Mulher
Déia Freitas: “Sempre quiseram criminalizar as coisas que eu faço”
O nome de Déia Freitas, 46 anos, criadora do podcast “Não Inviabilize”, tem circulado nas redes sociais e as mídias desde segunda-feira (9) quando anunciou uma vaga de assistente de roteiro para o programa. Além do valor oferecido com bônus, outro fator que contribuiu para a repercussão foi o fato dela ter disponibilizado a vaga somente para mulheres cis, trans e travestis, além de pretas, pardas e indígenas.
Desde então ela já foi acusada de ser laranja de um homem (o criador original do podcast que permanece desconhecido, segundo algumas postagens no Twitter), lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e de estar excluindo homens e pessoas brancas. Mas afinal, o que Déia Freitas fez de errado?
A vaga
Déia tem como inspiração sua família na criação da vaga. Orfã de pai desde os 12 anos e de mãe desde os 16, ela foi criada por sua tia Margarida, que trabalhava em uma fábrica em Santo André, cidade da Grande São Paulo onde nasceu e cresceu, e esta mulher brigou pelo direito das minorias, contratando diversas mulheres trans e travestis, tirando-as da prostituição.
Em seu Twitter, ela comentou a importância da vaga: “Só p/ dizer a importância da vaga, recebi textos muito bem escritos de travestis pretas e indígenas q hoje são profissionais do sexo pq não tiveram outra opção, mulheres pretas c/mestrado q são faxineiras, mulheres pretas pcd c/textos incríveis q nunca conseguiram vaga. sacou?”
“Uma pessoa branca, com visibilidade nas redes sociais, ela é tratada de um jeito. Uma pessoa parda como eu é tratada de outra forma. Então sempre rolou um querer criminalizar as coisas que eu faço. Do tipo: “Ah, mas se ela está atraindo tanta atenção, alguma coisa tem”, ou “se ela está tendo destaque, alguma coisa tem”, diz Déia ao iG Delas.
A mulher negra raivosa
Um ponto que chama atenção e está em discussão há algum tempo é o estereótipo de raivosa que as pessoas tem sobre as mulheres negras – Karol Conká e Lumena Aleluia ilustraram esse debate no BBB 21 . “Só para você ter um gostinho do que é a minha vida, a primeira foto que eu publiquei no Instagram depois do podcast, têm muitos comentários com “nossa, achei que você loira”, “não imaginava que você era assim”, “meu Deus, não consigo associar essa sua imagem ao podcast”. De onde vem isso? Por que ninguém consegue associar a minha imagem a um podcast de sucesso?”, questiona.
Comento que percebi uma postura mais silenciosa e calma da podcaster que no Twitter e me desculpo logo em seguida pelo “calma”. Déia comenta: “Não, mas é essa imagem mesmo. Parece que eu não sou uma pessoa calma porque sou reativa. As pessoas me xingam, me ofendem e eu vou ficar quieta? Não vou ficar quieta. Mas hoje teve toda essa orda dos seguidores do Bolsonaro por conta da matéria da Folha, tem um monte de gente me xingando lá. Até minha franja estão xingando! Melhor que ficar na minha”, diz.
Sucesso e hate
Foi no Twitter que o “Não Inviabilize” deu seus primeiros passos até se tornar o podcast de sucesso que é hoje, ficando atrás somente do “Mano a Mano”, apresentado por Mano Brown. Déia traz muitas características que geram incômodo: ela é mulher, parda (como se identifica) e de esquerda.
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“Eu estou no Twitter há 13 anos. Nesse período, teve uma vez que eu sofri um ataque de um enxame de abelhas na minha rua. Vieram os bombeiros, a polícia, morreram cachorros aqui da minha rua, um gato meu morreu. Todos os meus cachorros foram internados e então uma amiga do Twitter fez uma vaquinha para mim. Com isso, as pessoas que já me odiavam, falaram que eu não tinha sido picada por abelhas, que na verdade não tinha acontecido nada e a gente estava fraudando”, conta.
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Essa não foi a primeira acusação que Déia recebeu naquela rede. Quando fez algumas ações sociais com o padre Júlio Lancelotti, arrecadando donativos como sabão e meias, as pessoas falavam que ela venderia os itens. “Sempre rolou esse hate e eu acho que isso é porque eu tenho um bom engajamento. Isso eu sempre tive, não sei nem por que, mas eu sempre tive um bom engajamento no Twitter e não sei o que isso desperta. Algumas pessoas ficam com raiva”, diz.
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Carreira
Déia é psicóloga de formação e foi a primeira da sua família (“pelo lado do pai e pelo lado da mãe”) a ter uma graduação. “Só consegui fazer porque eu trabalhava na faculdade. Consegui um emprego de assistente administrativo lá porque dava o direito a estudar de graça. Se não, eu também não ia conseguir”.
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Déia nunca trabalhou na área porque não tinha dinheiro para investir na profissão. Por um tempo ela trabalhou na área de moda, com a ONG “Programa feminino de desenvolvimento social do ABC”, em Santo André, Grande São Paulo, onde nasceu e cresceu. A primeira oportunidade de mudar para a área de roteiros surgiu quando Ju Wallauer e a Cris Bartis, do podcast “Mamilos”, a convidaram para escrever os textos de histórias que chegavam para o programa. Elas gostavam do trabalho da psicóloga como contadora de histórias em texto na rede social.
