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Bruxo Wicca explica como é a religião, os deuses e os rituais


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Bruxo Wicca explica como é a religião, os deuses e os rituais
Karina Gomes

Bruxo Wicca explica como é a religião, os deuses e os rituais

A Wicca é uma religião criada na Europa Ocidental. Os  Wiccanos  são pessoas boas e prezam pela vida de outros, gostam de ajudar e viver em harmonia. Diferente do que muitos pensam, a base desta religião é a magia de cura e ela deve ser utilizada para o bem. Eles acreditam na cura por meio da natureza e dos animais e acreditam na igualdade de gênero entre homens e mulheres, fazendo com que todos sejam visto da mesma forma. As Deusas são representadas pelo princípio feminino e os Deuses, pelo masculino.

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Talvez você não saiba, mas existem muitas pessoas que seguem a religião no Brasil. Michel Valim, tarólogo, oraculista e terapeuta de Reiki Xamânico, por exemplo, é bruxo da religião Wicca há 10 anos. Ele já fez parte dos estudos do Círculo Externo da Tradição Diânica do Brasil, a primeira tradição Wiccaniana do Brasil, e nos explicou sobre os rituais mais comuns, os níveis hierárquicos e até nos indicou livros sobre a religião. Confira a entrevista completa!

Por que os Wicca considerados bruxos? 

”Então, a Wicca é conhecida como a Bruxaria Moderna, é uma religião de Bruxaria, ou seja, somos uma religião mistérica iniciática neopagã sacerdotal. O Neopaganismo é o movimento de reconstrução moderna dos antigos cultos pagãos pré-cristãos que celebravam a Terra e a Natureza e tinham seus antigos deuses como expressões da mesma. A partir da ascensão do Cristianismo na Europa e posteriormente no mundo, esses antigos cultos de fertilidade da terra que celebravam uma Grande Mãe foram renegados ao que passou-se a se chamar de Bruxaria e para nós o uso do termo “bruxa” é uma expressão de resistência e de desconstrução da imagem pejorativa e negativa em cima das antigas feiticeiras e curandeiras que honravam os antigos deuses da terra. É uma homenagem à todas aquelas que foram mortas injustamente nas fogueiras e na forca. A palavra “wicca” era um termo do inglês antigo para a atual “witch” (bruxa) e tem sua origem numa palavra das antigas línguas proto-germânicas, “wik”, que significa “girar, dobrar, moldar ou transformar”. Ou seja, nós bruxas somos moldadores, transformadores e giramos a roda da vida, e esse é um dos mistérios da Deusa que despertamos ao adentrar o caminho”. 

Como se dá a figura de Deus na religião Wicca?

“Na Wicca nós cremos na Força Criadora de tudo como uma Deusa e um Deus, o Princípio Feminino e o Princípio Masculino. No entanto, a Deusa tem mais peso e importância por conta da vida ser gerada pelo feminino, ou seja, Ela é a Grande Mãe de tudo o que existe. E a nossa crença mais básica acerca da divindade é de que Ela é panteísta imanente, ou seja, a Deusa não só criou o Universo como Ela é o próprio Universo e tudo o que existe vibra no corpo Dela. Todos nós somos pequenas células no grande organismo vivo que é o corpo da Deusa. O Deus, o Princípio Masculino, nasceu e é a contraparte Dela. Essa duas grandes forças criadoras, a Deusa e o Deus, se dividem em pequenas parcelas de consciência com suas personalidades próprias. Isso significa que são os vários deuses dos quais prestamos culto e devoção. Deuses celtas, gregos, egípcios, romanos, nórdicos, mesopotâmicos, africanos, etc. Acreditamos que essas consciências individuais são formatos em que a Deusa e o Deus encontram para auxiliar, guiar e se fundir com cada bruxo que busca pelo caminho de acordo com as características e personalidades. Esse tipo de crença é chamada de henoteísta”.

Como são realizados os cultos a essas Deusas e Deuses?

“Nossas celebrações são divididas em dois tipos: Sabás e Esbás. Os Sabás são 8 festivais baseados em antigos ritos europeus que celebram o ciclo do Sol ao longo do ano, expressos nas quatro estações, marcando os solstícios e equinócios e os pontos de alto poder no meio de cada estação. Os Sabás que marcam os solstícios e equinócios são conhecidos como Sabás Menores e os que acontecem entre uma estação e outra são conhecidos como Sabás Maiores, são eles: Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas/Lughnasadh. Eles eram antigos festivais de plantio e colheita celebrados pelos povos celtas da Irlanda e Grã-Bretanha. Os Sabás celebram o ciclo do sol, o Deus, onde mitologicamente ele nasce da Deusa, torna-se amante Dela, fecunda Ela, morre e renasce novamente Dela. Esse conjunto de festivais é conhecido como A Roda do Ano . Os Esbás são os rituais feitos nas fases das Luas [nova, crescente, cheia, minguante e negra] ou apenas da Lua cheia. São ritos de conexão com a Deusa e suas marés cósmicas e ritos onde trabalhamos feitiços para renovação, crescimento, plenitude, purificação e banimento e autoconhecimento. Já nos Esbás, temos uma prática que se chama Puxar a Lua para Baixo que pode acontecer de duas formas. A primeida delas, a Alta Sacerdotisa canaliza a energia da Deusa e usa sua boca como veículo para os ensinamentos e profecias da Deusa como um oráculo vivo; e a segunda o praticante puxa a energia da lua cheia para si para trazer plenitude e abundância. Para nós, a Lua representa a Deusa e o Sol representa o Deus”.

