Saúde
Covid-19: o que é a miocardite, que pode afetar crianças infectadas
Redação – BBC News Mundo
A palavra miocardite começou a aparecer com frequência em buscas no Google e grupos de WhatsApp desde que começou a vacinação contra a covid-19 em crianças de cinco a 11 anos no Brasil. Mas crianças têm muito mais chances de apresentarem inflamação do músculo cardíaco caso sejam infectadas pelo coronavírus do que ao serem vacinadas.
Além disso, elas têm menos risco de desenvolver miocardite nos dois casos (por covid ou efeito colateral de vacina) que adultos.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 75% dos casos de miocardite associados a vacina contra covid-19 ocorrem em homens e a idade média dos afetados é de 30 anos, após a primeira dose da vacina, e 24 anos, após a segunda dose.
Além disso, os casos de miocardite em crianças decorrentes de vacinação, além de muito raros, foram, em sua grande maioria, leves.
“É importante ressaltar que devido à baixa frequência deste efeito adverso e a natureza benigna da apresentação clínica nos casos relatados, o benefício da vacinação supera grandemente o pequeno risco desta complicação”, diz parecer técnico da Fiocruz.
A BBC News Brasil reúne aqui respostas a três perguntas que podem ajudar a entender melhor esse tema:
1. O que é a miocardite
É a inflamação do músculo do coração conhecido como miocárdio, que facilita a contração para bombear sangue. Quando esse músculo inflama, esse movimento de contração pode ser afetado.
“O sintoma mais comum é dor no peito e algumas pessoas podem ter febre. Em casos mais severos, o paciente pode sentir falta de ar e inchaço nas pernas. Em casos muito graves pode levar à morte”, explicou à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Jorge Salinas, infectologista e epidemiologista do hospital da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Em crianças, segundo a Fiocruz, o “sinal de alerta” para a miocardite é a ocorrência de taquicardia sem febre.
2. Por que a miocardite aparece e qual sua relação com a covid?
A miocardite pode aparecer “depois de uma infecção, qualquer que seja ela, ou devido a uma falha do nosso sistema imune”, diz Salinas. Portanto, como a covid é uma infecção viral, ela pode causar o aparecimento dessa inflamação.
“Alguns estudos mencionam que a incidência da miocardite é de mais de 100 por 100.000 casos em pessoas com covid, enquanto a incidência antes da covid existir era de 1 a 10 casos por 100.000 habitantes”, destacou Salinas.
“Em outras palavras, a infecção por coronavírus pode aumentar o risco de desenvolver miocardite em mais de 10 vezes”, acrescentou. Outra questão é a gravidade da miocardite. Tal como ocorre com o coronavírus, a maioria dos casos é leve, mas pode haver complicações. Casos mais graves são mais frequentes quando a miocardite decorre de infecção por covid. As inflamações associadas à vacina são raras e tendem a ser leves.
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“Se você deixar o sistema imune atuar por si só, a resposta varia muito de pessoa para pessoa, mas se a pessoa está vacinada e aparece a miocardite, sabe-se que ela tende a ser leve”, diz Salinas.
3. A vacina contra covid aumenta o risco de miocardite, ainda que seja leve?
O Comitê de Avaliação de Riscos de Farmacovigilância da Europa (PRAC, na sigla em inglês), recomendou incluir a miocardite como efeito adverso raro das vacinas contra a covid de tecnologia mRNA (Moderna e Pfizer). O órgão destaca, porém, que a probabilidade de incidência é baixa.
O infectologista do hospital da Universidade de Stanford Jorge Salinas diz que não está totalmente claro se as vacinas causam miocardite. Ele também destaca que, mesmo que causem, o risco de isso ocorrer é pequeno.
De acordo com uma pesquisa israelense publicada no The New England Journal of Med i cine e realizada em colaboração com a Universidade de Harvard e o Instituto de Pesquisa Clalit: “Entre os pacientes de um grande sistema de saúde israelense que haviam recebido ao menos uma dose da vacina mRNA BNT162b2 (Pfizer-Biontech), a incidência estimada de miocardite foi de 2,13 casos por cada 100.000 pessoas; a incidência mais alta foi entre pacientes homens entre as idades de 16 e 29 anos. A maioria dos casos de miocardite foi de gravidade leve ou moderada.”
Salinas destaca que, na prática, a vacina contra a covid reduz o risco de incidência de miocardite, já que protege a população contra a covid. “Ao vacinarmos, o que estamos fazendo é diminuindo o risco de ter miocardite, porque se você não se vacina, vai pegar covid e, se você tem covid, o risco de miocardite é maior e sua gravidade pode ser imprevisível”, disse.
“Se você se vacina, seu risco é menor e se você desenvolve miocardite em decorrência da vacina, o mais provável é que ela seja leve”, acrescentou.
Parecer técnico feito para orientar o programa de imunização de Portugal apontou que a miocardite por infecção de covid é cerca de “60 vezes mais frequente” que pela vacinação. O documento também aponta que essa condição de saúde costuma ter sintomas “mais graves, evolução mais prolongada e complicações de longo prazo” quando decorre da covid.
