Agro Notícia
Turismo deve recuperar perdas da pandemia ainda no primeiro semestre de 2022
O Turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia no Brasil, acumulando perdas da ordem de R$ 413,1 bilhões entre março de 2020 e julho de 2021. Entretanto, o setor vem crescendo de forma consistente desde o segundo trimestre de 2021 – e a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que alcance recuperação plena ainda nos primeiros seis meses de 2022.
A flexibilização das medidas de isolamento social, resultante do avanço da vacinação contra a Covid-19, tem aquecido o ritmo dos serviços turísticos. A expectativa é que o setor contrate 478,1 mil trabalhadores formais entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Boa parte dessa retomada é atribuída ao turismo rural. Dadas as suas características de prestação de serviços ao ar livre, o segmento não atingiu a paralisação total durante a pandemia. Agora, na retomada, demonstra crescimento e potencial, dado o desejo de muitos brasileiros de desfrutar viagens mais perto de casa. Oportunidade para que municípios e empreendedores rurais recuperem seus ganhos.
Getúlio Vargas, no Alto Uruguai, retomou em novembro o Roteiro Turístico Rural: Fé, Cultura e Tradição, lançado em 2019, poucos meses antes da pandemia. O município criou três pacotes turísticos – com valores entre R$ 130 e R$ 160 – englobando oito empreendimentos do município. A expectativa é de que só o movimento de turistas da região agregue até R$ 60 mil mensais para as empresas participantes na alta temporada.
Conforme a turismóloga Andreza Soccol, do Departamento de Turismo da prefeitura de Getúlio Vargas, a projeção de ganhos é amparada pela qualificação dos empreendedores, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS).
‘’Começamos a construir esse roteiro ainda em 2015, com apoio do Senar-RS, Emater e da associação comercial. Fizemos alguns cursos e visitas técnicas a outros roteiros para compreender as potencialidades turísticas do município. A partir daí, elencamos propriedades com potencial. Inicialmente, foram sete empreendimentos. De lá para cá, alguns desistiram, porque para participar do grupo é preciso se qualificar e ser avaliado”, conta.
O Senar-RS capacitou os participantes em temas variados – de Gestão a Jardinagem, passando por Boas Práticas de alimentação e higiene, além de planejamento de pousadas e restaurantes – dentro do Programa de Turismo Rural.
“É um programa extenso, que pode ter enfoque municipal ou microrregional, que compreendam um roteiro turístico. Geralmente, são prefeituras que solicitam, por meio do Sindicato Rural, mas empreendedores rurais, associações de produtores, podem nos acionar de forma particular”, comenta o supervisor do Senar-RS Nilson Finger.
Atualmente, pelo menos oito municípios gaúchos empreendedores estão recebendo essa formação, que compreende dez módulos e 220 horas de conteúdo.
“Em Bento Gonçalves, já iniciamos dois programas e vamos iniciar mais dois em janeiro, a pedido do Sindicato Rural da Serra Gaúcha. Em Caxias do Sul vamos iniciar mais dois grupos em 2022, uma na região italiana e outro nos Campos de Cima da Serra”, antecipa Finger.
Crescendo juntos
Segundo a turismóloga, mestre em Turismo e Guia de Turismo e instrutora Senar Claudiana Y Castro, o programa de Turismo Rural leva em conta a potencialidade do município, da propriedade, da região e de cada empreendimento. Nos primeiros módulos, os participantes fazem visitas a cada propriedade para identificar possibilidades de exploração turística. Após o reconhecimento, os proprietários poderão trabalhar “com pés no chão, sem grandes investimentos, com adequações de espaços, melhorias, adaptando estruturas que já existem na intenção de receber o turista”. Depois, é formado o roteiro, uma programação que contemple atividades práticas, como caminhada, gastronomia e momentos de contemplação.
“O principal é trabalhar com associativismo, saber que uma andorinha só não faz verão. Saber que um turista não vai sair de Porto Alegre e ir para Getúlio Vargas só para ver uma agroindústria de mel, mas vai para ver essa agroindústria, a que faz erva mate, uma igreja, um café colonial, um almoço típico, uma trilha, enfim. Para crescer, tem de ser de forma associativa, unindo várias ofertas”, afirma Claudiana.
Vantagens
O turismo rural valoriza a cultura local e as populações que vivem no meio rural, demandando mão de obra e produção local, promovendo aumento na renda dos trabalhadores do campo. Segundo Finger, isso não apenas se reverte em ganhos econômicos aos municípios, mas desenvolve a comunidade.
“Todos os setores ganham. O envolvimento leva à evolução social. Os municípios se espelham muito uns nos outros e absorvem modelos positivos. Isso se reflete em aumento do Produto Interno Bruto (PIB), organização e gestão das propriedades, limpeza, higiene, destinação de lixo. Quando concluímos o programa, sempre vemos uma evolução muito grande. E para melhor”, afirma.
Nos últimos 10 anos, o empresário rural Wilson Renato Loch transformou sua propriedade em Getúlio Vargas em um ponto de encontro para amantes do tradicionalismo: o Recanto do Campero oferece aos turistas cavalgadas, gastronomia e música típica gaúcha. O trabalho começou despretensiosamente, mas acabou chamando a atenção do governo municipal.