Quais os lugares que acontecem esses rituais?

“Como somos adoradores da natureza e acreditamos na imanência da Deusa, onde Ela é tudo o que existe, então não temos necessidade de possuir templos. Há pessoas que fazem templos para seus grupos, chamados de covens, mas há quem celebre em florestas, bosques, praias, parques, no quintal da casa de alguém, dentro de casa. O importante é se conectar com os fluxos da vida e do Universo e aprender com seus ciclos”.

Você poderia explicar melhor o que significa a palavra “coven” para a religião?

“Coven é uma palavra do inglês antigo que designa um grupo ou reunião de bruxas para celebrar um ritual. Na Wicca, um coven é um grupo fechado de 7 a 13 pessoas, podendo ter mais, que celebram rituais e trabalhos mágicos em conjunto e compartilham entre si dos mistérios.”

Qual a relação da Wicca com a Natureza?

“Por termos uma crença panteísta imanente, ou seja, cremos que a natureza não é apenas aquilo que nos rodeia mas que nós, seres humanos, também somos natureza. Que somos parte dela e ela é parte de nós. Na religião Wicca cremos que tudo no Universo está interligado por uma Grande Teia Cósmica com fios que se conectam. Por isso, é importantíssimo a consciência ecoambiental dentro da religião Wicca, porque ferindo a Terra que nos abriga, além de estarmos ferindo uma parcela importante do corpo da Deusa que nos nutre e nos acolhe, estamos ferindo uma parcela de nós mesmos, pois não estamos à parte da natureza e não estamos aqui para subjugá-la, nós somos natureza. A Terra é sagrada para nós”.

Existe uma divisão de funções dentro da religião Wicca?

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“Sim. Dentro de um coven ou de uma tradição existem alguns níveis hierárquicos e suas funções. Quando uma pessoa pede para entrar num coven ou tradição ela precisa passar por um treinamento mágico e de autoconhecimento que nós chamamos de Período de Dedicação e essa pessoa é um Dedicado, que seria o mesmo que um Aprendiz. Esse período de treinamento pode variar de no mínimo 1 ano e 1 dia até 3 anos dependendo da tradição e do desenvolvimento pessoal do Dedicado. Passado esse período o Dedicado então passa pelo rito de Iniciação, que é um rito de passagem que marca a morte do seu eu antigo para o renascimento no seu novo eu como bruxo, e passa a ser então um Iniciado ou um Desperto. Como Iniciado ele assume sua responsabilidade como sacerdote da Deusa e do Deus. Dentro de um coven existe também a Donzela e o Cavaleiro, que são responsáveis por auxiliar a Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote no andamento do ritual. A Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote são os níveis mais altos, de 3° grau. Eles são os comandantes do ritual personificando a Deusa e o Deus encarnados”.

O que é a cerimônia Wiccaning?

“O Wiccaning é semelhante ao batizado da criança no cristianismo, a diferença é que a criança é apresentada aos deuses para que eles a protejam, cuidem dela e a amparem até que ela complete a maioridade e opte pelo seu caminho religioso. A criança apresentada e abençoada não está marcada para seguir a religião, como no cristianismo, em que ela deve seguir o caminho cristão, porque prezamos pela liberdade de cada indivíduo e acreditamos que todo caminho religioso é válido para aquele que acredita e que nossos filhos precisam ser livres para escolher seguir o caminho que mais se conecta com o seu interior”.

Como é relação dos pais Wiccanianos com seus filhos, caso eles optem por não seguir a religião?

“Totalmente natural. Como eu disse anteriormente, nós prezamos pela liberdade alheia, portanto a liberdade religiosa está inserida nisso. Nós temos um código de ética que diz que não devemos fazer proselitismo, ou seja, não devemos tentar puxar ou influenciar pessoas para que façam parte da nossa religião, elas devem querer entrar por vontade própria, por sentirem aquilo que chamamos de O Chamado da Deusa . Muitas pessoas ouvem esse chamado de muitas formas, como lendo um livro e se identificando, por exemplo. Por isso, não devemos obrigar nossos filhos a seguir nosso caminho e temos que deixá-los livres para escolher”.

Para que mais pessoas possam se identificar com religião Wicca, você poderia indicar alguns livros?

