Saúde
PFF2: O que é, como e por que usar a máscara que promete mais proteção
Se você chegou até esse momento da pandemia sem descobrir o que é um respirador do tipo PFF2, a hora é essa. O EPI, que também pode ser chamado de “máscara de proteção respiratória”, antes da pandemia era amplamente utilizado contra poeiras, névoas e fumos, e se tornou um dos principais aliados em busca da proteção contra covid-19.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos fez uma estimativa que analisa as horas de proteção conferidas por cada tipo de máscara – nela, a PFF2 foi a que melhor se saiu – considerando um cenário onde duas pessoas estão utilizando o respirador, e uma delas infectadas, pode levar até 25 horas para que o vírus seja transmitido.
“Máscaras do tipo PFF2 são feitas com material filtrante especial, que permite a contenção de grande parte das gotículas, e também de microgotículas (aerossóis), não só de dentro para fora (quando um infectado emite gotículas), quanto de fora para dentro (quando um não infectado está usando a máscara)”, explica o virologista Anderson Brito, pesquisador do Instituto Todos pela Saúde e pós-doutorado na Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Diante do avanço da variante Ômicron, que precisa de uma menor carga viral e menos tempo para contaminar, o debate sobre qual tipo de máscara é mais adequado veio à tona. Nesta segunda-feira (24), o governo do Ceará determinou que todos os funcionários de estabelecimentos comerciais que tenham contato direto com o público devem utilizar o respirador, e não mais máscaras de pano ou cirúrgicas.
“Quem tem que frequentar ambientes com muitas pessoas, em especial ambientes fechados e mal ventilados deveriam utilizar máscaras PFF2, obrigatoriamente, para seu bem estar e o daqueles a seu redor. Empresas deveriam fornecer tal máscara a seus funcionários, para assim contribuir para manter a saúde dos seus colaboradores, e também evitar a ocorrência de novos casos, que por consequência, afetam a vida (pessoal, econômica e social) de todos”, opina Brito.
“Os governos, mais do que todos os outros setores, deveriam dar o exemplo, e não só instruir quanto ao uso, como fornecer tais equipamentos (que custam em média R$ 5, e podem ser reutilizados por 10 ou mais vezes, quando em bom estado de conservação).”
Por que substituir?
Brito afirma que qualquer máscara é melhor que nenhuma máscara, mas que a busca por um material que forneça maior vedação deve ser o foco da população neste momento.
“Máscaras de pano são melhores que nada, porém, não oferecem boa vedação. Quando usadas adequadamente, máscaras PFF2 impedem que o ar passe pelos lados, por cima ou por baixo da máscara: quase todo o ar flui pelo material filtrante. A boa vedação das máscaras PFF2 vem do clipe nasal, uma presilha que se ajusta acima do nariz, e das alças elásticas, que vão atrás da cabeça, e garantem um ajuste firme”, ensina o pesquisador.
“As máscaras de pano escorregam do nariz com frequência, batem na nossa boca quando respiramos, o que dificulta um pouco a respiração. Assim, outro ponto importante que justifica o uso de máscaras PFF2 é o conforto: estas máscaras se encaixam bem no rosto (existem vários modelos, com tamanhos diferentes), são bastante respiráveis, pois deixam um espaço entre a máscara e a boca, e dificilmente escorregam do rosto quando falamos.”
PFF2 ou N95?
Com os diferentes nomes disponíveis no mercado, a dúvida pode surgir no consumidor. A sigla PFF significa “peça facial filtrante”. Todos cobrem parte do rosto e não exigem manutenção, como troca de algum filtro.
N95 é o nome dado aos respiradores nos Estados Unidos. Seguindo a norma técnica brasileira, eles podem ser considerados compatíveis, mesmo guardando algumas diferenças. O N95 deve filtrar no mínimo 95% das poeiras, névoas e fumos presentes no ambiente; já no Brasil, a exigência para a PFF2 é de 94%.
