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CEPEA: RETROSPECTIVAS DE 2021


Cepea, 5/01/2022 – O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as retrospectivas de 2021. Nos próximos dias, serão divulgadas as perspectivas para 2022.

Clique aqui e confira arquivo completo.

Abaixo, alguns trechos:

AÇÚCAR: Com menor produção, Indicador atinge novo recorde nominal em 2021

Cepea, Piracicaba – O ano de 2021 se iniciou em meio a estimativas indicando menor produtividade da cana-de-açúcar para a safra 2021/22 no estado de São Paulo, devido ao clima seco que prejudicou as lavouras, especialmente no segundo semestre de 2020. Para agravar o cenário, o clima seguiu desfavorável em 2021, com seca em boa parte do ano e geadas em meados de julho. Diante disso, a menor produção do açúcar foi se confirmando ao longo da moagem da cana no estado paulista, comprometendo a disponibilidade do cristal para o mercado spot. Sobretudo por esta razão, os preços médios da saca de 50 kg do açúcar cristal subiram ao longo do ano, com o Indicador CEPEA/ESALQ atingindo e renovando os recordes nominais da série do produto – no dia 16 de dezembro, o Indicador atingiu R$ 157,43/saca de 50 kg.

ALGODÃO: Menor produção e firme demanda externa levam preço a recorde nominal
Cepea, Piracicaba – Os preços do algodão em pluma estão em movimento de alta desde meados de 2020 e, em 2021, renovaram – de forma consecutiva – os patamares máximos nominais da série histórica do Cepea. O impulso veio das elevações dos valores internacionais, do alto patamar do dólar frente ao Real e do aumento da paridade de exportação, que também atingiu recorde no ano, em um ambiente de menor produção doméstica e de demanda internacional firme. Além disso, o bom volume da produção já comprometida via contratos a termo para exportação reduziu a disponibilidade no spot. 

ARROZ: Demanda fraca e exportação menor pressionam cotações em 2021
Cepea, Piracicaba – Após a alta expressiva das cotações do arroz em casca durante o ano de 2020, era de se esperar um certo ajustamento em 2021. Entretanto, a perda de poder aquisitivo da população e as exportações menores elevaram os estoques domésticos, pressionando os valores de forma significativa. Esse cenário de preços mais baixos não foi característico apenas do Brasil, sendo observado também no ambiente internacional. Em 2021, o Indicador ESALQ/SENAR-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) recuou 33,45%, encerrando o ano a R$ 62,50/saca de 50 kg. A demanda retraída por arroz em boa parte de 2021 elevou o excedente disponível no mercado doméstico, influenciando a baixa nas cotações. A média nominal dos preços do arroz em casca em 2021, por sua vez, foi de R$ 77,56/saca de 50 kg, ainda 5,7% superior à de 2020, que foi de R$ 73,38/sc. 

BOI: Exportação e baixa oferta mantêm boi acima de R$ 300 na maior parte de 2021
Cepea, Piracicaba – O cenário observado no setor pecuário nacional ao longo de 2021 foi semelhante ao verificado no ano anterior, com exportações – especialmente à China – em ritmo intenso e oferta restrita de boi gordo para abate. Como resultado, os preços de toda a cadeia renovaram os recordes das respectivas séries. O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 iniciou 2021 com média real de R$ 326,59, atingindo o maior patamar do ano em março, de R$ 333,11 (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de novembro/21). Nos meses seguintes, as médias mensais do Indicador se mantiveram firmes, acima dos R$ 300.

CAFÉ: Preços têm fortes altas em 2021 e atingem recordes nominais
Cepea, Piracicaba – O ano de 2021 foi marcado pela acentuada alta nos preços dos cafés arábica e robusta. Assim, os valores de ambas variedades atingiram recordes nominais das respectivas séries históricas do Cepea. No primeiro semestre de 2021, as cotações foram impulsionadas pela perspectiva de menor produção na safra 2021/22. Além da bienalidade negativa do café arábica, a seca durante a maior parte do desenvolvimento dos cafezais limitou o potencial produtivo da temporada. Segundo a Conab (dezembro/21), o volume colhido em 2021/22 foi de 47,7 milhões de sacas de 60 kg, queda de 24,4% em relação à temporada 2020/21. O USDA, por sua vez, indicou que esta temporada brasileira finalizou com 56,3 milhões de sacas colhidas, redução de 19,4% frente à safra anterior. No segundo semestre de 2021, o movimento de alta nos preços dos cafés, especialmente nos do arábica, foi ainda mais expressiva, sendo reforçado por novas preocupações com a oferta do grão e com a logística mundial da cadeia. No Brasil, o período prolongado de seca e as geadas ocorridas no inverno trouxeram novos danos aos cafezais de arábica e devem levar à significativa quebra de produção na temporada 2022/23 (bienalidade positiva). No Vietnã e na Colômbia, a ocorrência do fenômeno La Niña – ainda que de intensidade entre fraca e moderada, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) – também têm mantido agentes em alerta e as cotações do café, em alta. Ressalta-se, ainda, que o elevado preço do arábica elevou a demanda das torrefadoras ao redor do globo pelo robusta.