“Fui criado no meio tradicionalista e acabei pegando amor por isso. Aí, como tínhamos a propriedade, comecei a organizar os cavalos, culinária campeira para fazer eventos familiares. Mas aí fui procurado pelo pessoal do roteiro e comecei a investir. Chamei colaboradores para fazer apresentações de gaita e violão, montei um pequeno museu com coisas de nossos antepassados. Agora estou me preparando para oferecer trilhas próximas ao Rio Toldo”, diz.
Loch conta que apesar das limitações, 2021 já foi um ano de retomada nas atividades da propriedade, que fica a 14km de Erechim.
“A pandemia atrapalhou um pouco, mas sempre teve algum evento familiar, com distanciamento. Hoje, tenho eventos praticamente todos os finais de semana, dentro e fora do roteiro. Nossa dedicação permite um faturamento razoável. Seguimos estudando e investindo, porque quem não administra bem, perde dinheiro”, resume.
Getúlio Vargas: Fé, Cultura e Tradição
Saiba mais em: https://www.turismo.rs.gov.br/roteiro/266/roteiro-de-turismo-rural
*Reprodução permitida se atribuídos os créditos à ASCOM/Padrinho Conteúdo
Agro Notícia
Pedidos de recuperação judicial crescem entre produtores rurais
No segundo trimestre de 2024, solicitações aumentaram mais de três vezes, com produtores de soja liderando
Fatores como juros altos e custos de produção elevados impactam negativamente o setor, especialmente em MG e MT. Agricultores enfrentam dificuldades financeiras crescentes e o primeiro semestre de 2024 registra alta em pedidos de recuperação judicial, refletindo a pressão sobre o agronegócio.
Um levantamento da Serasa Experian, divulgado nesta terça-feira (23 de outubro de 2024), mostrou um aumento nos pedidos de recuperação judicial por produtores rurais no Brasil. No segundo trimestre de 2024, o número de solicitações cresceu de 34 para 121. Esse aumento representa um crescimento de mais de três vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. Os produtores de soja lideram com 53 pedidos.
Marcelo Pimenta, chefe de agronegócios da Serasa Experian, atribuiu o crescimento a uma série de fatores adversos. “O aumento dos juros, o preço ameno das commodities e os custos mais altos para a produção impactaram de forma negativa aqueles que já estavam comprometidos financeiramente”, afirmou. Essa situação destaca as dificuldades enfrentadas pelo setor, marcado por custos elevados e retornos financeiros incertos.
Minas Gerais e Mato Grosso foram os estados mais afetados, com 31 e 28 pedidos, respectivamente. No primeiro semestre de 2024, 207 produtores rurais buscaram recuperação judicial, um número significativamente maior que no mesmo período de 2023. Além disso, 94 empresas do agronegócio também solicitaram recuperação judicial no segundo trimestre de 2024, um aumento de 71% em comparação ao ano anterior.
Os desafios financeiros não se limitam a produtores individuais. O setor agrícola como um todo enfrenta problemas, afetando desde pequenos produtores até grandes corporações. A situação dos produtores de soja é particularmente preocupante, com preços desfavoráveis e custos de produção elevados. A volatilidade dos preços das commodities e o aumento dos custos de insumos, como fertilizantes e combustíveis, exercem pressão adicional sobre os agricultores, muitos dos quais operam com margens de lucro reduzidas
Agro Notícia
Crianças vivenciam o agro na prática durante à Exposição Agropecuária
Associação De olho no material escolar? Isto mesmo existe uma associação criada no RS, dentro da Farsul, que está se espalhando pelo Brasil inteiro. Na Exposição Agropecuária de Alegrete ela está atuando para um público que participa ativamente. Tem sido assim manhã e tarde.
A Comissão Jovem do SRA, através do projeto Vivenciando a prática, abraçou à idéia Associação de olho no material escolar, a partir da associada Martha Louzada e aí às aulas fluiram.
Nesta quinta-feira foi uma turma do Colégio Luíza de Freitas Valle Aranha. Os alunos são acolhidos e inicia um tour pelo parque.
O objetivo do “De olho”, segundo Martha é “gerar um conhecimento sobre a importância do agro no cotidiano destas crianças”.
A caminhada inicia com a entrega de uma folha com as respectivas estações que ao longo do percurso vão sendo preenchidas com adesivos até à chegada na mina do tesouro. Cataventos para orientação climática e meio ambiente.
Eles são levado às baias, tocam nos cavalos, são sensibilizados sobre a importância dos animais na lida do campo, já no box dos bovinos, a turma pode falar e aprender um pouco mais sobre a produção leiteira e carne, e tiveram ainda a experiência de um couro estaqueado, sendo preparado para os guasqueiros.
Em todas estas paradas, eles
portanto, ali na prática, dezenas de crianças tomaram ciência de outro vasto léque de produtos feitos à partir do couro com impacto no cotidiano das pessoas, como gelatinas, capsulas, shampus e é claro, calçados, cintas e outros subprodutos.
