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BBB 22: Calada vence? Não se você for uma mulher negra
Por causa do racismo estrutural que constituiu a identidade nacional das Américas e do Brasil, a mulher negra é constantemente alvo de estereótipos, tais como a “mulata tipo exportação”, a mãe preta ou a mulher negra raivosa/arrogante/difícil . Isso se reflete quando observamos pesquisas acadêmicas ou dados de instituições de pesquisa e vemos que o resultado disso são a solidão da mulher negra , a pouca presença de mulheres negras em cargos de comando e sua maioria em ocupações precarizadas (como o trabalho de empregada doméstica) e a deterioração da saúde mental da população preta em geral, entre outros.
Constantemente essas questões são individualizadas, como se o problema fosse de uma mulher negra particularmente difícil, e não uma estrutura que nos permite inseri-las dentro desses dados. Isso porque quando falamos de mulheres, em geral pensamos em mulheres brancas. A elas é permitida a individualidade, enquanto a mulher negra em geral é cobrada para ser o modelo de representação de todo um grupo de pessoas. Nesse sentido, apontar o racismo estrutural é tomado como exagero, paranoia ou mimimi, enquanto uma conduta que não tome posição sobre esses temas faz com que essa mulher seja classificada como equivocada ou pouco consciente politicamente.
Não precisa ser um acadêmico na área de gênero e raça para verificar isso. Basta assistir ao BBB. Na edição do ano passado, o BBB 21 trouxe um elenco com a maior quantidade de pessoas negras até aquele momento no programa. O que a princípio animou influenciadores pretos e páginas de jornalismo voltado para a questão racial, acabou se tornando num transtorno. Ao descobrir que nem todas as pessoas negras compartilham da mesma visão política e que discordam entre si como quaisquer pessoas, logo surgiram os comentários de que “os próprios negros não se unem”.
Karol Conká foi “cancelada” pela internet e perdeu seguidores e contratos de trabalho . Mas para o público do BBB isso não era o suficiente. Era preciso fazer com que ela saísse com recorde de rejeição, assim como outros participantes negros do reality: Nego Di, Projota e Lumena. Esta última, alvo de chacota pelo excessivo uso de linguagem militante – quem não se lembra do meme “Lumena autorizou” ou “ressignificar a informação”?.
Nessa edição três pessoas negras foram longe: Gil do Vigor (considerado claro demais para ser negro por colegas de confinamento) Camilla de Lucas e João Luiz Pedrosa. Sobre esses últimos, diante da situação de racismo vivenciada por João, o modo como eles reagiram diz muito sobre sua permanência na casa: chorando escondido e sem elevar a voz contra a agressão, ambos se comportaram de modo aceitável,na condição de vítimas.
O sofrimento de Camila e João teve repercussões fora da casa. Ludmilla, casada com Brunna Gonçalves, ao se apresentar em uma festa na casa falou de respeito . Brunna, por sua vez, apareceu com os cabelos naturais, sem as laces, que são sua marca registrada.
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Mas passemos ao BBB 22 e suas participantes negras. Na primeira semana de reality Natália Deodato foi notícia fora da casa duas vezes. Primeiro por ter dado um declaração um tanto romantizada sobre a escravidão e depois, por conta de um vídeo íntimo vazado. Chegando a um mês de programa Natália se tornou assunto por ter sido preterida por Lucas após uma tarde de troca de carinhos na piscina . Ele disse que não queria ficar com ninguém no programa e mais tarde beijou Eslovênia, com quem formou um casal desde então.
Natália, sentindo a solidão da mulher negra mais uma vez, reagiu com choro e raiva, o que foi visto como exagerado e criticado fora da casa. No entanto, quando Jade Picon explicou às outras colegas brancas de confinamento do que se tratava aquela explosão de sentimentos, foi automaticamente considerada “fada sensata”, título que costuma ser dado a qualquer mulher branca dentro dos padrões de beleza que diz o óbvio.
Por fim, Natália esteve no centro dos comentários sobre o BBB ao ser agredida por Maria – outra mulher negra – em uma dinâmica, o Jogo da Discórdia . Antes de receber o golpe do balde na cabeça, Natália foi classificada pela maioria das pessoas como arrogante, difícil, agressiva. Com a expulsão de Maria, ela, agora ocupando a posição de vítima, cresceu na preferência do público e escapou da eliminação, não sem se sentir culpada por tirar a oportunidade de outra mulher preta seguir no programa.
Esta semana, Brunna Gonçalves foi indicada ao “paredão”. Considerada “planta”, como são chamados os participantes considerados pouco expressivos no jogo, Brunna conta com o apoio de sua esposa Ludmilla para permanecer na casa . E neste ponto chegamos ao título deste texto: calada vence? Ludmilla acertou em cheio quando disse que prefere que Brunna seja planta, já que o lugar reservado para as mulheres negras tende a ser o de agressora/raivosa/arrogante ou de vítima.