CITROS: Mesmo com preço elevado, rentabilidade é limitada em 2021/22
Cepea, Piracicaba – 2021 foi um ano de preços altos para a laranja no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro. No geral, a necessidade de matéria-prima permaneceu elevada nas indústrias paulistas, e a baixa produção da fruta manteve a oferta controlada durante todo o ano. Ainda que a remuneração (em Reais por caixa da fruta) tenha sido superior, para muitos citricultores a rentabilidade foi apertada, visto que a produtividade restrita elevou ainda mais os custos unitários de produção.

ETANOL: Preços médios do anidro e hidratado na parcial da safra 21/22 são recordes
Cepea, Piracicaba – Se na safra 2020/21 a demanda fragilizada pela covid-19 pressionou os valores dos etanóis, mesmo diante da menor produção, na atual temporada (2021/22), o clima desfavorável e a quebra de produção impulsionaram os preços do anidro e do hidratado, que atingiram patamares bastante acima dos praticados em temporadas anteriores. Considerando-se a parcial (de abril a dezembro) das últimas 23 safras, as médias dos preços registradas em 2021/22 para os etanóis anidro e hidratado são as maiores de toda a série histórica do Cepea iniciada em 2000, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-M de dezembro/21). De abril a dezembro de 2021, o valor médio do anidro foi de R$ 3,6218/litro e o do hidratado, de R$ 3,2039/litro, em termos reais. As segundas maiores médias foram verificadas na parcial do ano-safra 2011/12, quando atingiram R$ 3,4479/litro no caso do anidro e R$ 3,8287/litro no do hidratado. 

FRANGO: Com demandas interna e externa aquecidas, preço da carne bate recorde em 2021
Cepea, Piracicaba – Impulsionados pelas aquecidas demandas externa e, principalmente, interna, os preços da carne de frango atingiram recordes reais em 2021. Diante do menor poder de compra de grande parte da população brasileira, a proteína de origem avícola – que é tipicamente negociada a valores inferiores aos das principais substitutas (bovina e suína) – ganhou destaque no cenário nacional de carnes, o que resultou na disparada de preços. Nos primeiros meses do ano, os valores da carne de frango estiveram, como de costume, enfraquecidos. No entanto, a partir de maio, a procura interna aumentou, influenciada pelo fato de o preço desta proteína avícola ser mais barata frente aos das concorrentes e pela flexibilização das medidas restritivas impostas em muitas cidades para conter o avanço da pandemia de covid-19. Esse cenário, aliado ao bom desempenho das exportações brasileiras da carne, resultou em um movimento de alta nos preços, que persistiu por cinco meses consecutivos – de maio a setembro. 

LEITE: Preço encerra 2021 com queda acumulada de 8,7%
Cepea, Piracicaba – Em queda desde outubro, o preço do leite captado em novembro e pago aos produtores em dezembro fechou a R$ 2,1210/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, recuos de 3% frente ao mês anterior e de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de novembro/21). De janeiro a dezembro de 2021, a média do preço ao produtor foi de R$ 2,2481/litro, 15,5% acima da verificada em 2020, em termos reais. Já quando considerando o acumulado do ano (de dezembro/20 a dezembro/21), observa-se queda real de 8,7% no valor ao produtor, evidenciando o forte movimento de baixa neste último trimestre de 2021, devido ao enfraquecimento da demanda por lácteos. 

MANDIOCA: Oferta se estabiliza; rendimento de amido fica abaixo do de 2020
Cepea, Piracicaba – Ao longo de 2021, a oferta de mandioca foi praticamente a mesma da registrada no ano anterior, apesar do clima desfavorável no período. O clima seco, principalmente no outono, prejudicou o avanço da colheita de forma expressiva. No inverno, que foi mais rigoroso que em anos anteriores, as geadas chegaram a causar perdas em algumas lavouras, inclusive do material de plantio (manivas). 