Os alunos ainda visitaram os bretes dos ovinos, interagindo e aprendendo mais sobre os diversos usos tanto da carne como da lã.
Depois fizeram fotos e a caminhada prosseguiu. No setor de máquinas agrícolas outra aula entusiasmada, alegre e interativa. A penúltima.
Conduzidos pela turma da Comissão Jovem, em todo o trajeto, não escondem a expectativa do fechamento fo circuíto. Enfim, chegaram ao estande do Sicredi.
Lanche, atividade lúdica, com filme da turma da Mônica, sobre educação financeira e questionamentos sobre mesada, como gastar o dinheiro, uso racional da renda familiar, pagamentos das despesas, o que o dinheiro compra e o que não compra(valores éticos, afetivos e morais) e até sonho das carreiras profissionais.
Este era o tesouro, acompanhado de brinde e um baita lanche, fotos e muita alegria e novos aprendizados.
“Este projeto vem crescendo, porque nasceu da necessidade de termos dados para contrapor a base curricular injusta e preconceituosa com relação ao agro”, explica Martha Louzada.
Os sindicatos rurais, outras entidades e associados particulares, pagam para que insituições como a USP e a Embrapa façam levantamentos e criem acervos robustos em defesa do agro, para que sejam semeadas versões pedagógicas para públicos que vão desde alunos da primeira infância, até contrapontos na esfera política.
“Os dados levados à Brasília, junto à congressistas fez adiar a aprovação do novo texto do Plano Nacional de Educação. “O texto distorcia e tornava o agro como bandido na bibliografa que seria distribuída massivamente nas escolas brasileiras”, dispara Martha.
A difusão deste projeto está tomando corpo para “evitar os estragos de uma pedagogia distorcidade sobre à produção agropecuária e sua vasta cadeia produtiva” assegura ela.
Agro Notícia
Produtores de Alegrete se somam ao grande protesto do agro gaúcho
Em Alegrete a concentração dos tratores, máquinas e caminhões acontece próximo do posto Texacão, na Br 290.
O movimento divulgou a pauta e o apartidarismo dos produtores.
Confira os 10 pontos que mobiliza o agro neste dia 8.
❌❌ *REGRAS
Nosso objetivo é o *direito para os produtores*, totalmente pacífico, buscando defender os produtores:
01. Unindo os produtores rurais em uma frente unificada em prol dos interesses e direitos dos produtores da *agricultura e pecuária e toda sua cadeia produtiva* no estado do Rio Grande do Sul.
02. Inclusão e Representatividade:
• *Todos os produtores*, independentemente do porte ou especialização (seja na agricultura familiar, pequena, média, grande, do setor leiteiro, pecuária, orizicultura, uva, psicultura, apicultura, soja, hortaliças, fruticultura, *toda a cadeia produtiva*, etc.), são essenciais e bem-vindos.
03. Apartidarismo e Foco no Produtor:
• Nosso movimento é *apartidário*, *sem uso de quaisquer bandeiras*, centrado nos desafios e necessidades dos produtores, acima de quaisquer interesses políticos. Todo aquele que tiver interesse contrário, pedimos que se retire voluntariamente, e se, identificado será retirado do grupo e responderá por quaisquer atitudes que não seja as do objetivo do grupo. Buscamos aqui *renegociação* de dívidas que os produtores já vêm sofrendo primeiro com a seca dos últimos 3 anos e por último as chuvas que devastaram parte de nosso Estado. *Se esse não for seu objetivo ou não concordar com estas regras pode se retirar do movimento SOS AGRO RS.*
04. Apoio à Farsul e a FETAG:
• Comprometemos-nos integralmente com as demandas e propostas apresentadas pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), e pela FETAG.
05. *Defesa da Agricultura e Pecuária e de toda sua cadeia produtiva*
• Nossa missão é assegurar que as políticas públicas atendam efetivamente às demandas da agricultura e pecuária gaúcha, garantindo sua *viabilidade* e crescimento sustentável.
06. Transparência e Democracia:
•Todas as decisões do movimento serão tomadas de forma transparente e democrática, assegurando a participação *igualitária* de todos os membros.
07. Mobilização Responsável:
• Nosso engajamento será sempre *pacífico* e responsável, respeitando integralmente as leis e regulamentações vigentes.
08. Diálogo e Negociação:
• Priorizamos o diálogo contínuo com autoridades e instâncias pertinentes, buscando a negociação como principal meio de alcançar nossos objetivos.
09. Respeito e Solidariedade:
• Celebramos a diversidade de opiniões e experiências entre os produtores, promovendo um ambiente de respeito mútuo e solidariedade.
10. Compromisso com o Futuro:
• Assumimos o compromisso de trabalhar incansavelmente pelo futuro próspero da agricultura e pecuária no Rio Grande do Sul, garantindo sua sustentabilidade para as gerações vindouras.
Queremos possibilitar a permanência dos agricultores no setor e assim contribuir para reerguer o *ESTADO* do Rio Grande do Sul.”
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