“Claro! Eu indico os livros do casal britânico Janet e Stewart Farrar, eles são excelentes para se aprofundar na religião. Tem uma trilogia de livros deles publicados aqui no Brasil pela Editora Alfabeto: A Bíblia das Bruxas, A Deusa das Bruxas e O Deus das Bruxas. Indico também dois livros do brasileiro Claudiney Prieto, ambos têm em uma linguagem fácil apresentando o básico sobre Wicca para quem ainda está bem no comecinho, são eles: Wicca – A Religião da Deusa e Wicca Para Todos, ambos também publicados pela Editora Alfabeto.”

Quer saber mais sobre a religão Wicca? Confira 4 livros!

História da Bruxaria: Feiticeiras, hereges e pagãs, de Jeffrey B. Russel: descubra a trajetória da religião e como a bruxaria sobreviveu a tantos problemas e preconceitos. Com este livro, você irá conhecer melhor as tradições Wicca e como a religião atua na sociedade contemporânea.

O Deus das Bruxas: O Senhor da Dança, de Janet Farrar:  este livro faz parte da trilogia do autor e explora o Princípio Masculino dentro da Religião Wicca. Terceira e última parte, o livro apresenta um dicionário com mais de mil Deuses das diversas culturas do Mundo. Ele serviu de inspiração para outros autores de livros que decidiram escrever também sobre este assunto, legal, né?

Enciclopédia da bruxaria de Doreen Valiente: conheça a enciclopédia completa feita pela nomeada autoria Doreen Valiente, que estuda sobre o oculto há mais de 30 anos. Este livro tem como finalidade contribuir com o estudo da bruxaria. 

Almanaque Wicca 2019: Guia de Magia e Espiritualidade de Pensamento: este almanaque reúne os temas e práticas mais atuais e inovadoras para uma geração de pessoas que almejam se conhecer melhor. Ele tratá mais magia ao seu dia e aumentará sua percepção interior. 

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    Fonte: IG Mulher

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    Neste domingo, escritora alegretense será entrevistada na TV Cultura

    Escritora Eliana Rigol aborda a história oculta das mulheres no Café Filosófico .Programa da TV Cultura vai ao ar no próximo domingo, dia 3, às 19h

    A escritora gaúcha Eliana Rigol será a convidada do próximo Café Filosófico, que vai ao ar no domingo, dia 3, às 19h, na TV Cultura. No programa, ela irá abordar o tema da história oculta das mulheres, como parte da série “Novas mulheres, antigos papeis”, gravada em maio, no Instituto CPFL, em Campinas (SP), com curadoria da historiadora e roteirista Luna Lobão.

    Para Eliana, que atualmente vive em Barcelona, na Espanha, foi uma honra ter sido convidada a subir no palco de um programa do qual sempre foi fã, mas onde, normalmente, só via homens sendo entrevistados. “Foi uma alegria genuína estar representando tantas e tantas mulheres no Brasil e no mundo que não tiveram momento para fala e escuta nesse mundo desenhado por homens e para homens”, conta.

    Nascida em Alegrete, Eliana já morou em São Paulo, Toronto e Lisboa. Advogada de formação e escritora por vocação, ela atua com mentoria de mulheres (Jornada da Heroína) Ela é autora de quatro livros: Moscas no Labirinto (Pergamus, 2015), indicado ao Prêmio AGES, Afeto Revolution, finalista do Prêmio Jabuti, Herstory e Parir é sexual, os três últimos publicados pela editora Zouk, de Porto Alegre.

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    Câncer de Mama: Proposta estabelece prazo para substituir implantes mamários

     

    Com o objetivo de garantir bem-estar e dignidade às pacientes com câncer de mama, o deputado Gustavo Victorino protocolou, na Assembleia Legislativa, Projeto de Lei 350/23 que estabelece prazo para procedimentos cirúrgicos e garante acompanhamento às mulheres em tratamento.

    A proposta determina o limite de 30 dias para substituição do implante mamário sempre que ocorrerem complicações inerentes à cirurgia de reconstrução da mama, bem como garante o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado às pacientes que sofrerem mutilação total ou parcial de mama decorrente do tratamento de câncer.

    Conforme o parlamentar, a proposição, que modifica o Estatuto da Pessoa com Câncer no Rio Grande do Sul (Lei nº 15.446/20), é um direito previsto na Lei Federal (no 14.538/2023), garantindo assim, um cuidado integral e humanizado à saúde da mulher: “Física e emocionalmente, o câncer de mama é devastador para a mulher e é nessa hora que o suporte médico e psicológico deve se fazer presente”, pontua o deputado Gustavo Victorino.

     

    Crédito: Paulo Garcia Agência ALRS

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    Bolsonaro sanciona lei de enfrentamento à violência contra às mulheres

    Está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5), a Lei 14.330/22 que inclui o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher como instrumento de implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social.

    A norma determina a previsão de ações, estratégias e metas específicas sobre esse tipo de violência que devem ser implementadas em conjunto com órgãos e instâncias estaduais, municipais e do Distrito Federal, responsáveis pela rede de prevenção e de atendimento das mulheres em situação de violência.

    Depois de passar pela Câmara, o texto foi aprovado pelo Senado em março, como parte da pauta prioritária da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.

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