MILHO: Menor disponibilidade interna leva preço a patamar recorde em 2021
Cepea, Piracicaba – Os preços do milho atingiram patamares recordes no mercado brasileiro ao longo de 2021. O impulso veio dos baixos estoques da safra 2019/20 e sobretudo de preocupações com os impactos do clima sobre a semeadura e o desenvolvimento da safra 2020/21. Em termos globais, a produção foi menor. 

OVINOS: Preços sobem em 2021, mas custo de produção alto limita ganhos do setor
Cepea, Piracicaba – O ano de 2021, assim como para outros setores da pecuária, continuou sendo desafiador para a ovinocultura. Apesar do avanço nos valores do cordeiro vivo, observado na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, devido, principalmente, à baixa oferta de animais para abate, os ganhos da atividade foram pressionados pelo elevado custo de produção. Além disso, o setor esperava crescimento da demanda por carne ovina, o que não ocorreu. 

OVOS: Preços atingem recorde real, mas poder de compra do avicultor é o pior da história
Cepea, Piracicaba – Durante a maior parte de 2021, o mercado de ovos registrou preços elevados, motivados pela demanda aquecida, pela oferta mais controlada e por repasses dos aumentos aos custos de produção, o que resultou em valores recordes para o produto, em termos reais. Mesmo assim, o poder de compra do avicultor de postura frente aos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja, seguiu pressionado (é o menor da história), devido à valorização mais intensa desses itens frente aos ovos. 

SOJA: Mesmo com maior produção, preço atinge recorde em 2021
Cepea, Piracicaba – Embora a semeadura da safra 2020/21 da soja tenha sido tardia no Brasil, devido ao atraso das chuvas, posteriormente, o clima favoreceu as lavouras, resultando em produção recorde pela segunda temporada consecutiva, de 137,32 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. Mesmo com a safra volumosa, na média de 2021, os preços domésticos registraram patamares recordes, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de nov/21).

SUÍNOS: Exportação recorde não evita queda de preço no BR
Cepea, Piracicaba – Assim como já era esperado pelo setor suinocultor nacional, a demanda externa pela carne continuou firme em 2021, e as exportações brasileiras da proteína atingiram novos recordes. Já no mercado nacional, o consumo da carne até aumentou, mas o desempenho ficou aquém do esperado por agentes do setor. 

TRIGO: Oferta é recorde em 2021, mas paridade elevada sustenta preço interno
Cepea, Piracicaba – O ano de 2021 se iniciou em meio a expectativas de crescimento na área com trigo. Naquele período, produtores estavam atentos à menor oferta de trigo argentino, aos preços recordes em 2020 e ao atraso na janela ideal para a semeadura de milho segunda safra no Paraná, São Paulo e em Mato Grosso do Sul, em decorrência do baixo volume de chuva. 

HORTIFRÚTI: Com poder de compra fragilizado, demanda por HF é limitada em 2021
Cepea, Piracicaba – Em 2021, o avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil trouxe mais segurança à população e possibilitou, especialmente no segundo semestre, a abertura do comércio e do mercado institucional (escolas, bares e restaurantes), importantes canais de escoamento de hortifrútis. Leia mais…

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Outras informações: [email protected] e (19) 3429 8836.

Fonte: CEPEA

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Incêndio em silo de arroz em Itaqui deixa dois mortos e vários intoxicados Itaqui

Um trágico incêndio em um silo de arroz, situado na rodovia de acesso ao trevo de Itaqui, marcou a manhã deste domingo (23), resultando na morte de duas pessoas e deixando diversas outras intoxicadas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h19 para debelar as chamas que consumiam a estrutura e realizar o resgate de trabalhadores.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais eram dois trabalhadores que entraram no secador de arroz sem a devida autorização da guarnição, vindo a desmaiar no interior da estrutura.

Apesar do rápido resgate e encaminhamento ao hospital, os dois homens não resistiram e faleceram.
Além das vítimas fatais, a ocorrência deixou dez pessoas intoxicadas, sendo quatro militares do Corpo de Bombeiros e seis civis.

Os militares que apresentaram sintomas foram prontamente atendidos e já receberam alta médica. Os civis, por sua vez, permanecem sob observação em unidade de saúde.

O incêndio teve início em um dos secadores de arroz do silo e demandou um intenso trabalho das equipes de bombeiros. Até o momento, os profissionais continuam no local realizando o resfriamento da estrutura para evitar novos focos.