Foi a podcaster Priscila Armani – “Sexo explícito”, “uaiPod” e “O Que Assistir” -, que em 2019 incentivou Déia a criar uma conta para o “Não Inviabilize” no Telegram e contar as histórias que recebia em áudio. Isso durou um ano inteiro, até Priscila convencê-la a entrar de vez no mundo dos podcasts, onde desde então tem sido um sucesso crescente.
Plágio, pirâmide e laranja de homem
Muitos seguidores brincam que indicar o programa é quase um programa de pirâmide, onde um vai recomendando para o outro e, de repente, todas as pessoas do mesmo ambiente estão escutando e incentivando outras a começar. Déia é quase uma Juliette do mundo dos podcasts e seus fãs os cactos, já que a maioria veste a camisa da podcaster quando casos como esse da vaga acontecem.
A situação de plágio que Déia já enfrentou é outro exemplo de seus defensores fieis. “Plágio de pessoas brancas sempre. Que depois se vitimizam e me chamam de raivosa e agressiva. ‘Nossa, não precisava de tudo isso.'” Mas ela também precisou de auxílio legal para resolver essas questões. Enquanto as obras de plágio foram removidas, a vaga ainda está sendo observado os próximos passos junto a advogado.
Um dos confeitos do bolo de acusações também é de que Déia é laranja (pessoas ou empresas utilizadas para ocultar, da fiscalização do Governo, bens e patrimônios de origem ilícita) de um homem anônimo. Outras de que o podcast é, na verdade, do editor contratado por ela, o Léo Mogli.
Livro e série
Mas nem tudo é ruim no cenário de Déia. Apesar de ter o e-mail da vaga em um período temporário, ela disse que recebeu tantos currículos bons e agradecidos que está viabilizando formas de empregar essas pessoas, fechando parcerias com ONGs, já que não pode contratar todo mundo.
Além disso, ela conta que ainda em 2022 vai sair uma série ao estilo de “Modern Love”, pela produtora Fábrica, com histórias já selecionadas. Os quadros “Picolé de limão”, com histórias onde tudo parecia que ia dar certo, mas terminam amargas, e o “Luz Acesa” (história de terror) também vão ganhar um livro.
Mulher
Neste domingo, escritora alegretense será entrevistada na TV Cultura
Escritora Eliana Rigol aborda a história oculta das mulheres no Café Filosófico .Programa da TV Cultura vai ao ar no próximo domingo, dia 3, às 19h
A escritora gaúcha Eliana Rigol será a convidada do próximo Café Filosófico, que vai ao ar no domingo, dia 3, às 19h, na TV Cultura. No programa, ela irá abordar o tema da história oculta das mulheres, como parte da série “Novas mulheres, antigos papeis”, gravada em maio, no Instituto CPFL, em Campinas (SP), com curadoria da historiadora e roteirista Luna Lobão.
Para Eliana, que atualmente vive em Barcelona, na Espanha, foi uma honra ter sido convidada a subir no palco de um programa do qual sempre foi fã, mas onde, normalmente, só via homens sendo entrevistados. “Foi uma alegria genuína estar representando tantas e tantas mulheres no Brasil e no mundo que não tiveram momento para fala e escuta nesse mundo desenhado por homens e para homens”, conta.
Nascida em Alegrete, Eliana já morou em São Paulo, Toronto e Lisboa. Advogada de formação e escritora por vocação, ela atua com mentoria de mulheres (Jornada da Heroína) Ela é autora de quatro livros: Moscas no Labirinto (Pergamus, 2015), indicado ao Prêmio AGES, Afeto Revolution, finalista do Prêmio Jabuti, Herstory e Parir é sexual, os três últimos publicados pela editora Zouk, de Porto Alegre.
Mulher
Câncer de Mama: Proposta estabelece prazo para substituir implantes mamários
Com o objetivo de garantir bem-estar e dignidade às pacientes com câncer de mama, o deputado Gustavo Victorino protocolou, na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei 350/23 que estabelece prazo para procedimentos cirúrgicos e garante acompanhamento às mulheres em tratamento.
A proposta determina o limite de 30 dias para substituição do implante mamário sempre que ocorrerem complicações inerentes à cirurgia de reconstrução da mama, bem como garante o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado às pacientes que sofrerem mutilação total ou parcial de mama decorrente do tratamento de câncer.
Conforme o parlamentar, a proposição, que modifica o Estatuto da Pessoa com Câncer no Rio Grande do Sul (Lei nº 15.446/20), é um direito previsto na Lei Federal (no 14.538/2023), garantindo assim, um cuidado integral e humanizado à saúde da mulher: “Física e emocionalmente, o câncer de mama é devastador para a mulher e é nessa hora que o suporte médico e psicológico deve se fazer presente”, pontua o deputado Gustavo Victorino.
Crédito: Paulo Garcia Agência ALRS
Mulher
Bolsonaro sanciona lei de enfrentamento à violência contra às mulheres
Está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5), a Lei 14.330/22 que inclui o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher como instrumento de implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social.
A norma determina a previsão de ações, estratégias e metas específicas sobre esse tipo de violência que devem ser implementadas em conjunto com órgãos e instâncias estaduais, municipais e do Distrito Federal, responsáveis pela rede de prevenção e de atendimento das mulheres em situação de violência.
Depois de passar pela Câmara, o texto foi aprovado pelo Senado em março, como parte da pauta prioritária da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
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