Por aqui, existem também as PFF1 e PFF3, que conferem outros índices de filtragem, mas não são utilizadas como medida de prevenção à covid-19 por não protegerem contra bioaerossóis (caso do SarS-CoV-2).
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Os modelos N95 possuem elásticos na cabeça por uma determinação das normas norte-americanas. No Brasil, as normas não especificam onde os eles devem estar posicionados, mas vale ficar atento, já que o tirante nas orelhas faz com que a vedação seja menor, fazendo com que a máscara perca eficácia.
E a KN95?
Grande parte das máscaras vendidas em plataformas de e-commerce no Brasil com elásticos nas orelhas e aparência de PFF2 são na verdade KN95, produzidas na China e, na maioria das vezes, sem registro das autoridades como Inmetro.
“A gente vê anúncio de uma KN95 com registro na Anvisa, e pensa que é boa, mas só isso não quer dizer nada. O que vai indicar a qualidade é o Certificado de Aprovação (C.A), número que geralmente está na embalagem ou dentro da máscara. Uma boa dica é procurar uma máscara produzida no Brasil, com as nossas características. Assim, posso garantir que você vai estar mais protegido do que com outras máscaras”, ensina Beatriz Klimeck, antropóloga, doutoranda em Saúde Coletiva e criadora do projeto ‘Qual Máscara?’, que sensibiliza a população para a utilização do equipamento desde o início da pandemia.
É caro? Como utilizar?
Com a popularização da PFF2, alguns modelos mais caros se tornaram objeto de desejo. O resultado foi o preço inflacionado. Mas não se assuste: com uma busca na internet, é possível achar modelos de qualidade por cerca de R$ 2.
O ideal é começar a procurar por lojas de equipamentos de proteção individual (EPIs), materiais de construção e/ou focadas em manutenção. Em estabelecimentos relacionados à área da saúde, os valores podem ser mais altos.
Como conservar
Apesar de não poder ser higienizada com álcool ou outro produto químico, e lavada, a PFF2 é sim reutilizável, como explica a antropóloga.
“A embalagem vai dizer que ela é descartável, mas quando a pandemia começou, o inventor dessas máscaras saiu da aposentadoria e voltou para o laboratório para investigar o tempo de durabilidade. Então sim, podemos reutilizá-las com segurança”, diz.
“Para isso, você tem que deixar o vírus se inativar com o tempo. Se tiver alguma carga viral naquela máscara, o próprio tempo vai degradá-lo. Recomendamos que a máscara seja pendurada em um local ventilado, de preferência pelos elásticos, de três a sete dias. Se você esteve em um ambiente com alguém com covid, o ideal é sete dias”, orienta.
Quanto ao descarte, também não há um tempo pré-definido. “Não tem exatamente um prazo para descarte. Vai depender do uso. Quando você perceber que o corpo está meio mole, um pouco sujo, já é hora de trocar. O elástico não é uma medida para descarte, porque ele fica mais largo, e aí pode ser trocado antes do descarte do corpo da máscara”.
O pesquisador Anderson Brito alerta que o momento é de atenção para medidas não farmacológicas, como uso correto das máscaras e distanciamento social.
“As prioridades dos cuidados deveriam ser revistas. Menos foco em álcool gel, e mais foco em medidas que impedem transmissão pelo ar. Como cuidados primários, a lista de prioridades deveria ser: boa circulação de ar; uso de máscaras PFF2; redução de lotação, em especial de ambientes fechados; e hábitos básicos de higiene.”
Saúde
Alegrete enfrenta desafio com nova onda de covid-19
Com mais de 520 casos confirmados em 2024, a cidade intensifica testagem e vacinação para conter a pandemia
Em Alegrete a situação da covid-19 tem gerado preocupações, conforme dados atualizados até 14 de novembro de 2024. A cidade, com uma população estimada de 73.589 habitantes, registrou um aumento no número de casos positivos da doença, alcançando mais de 520 casos confirmados neste ano.