Joicemar Ifran da Rosa(Pank), de 52 anos, e Ademir Ferreira da Roza Junior, de 34 anos, foram as vítimas fatais.

 

Os outros três colegas que foram prontamente socorridos e encaminhados ao Hospital São Patrício permanecem internados, recebendo os cuidados médicos necessários.

O Tenente Alex, comandante do pelotão do Corpo de Bombeiros, está à frente das operações no local.

As causas do incêndio e as circunstâncias que levaram à entrada não autorizada dos trabalhadores no secador estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.

A comunidade de Itaqui lamenta profundamente o ocorrido e aguarda atualizações sobre o estado de saúde dos civis que permanecem em observação. A identidade das vítimas fatais não foi divulgada até o momento.

Com informações do Portal do Ferreira

Imagem: reprodução SB News/ Portal do Ferreira

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Safra gaúcha de grãos deve atingir 36,34 milhões de toneladas, estima Conab

Levantamento da estatal aponta queda na produção de soja e aumento nas produções de arroz, feijão, milho e trigo_

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou, nesta quinta-feira (13), que o Brasil pode alcançar um novo recorde na safra de grãos. O 6º levantamento da safra 2024/2025 projeta um volume de 328,31 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% (30,56 milhões de toneladas) em comparação à safra anterior.

O crescimento da produção e produtividade, especialmente para soja, milho e arroz, somado a um aumento de 2,1% na área plantada, é atribuído à conjuntura mercadológica favorável e à expectativa de condições climáticas mais adequadas ao desenvolvimento das culturas.

No Rio Grande do Sul, a produção deve atingir 36,34 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação à safra passada. O estado se mantém na posição de terceiro maior produtor de grãos no país, atrás de Mato Grosso e Paraná, seguido por Goiás. Já a área plantada está prevista em 10,45 milhões de hectares, um aumento de 0,3%.

A queda na produção foi motivada pela estiagem, que impactou principalmente a cultura da soja. No entanto, há perspectiva de excelente produção nas safras de arroz e milho.

Durante o levantamento, realizado no final de fevereiro, a estiagem persistia no estado. As lavouras foram impactadas por chuvas irregulares e mal distribuídas, com temporais associados às altas temperaturas, o que gerou a escassez de precipitações significativas, afetando reservatórios de água.

“O nosso estado, que produz 11% da safra nacional de grãos, enfrentou novamente desafios climáticos que impactaram negativamente a cultura da soja. No entanto, o 6º levantamento apresenta perspectivas positivas para as safras de milho e arroz, o que representa um benefício significativo para o estado e para o Brasil, já que o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz e de milho 1ª safra”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.

*Os números da safra gaúcha

Arroz e feijão – A produção de arroz deve atingir 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área plantada está estimada em 951,9 mil hectares, com crescimento de 5,7%. A expectativa é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, especialmente na Sul e na Fronteira Oeste, devido à boa rentabilidade da cultura no momento do plantio, ao bom volume de água nas barragens e rios durante o plantio e à possibilidade de preparo antecipado das áreas, o que favorece boas produtividades.

A produção de feijão deve alcançar 76,9 mil toneladas, um aumento de 7,3%. A área plantada está prevista em 48,5 mil hectares. O cultivo de feijão cores da 1ª safra está concentrado no Planalto Superior, onde se utiliza de bons pacotes tecnológicos. A semeadura começou em dezembro e foi concluída em janeiro. Mais de 60% das lavouras estão no enchimento de grãos e 30% em florescimento. Embora a estiagem tenha impactado o desenvolvimento, as condições climáticas na região foram menos severas, e as lavouras ainda apresentam bom potencial produtivo.

A semeadura do feijão preto da 2ª safra continua no estado. Iniciada em janeiro, a operação avançou lentamente até fevereiro, quando as chuvas melhoraram as condições do solo, permitindo um aumento rápido da área semeada, que atingiu 88% no final do mês. No Planalto Médio, que é a principal região produtora, as expectativas são boas, especialmente devido à alta proporção de lavouras irrigadas. Nessa região, 90% da área foi semeada, 20% está em emergência e 80% em desenvolvimento vegetativo.

Soja – A produção de soja está estimada em 17,1 milhões de toneladas, uma redução de 13,2% em relação à safra anterior, posicionando o estado como o 4º maior produtor da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área cultivada deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um incremento de 74,4 mil hectares (1,1% a mais que na safra 2023/2024).

