Saúde
Não falar sobre suicídio é ‘questão cultural’, diz escritor
A saúde mental já era uma pauta na vida do escritor George Frey muito antes do seu nascimento. Dois dias antes do seu nascimento, seu pai tirou a própria vida ao misturar remédios e bebidas, e desde então ele convive com a sombra da depressão e do suicídio.
“Parece absurdo, mas o parente de uma pessoa que se matou se sente culpado. Esse redemoinho de emoção e culpa faz parte dos processos”, conta ele, que descobriu o real motivo da morte do pai aos dez anos, após encontrar uma reportagem de um jornal antigo nas gavetas da mãe.
“Entender essa mentira passou a fazer parte da minha vida. E aí uma série de emoções diferentes, contraditórias e irracionais. Por exemplo: eu nasci no dia 29 de abril, e ele morreu no dia em 27. Em determinado momento da minha adolescência, eu comecei a me culpar por não ter nascido antes. Na minha cabeça, se eu tivesse nascido três, quatro dias antes, poderia ter salvo a vida do meu pai”, conta.
Frey se prepara para lançar “Como venci o luto, a depressão e o suicídio”, livro que vai contar a fundo sua história. Nos capítulos, ele aborda também a sua própria tentativa de suicídio, planejada minuciosamente – e frustrada por um problema no carro.
“Muita gente reduz o suicídio a um ato de desespero, e muitas vezes, o individuo racionaliza o que vai fazer. E foi o meu caso. Em um momento, eu, que me sentia o provedor da família, passei a me sentir um estorvo. Eu tinha um seguro de vida gordo, e passei a montar uma estratégia. Tinha que ser um acidente de carro, mas tinha que parecer um acidente. Não poderia, por exemplo, não usar cinto de segurança, porque na investigação isso seria detectado, e o seguro não seria pago”, conta.
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Por fim, Frey tentou – e por uma falha mecânica no veículo, daquelas que só ocorrem em uma chance em um milhão, ele escapou. E até mesmo essa frustração o deixou abalado. Um tempo depois, uma nova oportunidade fez com que ele conseguisse sair dessa situação.
Para o escritor, o suicídio é um assunto envolto a muitos preconceitos no Brasil. “Nós não falamos muito sobre suicídio e morte. É uma questão cultural. O suicídio é evitável, a morte não. E tem muito preconceito aí em cima”.
Durante as pesquisas para o trabalho, ele se deparou com outros casos semelhantes a própria história. “Luto é sinônimo de perda, e se ele não é bem resolvido, pode gerar depressão. A depressão instalada pode gerar um círculo muito violento de dor, sofrimento e falta de perspectivas. A própria depressão aponta para uma dor insuportável, como um suicídio. O suicídio nada mais é do que um basta na dor, e quando eu falo dor, é dor emocional, somatizada e também se torna física. O coração dói, o corpo dói, tudo dói”.
Nesses casos, o melhor caminho é buscar a ajuda de um especialista. “Precisamos ajudar, mas com toda atenção, e buscando ajuda de quem efetivamente pode, de profissionais. O salvamento em quem pode entrar na água e resgatar aquela pessoa que está se afogando”.
Saúde
Alegrete enfrenta desafio com nova onda de covid-19
Com mais de 520 casos confirmados em 2024, a cidade intensifica testagem e vacinação para conter a pandemia
Em Alegrete a situação da covid-19 tem gerado preocupações, conforme dados atualizados até 14 de novembro de 2024. A cidade, com uma população estimada de 73.589 habitantes, registrou um aumento no número de casos positivos da doença, alcançando mais de 520 casos confirmados neste ano.
Este cenário ocorre apesar de uma expressiva campanha de vacinação, que já aplicou 190.385 das 206.315 doses recebidas, representando uma cobertura de 92,3%. A secretaria de saúde local tem acompanhado de perto a evolução da pandemia, especialmente no mês de outubro, quando foram registrados 45 novos casos.
Segundo informações da Vigilância Epidemiológica de Alegrete, destacou o aumento de casos positivos, com 211 pacientes diagnosticados com a doença entre 1º de outubro e 4 de novembro.
Nesta semana tivemos 5 internados com covid, porém foram internações por outros motivos além da doença viral. A covid nestes casos não é a principal causa da internação, segundo informações daquele setor.
A estratégia da Secretaria de Saúde para conter o avanço da doença inclui a ampliação da testagem e a continuidade da vacinação conforme o cronograma estipulado pelo Ministério da Saúde e orientado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Até o final de outubro, o município contabilizou 28 hospitalizações, sendo uma em UTI, o que reforça a importância da vacinação. A população precisa completar o esquema vacinal, principalmente grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. A vacinação é essencial para garantir que não haja um aumento significativo de internações e complicações graves, pontua a Vigilância Epidemiilógica.
Nos últimos dois meses, o aumento dos casos de covid-19 em Alegrete exigiu um cuidado redobrado dos agentes de saúde, incluindo a recomendação do uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização das mãos.
A colaboração da comunidade é fundamental para manter os cuidados básicos e buscar a imunização nas unidades de saúde.
Mulher
Câncer de Mama: Proposta estabelece prazo para substituir implantes mamários
Com o objetivo de garantir bem-estar e dignidade às pacientes com câncer de mama, o deputado Gustavo Victorino protocolou, na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei 350/23 que estabelece prazo para procedimentos cirúrgicos e garante acompanhamento às mulheres em tratamento.
A proposta determina o limite de 30 dias para substituição do implante mamário sempre que ocorrerem complicações inerentes à cirurgia de reconstrução da mama, bem como garante o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado às pacientes que sofrerem mutilação total ou parcial de mama decorrente do tratamento de câncer.
Conforme o parlamentar, a proposição, que modifica o Estatuto da Pessoa com Câncer no Rio Grande do Sul (Lei nº 15.446/20), é um direito previsto na Lei Federal (no 14.538/2023), garantindo assim, um cuidado integral e humanizado à saúde da mulher: “Física e emocionalmente, o câncer de mama é devastador para a mulher e é nessa hora que o suporte médico e psicológico deve se fazer presente”, pontua o deputado Gustavo Victorino.
Crédito: Paulo Garcia Agência ALRS
Saúde
CAPS II completa 34 ANOS
Na última quarta-feira (19/07), o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II completou 34 anos de atuação em Alegrete. A história teve inicio em 2003 com a Lei da Reforma Psiquiátrica que mudou os paradigmas de tratamento em saúde mental, instituindo o cuidado em Atenção Psicossocial, através de equipes multidisciplinares. O serviço prima pelo tratamento em liberdade e pela abordagem inclusiva.
A busca do serviço oferecido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, garante os direitos e proteção à pessoas com sofrimento psíquico ou transtornos mentais com estratégias de reinserção social, respeitando o posicionamento da pessoa na escolha do tratamento. Também oferta suporte às famílias, através de atendimentos individuais e visitas domiciliares, buscando o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
A equipe multidisciplinar atualmente é composta por médico psiquiatra, médicos residentes em psiquiatria, psicólogos, assistentes sociais, oficineiros, enfermeiras, atendentes, estagiários, técnicos em enfermagem, zeladores, terapeuta ocupacional, profissionais da higiene e psicopedagoga, que prestam atendimento em grupos ou de forma individual a cerca de 900 pessoas mensalmente.
A prefeitura parabeniza a todos que fazem parte desta história!
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