Este cenário ocorre apesar de uma expressiva campanha de vacinação, que já aplicou 190.385 das 206.315 doses recebidas, representando uma cobertura de 92,3%. A secretaria de saúde local tem acompanhado de perto a evolução da pandemia, especialmente no mês de outubro, quando foram registrados 45 novos casos.
Segundo informações da Vigilância Epidemiológica de Alegrete, destacou o aumento de casos positivos, com 211 pacientes diagnosticados com a doença entre 1º de outubro e 4 de novembro.
Nesta semana tivemos 5 internados com covid, porém foram internações por outros motivos além da doença viral. A covid nestes casos não é a principal causa da internação, segundo informações daquele setor.
A estratégia da Secretaria de Saúde para conter o avanço da doença inclui a ampliação da testagem e a continuidade da vacinação conforme o cronograma estipulado pelo Ministério da Saúde e orientado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Até o final de outubro, o município contabilizou 28 hospitalizações, sendo uma em UTI, o que reforça a importância da vacinação. A população precisa completar o esquema vacinal, principalmente grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. A vacinação é essencial para garantir que não haja um aumento significativo de internações e complicações graves, pontua a Vigilância Epidemiilógica.
Nos últimos dois meses, o aumento dos casos de covid-19 em Alegrete exigiu um cuidado redobrado dos agentes de saúde, incluindo a recomendação do uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização das mãos.
A colaboração da comunidade é fundamental para manter os cuidados básicos e buscar a imunização nas unidades de saúde.
Mulher
Câncer de Mama: Proposta estabelece prazo para substituir implantes mamários
Com o objetivo de garantir bem-estar e dignidade às pacientes com câncer de mama, o deputado Gustavo Victorino protocolou, na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei 350/23 que estabelece prazo para procedimentos cirúrgicos e garante acompanhamento às mulheres em tratamento.
A proposta determina o limite de 30 dias para substituição do implante mamário sempre que ocorrerem complicações inerentes à cirurgia de reconstrução da mama, bem como garante o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado às pacientes que sofrerem mutilação total ou parcial de mama decorrente do tratamento de câncer.
Conforme o parlamentar, a proposição, que modifica o Estatuto da Pessoa com Câncer no Rio Grande do Sul (Lei nº 15.446/20), é um direito previsto na Lei Federal (no 14.538/2023), garantindo assim, um cuidado integral e humanizado à saúde da mulher: “Física e emocionalmente, o câncer de mama é devastador para a mulher e é nessa hora que o suporte médico e psicológico deve se fazer presente”, pontua o deputado Gustavo Victorino.
Crédito: Paulo Garcia Agência ALRS
Saúde
CAPS II completa 34 ANOS
Na última quarta-feira (19/07), o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II completou 34 anos de atuação em Alegrete. A história teve inicio em 2003 com a Lei da Reforma Psiquiátrica que mudou os paradigmas de tratamento em saúde mental, instituindo o cuidado em Atenção Psicossocial, através de equipes multidisciplinares. O serviço prima pelo tratamento em liberdade e pela abordagem inclusiva.
A busca do serviço oferecido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, garante os direitos e proteção à pessoas com sofrimento psíquico ou transtornos mentais com estratégias de reinserção social, respeitando o posicionamento da pessoa na escolha do tratamento. Também oferta suporte às famílias, através de atendimentos individuais e visitas domiciliares, buscando o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
A equipe multidisciplinar atualmente é composta por médico psiquiatra, médicos residentes em psiquiatria, psicólogos, assistentes sociais, oficineiros, enfermeiras, atendentes, estagiários, técnicos em enfermagem, zeladores, terapeuta ocupacional, profissionais da higiene e psicopedagoga, que prestam atendimento em grupos ou de forma individual a cerca de 900 pessoas mensalmente.
A prefeitura parabeniza a todos que fazem parte desta história!
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