As lavouras de soja continuam sendo afetadas pela falta de chuvas regulares. As semeadas mais tarde sofreram prejuízos significativos, com perdas que podem ser irreversíveis. A estimativa de produtividade é de 2.495 kg/ha, uma redução de 7,5% em relação ao levantamento anterior, 16,1% abaixo da estimativa inicial e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.

Milho – O RS é o maior produtor de milho 1ª safra. A semeadura foi concluída, e a colheita já ultrapassa 80%. A produção está prevista em 5,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,7%. A área plantada pode chegar a 719,6 mil hectares, uma redução de 11,7%. A estimativa de produtividade média foi ajustada para 7.664 kg/ha, um aumento de 16% em relação ao mês anterior. Embora as lavouras ainda no campo tenham apresentado perdas, as lavouras já colhidas possibilitaram esse incremento. Apesar dos resultados positivos, algumas lavouras apresentaram perdas consolidadas devido à estiagem.

Trigo (safra 2025) – O estado gaúcho é o maior produtor de trigo no país. Para a safra de inverno de 2025, a produção deve crescer 4,4%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. A área cultivada está prevista em 1,29 milhão de hectares, uma redução de 3,8% em relação ao ciclo de 2024. A produtividade média estimada é de 3.172 kg/ha. Os dados para o trigo, que será implantado por volta de maio, são baseados em modelos estatísticos e análises de mercado.

Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa

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Rio Grande do Sul enfrenta perdas bilionárias devido à estiagem

De 2020 a 2024, estado acumula prejuízo de R$ 117,8 bilhões em sua produção agrícola, segundo Farsul

Desde dezembro do ano passado, o governo federal reconheceu os decretos de situação de emergência em 65 municípios do Rio Grande do Sul.

Esses municípios foram afetados por uma severa estiagem que comprometeu a produção agrícola do estado. A falta de chuvas resultou em uma perda estimada de 50% da produção agrícola gaúcha.

As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), oficializando a situação de emergência em diversas cidades. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a emergência em 22 municípios entre os dias 6 e 7 de março de 2025.

Entre os afetados estão Caçapava do Sul, Canguçu e Colorado, entre outros. Notavelmente, 12 desses municípios estão localizados na metade Sul do estado.

A situação em Bagé ilustra a gravidade da estiagem. A cidade anunciou racionamento de água a partir de 8 de março, evidenciando a crise hídrica.

A Barragem de Arvorezinha, esperança para mitigar os efeitos da seca, tem sua conclusão prevista apenas para 2028, após 17 anos de obras intermitentes. Em Bagé, as perdas na agricultura já superam R$ 70 milhões.

Em Canguçu, o impacto financeiro atingiu R$ 61 milhões até o momento do decreto de emergência. A estiagem não é um problema novo para o Rio Grande do Sul. De 2020 a 2024, o estado enfrentou perdas estimadas em R$ 117,8 bilhões, conforme dados da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).

Confira as cidades gaúchas com situação de emergência oficializada pelo governo federal até agora

  • 07/03 – Alecrim, Bossoroca, Entre-Ijuís, Esmeralda, Guarani das Missões, Inhacorá, Lavras do Sul, Maximiliano de Almeida, Monte Belo do Sul, Pinhal Grande, Porto Vera Cruz, São José do Inhacorá e São Valério do Sul;
  • 06/03 – Caçapava do Sul, Canguçu, Colorado, Miraguaí, Quatro Irmãos, Salvador das Missões, Santa Maria, Santa Rosa e São Borja;
  • 26/02 – Dilermando de Aguiar, Entre Rios do Sul, Erval Seco, Quevedos, Rio dos Índios, Rolador, Sant’Ana do Livramento, Santa Bárbara do Sul e São Paulo das Missões;
  • 25/02 – São Pedro do Butiá e Vitória das Missões;
  • 20/02 – Faxinalzinho, Jaguari e Pirapó;
  • 17/02 – Itacurubi, Jari, Roque Gonzales, São Gabriel, São Miguel das Missões e Silveira Martins;
  • 14/02 – São Francisco de Assis e Unistalda;
  • 12/02 – Cacequi, Esperança do Sul, Itaqui, Santiago e São Nicolau;
  • 10/02 – Capão do Cipó, Independência, Maçambará, Porto Lucena, Toropi e Tupanciretã;
  • 07/02 – Júlio de Castilhos, Nova Esperança do Sul, Rosário do Sul, Uruguaiana e Vila Nova do Sul;
  • 03/02 – Manoel Viana e Santa Margarida do Sul;
  • 19/02 – Doutor Maurício Cardoso e Arambaré

 

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