu para essa desaceleração. O foco inicial está no projeto de lei complementar (PLP) que estabelece gatilhos para déficits nas contas públicas. Outros projetos relevantes, como alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC), estão previstos para votação subsequente.

A situação do mercado cambial reflete uma combinação de fatores. A “perda de credibilidade” da política fiscal do país é um elemento central, segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Agostini ressalta que, apesar da solidez da solvência do Brasil e de sua capacidade de pagamento em moeda estrangeira, são os aspectos subjetivos relacionados à confiança e credibilidade que predominam nas dinâmicas atuais do mercado. Isso sugere que “o céu é o limite” para as flutuações cambiais diante deste cenário.

Este episódio destaca a complexidade e os desafios enfrentados pelo Banco Central e pelo governo na gestão da política econômica em um contexto de incertezas fiscais e políticas. A resposta do mercado ao pacote de corte de gastos, bem como às futuras ações do BC, será crucial para determinar a trajetória da moeda americana no curto a médio prazo.

 

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