“A miocardite em idade pediátrica após a vacinação é muito rara, apresenta-se com sintomas ligeiros, evolução rápida e não aparenta ter complicações ou sequelas a longo prazo”, dizem os autores do parecer- a diretora clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa, Fatima Pinto, e o diretor do Programa Nacional Para Doenças Cérebro-Cardiovasculares de Portugal, Filipe Macedo.
Agora, suponhamos que uma pessoa tem uma condição cardíaca e, por isso, tema de piorar após a vacinação.
Nesse caso, “o risco de ficar gravemente doente ao se infectar por covid é maior que o oferecido pela miocardite leve e pouco provável de ocorrer associada à vacina”, destaca Salinas, do Hospital da Universidade de Stanford.
“O incrível das vacinas é que elas treinam nosso corpo para não nos infectemos ou para que, em caso de infecção, nosso organismo possa reagir de maneira ordenada”, explica.
“Quando o vírus chega ao corpo, o organismo estabelece uma série de barreiras coordenadas para combatê-lo. No entanto, quando a pessoa não está vacinada e é infectada, o sistema imune pode atuar de maneira desesperada e, neste caso, produzir uma miocardite”, conclui.
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Saúde
Alegrete enfrenta desafio com nova onda de covid-19
Com mais de 520 casos confirmados em 2024, a cidade intensifica testagem e vacinação para conter a pandemia
Em Alegrete a situação da covid-19 tem gerado preocupações, conforme dados atualizados até 14 de novembro de 2024. A cidade, com uma população estimada de 73.589 habitantes, registrou um aumento no número de casos positivos da doença, alcançando mais de 520 casos confirmados neste ano.
Este cenário ocorre apesar de uma expressiva campanha de vacinação, que já aplicou 190.385 das 206.315 doses recebidas, representando uma cobertura de 92,3%. A secretaria de saúde local tem acompanhado de perto a evolução da pandemia, especialmente no mês de outubro, quando foram registrados 45 novos casos.
Segundo informações da Vigilância Epidemiológica de Alegrete, destacou o aumento de casos positivos, com 211 pacientes diagnosticados com a doença entre 1º de outubro e 4 de novembro.
Nesta semana tivemos 5 internados com covid, porém foram internações por outros motivos além da doença viral. A covid nestes casos não é a principal causa da internação, segundo informações daquele setor.
A estratégia da Secretaria de Saúde para conter o avanço da doença inclui a ampliação da testagem e a continuidade da vacinação conforme o cronograma estipulado pelo Ministério da Saúde e orientado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Até o final de outubro, o município contabilizou 28 hospitalizações, sendo uma em UTI, o que reforça a importância da vacinação. A população precisa completar o esquema vacinal, principalmente grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. A vacinação é essencial para garantir que não haja um aumento significativo de internações e complicações graves, pontua a Vigilância Epidemiilógica.
Nos últimos dois meses, o aumento dos casos de covid-19 em Alegrete exigiu um cuidado redobrado dos agentes de saúde, incluindo a recomendação do uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização das mãos.
A colaboração da comunidade é fundamental para manter os cuidados básicos e buscar a imunização nas unidades de saúde.
Mulher
Câncer de Mama: Proposta estabelece prazo para substituir implantes mamários
Com o objetivo de garantir bem-estar e dignidade às pacientes com câncer de mama, o deputado Gustavo Victorino protocolou, na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei 350/23 que estabelece prazo para procedimentos cirúrgicos e garante acompanhamento às mulheres em tratamento.
A proposta determina o limite de 30 dias para substituição do implante mamário sempre que ocorrerem complicações inerentes à cirurgia de reconstrução da mama, bem como garante o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado às pacientes que sofrerem mutilação total ou parcial de mama decorrente do tratamento de câncer.
Conforme o parlamentar, a proposição, que modifica o Estatuto da Pessoa com Câncer no Rio Grande do Sul (Lei nº 15.446/20), é um direito previsto na Lei Federal (no 14.538/2023), garantindo assim, um cuidado integral e humanizado à saúde da mulher: “Física e emocionalmente, o câncer de mama é devastador para a mulher e é nessa hora que o suporte médico e psicológico deve se fazer presente”, pontua o deputado Gustavo Victorino.
Crédito: Paulo Garcia Agência ALRS
Saúde
CAPS II completa 34 ANOS
Na última quarta-feira (19/07), o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II completou 34 anos de atuação em Alegrete. A história teve inicio em 2003 com a Lei da Reforma Psiquiátrica que mudou os paradigmas de tratamento em saúde mental, instituindo o cuidado em Atenção Psicossocial, através de equipes multidisciplinares. O serviço prima pelo tratamento em liberdade e pela abordagem inclusiva.
A busca do serviço oferecido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, garante os direitos e proteção à pessoas com sofrimento psíquico ou transtornos mentais com estratégias de reinserção social, respeitando o posicionamento da pessoa na escolha do tratamento. Também oferta suporte às famílias, através de atendimentos individuais e visitas domiciliares, buscando o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
A equipe multidisciplinar atualmente é composta por médico psiquiatra, médicos residentes em psiquiatria, psicólogos, assistentes sociais, oficineiros, enfermeiras, atendentes, estagiários, técnicos em enfermagem, zeladores, terapeuta ocupacional, profissionais da higiene e psicopedagoga, que prestam atendimento em grupos ou de forma individual a cerca de 900 pessoas mensalmente.
A prefeitura parabeniza a todos que fazem parte desta história!
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