Escrevo esse texto no dia em que Brunna pode deixar o reality, preocupada com o fato de que uma mulher negra calada está errada, já que Brunna tem sido apontada nas enquetes sobre o programa como provável eliminada da semana. Afinal, o que há de ruim em ser planta? Se posicionar, como Lumena, faz com que você seja considerada chata, arrogante, raivosa. Não demonstrar domínio sobre a história negra, como Natália, te faz ser alvo de críticas na internet.
Confrontos abertos como o de Karol resultam em recorde de rejeição. Sair de cena e chorar no privado, como fez Natália, resultam em outro tipo de crítica. A indicação de Brunna e sua possível eliminação mostra que nem sempre “calada vence”. Porque mulher preta existindo é um alvo e precisa provar que merece estar onde estar. Isso cansa. Isso doi. Isso é racismo.
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Cinema brasileiro brilha com Globo de Ouro para Fernanda Torres
A conquista por sua atuação em “Ainda Estou Aqui” eleva as expectativas para uma futura indicação ao Oscar
Na noite de 05.jan.2025, a atriz Fernanda Torres fez história no cinema brasileiro ao receber o Globo de Ouro de Melhor Atriz (Drama) por sua atuação em “Ainda Estou Aqui”.
A cerimônia, realizada em Los Angeles, destacou-se pela presença de estrelas internacionais e marcou a primeira vez que uma brasileira conquistou tal prêmio, elevando o nome de Fernanda Torres no cenário mundial do cinema. A premiação ocorreu nesta 2ª feira (06.jan.2025).
Torres competiu com atrizes de renome, como Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet. Sua vitória não só celebra seu talento excepcional, mas também ressalta a qualidade do cinema nacional no exterior.
“Ainda Estou Aqui”, sob direção de Walter Salles, é um longa biográfico que narra a vida de Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva e viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva.
O filme aborda a luta de Eunice durante a ditadura militar no Brasil, buscando manter sua família unida após o desaparecimento de seu marido. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme atraiu mais de 3 milhões de espectadores no Brasil e recebeu aclamação internacional.
Embora “Ainda Estou Aqui” não tenha vencido na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, superado por “Emilia Pérez”, a conquista de Fernanda Torres eleva as expectativas para uma indicação ao Oscar.
Este reconhecimento pode aumentar a visibilidade da atriz e do filme entre os votantes da Academia, potencialmente abrindo caminho para indicações em categorias como Filme Internacional e Melhor Roteiro Adaptado.
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Patroa assume o CTG Oswaldo Aranha em evento tradicionalista
Eva Ivone Pinto Neri é a nova patroa, prometendo reforçar tradições e valores locais com sua equipe
Com foco em tradições, a nova gestão apresenta líderes para invernadas cultural e artística, além de apoio social
Foi no domingo, a comunidade tradicionalista presenciou a posse da nova liderança do CTG Oswaldo Aranha. O evento, realizado na sede do grupo, teve a coordenação de Kellen Iung, da 4ª Região Tradicionalista. Eva Ivone Pinto Neri assumiu como a nova patroa, prometendo fortalecer as tradições e valores locais.
A nova equipe inclui José Bonassa e Erotinha Silveira como patrões de honra, e Ênio Pereira Aurélio e Marlon Dornelles Marchezan como os principais responsáveis pelas atividades do CTG, ocupando as posições de 1º e 2º capatazes, respectivamente.
O grupo também apresentou líderes para áreas como cultura, esportes, apoio social e atividades campeiras. Nívea Pinto Neri ficará à frente da Invernada Cultural, enquanto Daniela Marchezan comandará a Invernada Artística.
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Neste domingo, escritora alegretense será entrevistada na TV Cultura
Escritora Eliana Rigol aborda a história oculta das mulheres no Café Filosófico .Programa da TV Cultura vai ao ar no próximo domingo, dia 3, às 19h
A escritora gaúcha Eliana Rigol será a convidada do próximo Café Filosófico, que vai ao ar no domingo, dia 3, às 19h, na TV Cultura. No programa, ela irá abordar o tema da história oculta das mulheres, como parte da série “Novas mulheres, antigos papeis”, gravada em maio, no Instituto CPFL, em Campinas (SP), com curadoria da historiadora e roteirista Luna Lobão.
Para Eliana, que atualmente vive em Barcelona, na Espanha, foi uma honra ter sido convidada a subir no palco de um programa do qual sempre foi fã, mas onde, normalmente, só via homens sendo entrevistados. “Foi uma alegria genuína estar representando tantas e tantas mulheres no Brasil e no mundo que não tiveram momento para fala e escuta nesse mundo desenhado por homens e para homens”, conta.
Nascida em Alegrete, Eliana já morou em São Paulo, Toronto e Lisboa. Advogada de formação e escritora por vocação, ela atua com mentoria de mulheres (Jornada da Heroína) Ela é autora de quatro livros: Moscas no Labirinto (Pergamus, 2015), indicado ao Prêmio AGES, Afeto Revolution, finalista do Prêmio Jabuti, Herstory e Parir é sexual, os três últimos publicados pela editora Zouk, de Porto Alegre.
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