Saúde
Covid-19: efeitos colaterais graves das vacinas infantis são raros
Reações adversas de crianças de 5 a 11 anos à vacina de covid-19 são raríssimas, apontou nesta quinta-feira o órgão governamental Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) ao publicar uma revisão de dados levantados após 8,7 milhões de doses terem sido aplicadas nessa faixa etária no país.
A vacinação infantil foi autorizada nos EUA em 29 de outubro, com o imunizante da Pfizer-BioNTech, na mesma dosagem (0,2 mL, equivalente a 10 microgramas, um terço da dos adultos) autorizada no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro.
Com o início da campanha de vacinação, o sistema Vaers (vigilância de segurança em vacinas administrado pelo CDC e pela FDA, agência americana de regulamentação de alimentos e medicamentos) passou a receber comunicados de efeitos adversos em crianças, feitos por equipes de saúde, fabricantes de vacina ou por membros do público em geral.
Segundo o relatório semanal do CDC, publicado com a data de sexta-feira (31/12), o sistema Vaers recebeu, entre 3 de novembro e 19 de dezembro, 4.249 comunicados de efeitos adversos no universo de 8,7 milhões de doses aplicadas nesse grupo etário, com idade média de 8 anos.
Desse total, 97,6% não foram efeitos adversos sérios.
Esses 4.149 casos incluem desde erros na dosagem administrada ou erro de estocagem até vômito, febre, dor de cabeça, tontura, síncope, fadiga, náusea e coceiras. Foram considerados de pouca seriedade porque não causaram hospitalizações ou problemas de longo prazo ou potencialmente fatais.
Entre os 100 relatos restantes, nos quais sim houve efeitos considerados sérios com necessidade de hospitalização, havia: febre, vômito, elevação de troponina (o que é associado a problemas cardíacos) e 12 casos graves de convulsão.
E houve ainda 15 relatos preliminares de miocardite, desses quais 11 puderam ser verificados – sete crianças se recuperaram e quatro estão em recuperação. (Um outro estudo sobre miocardite e outros males cardíacos, realizado no Reino Unido e publicado em 14 de dezembro, apontou que o risco de desenvolver problemas do coração após a vacinação era de no máximo 10 em 1 milhão – muito menor do que o risco de miocardite causado pela própria covid-19).
O Vaers recebeu também dois relatos de mortes – de duas meninas, de 5 e 6 anos – durante o período de monitoramento da vacinação, que estão sendo investigados, segundo o CDC.
“Ambas tinham histórico médico complicado e estavam com a saúde fragilizada antes da vacinação”, diz o relatório. “Nenhum dos dados sugere uma associação causal entre as mortes e a vacinação.”
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O CDC diz também ter monitorado ativamente um grupo de 42,5 mil crianças vacinadas com duas doses. Nelas, as principais reações à vacina foram dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça.
“Pais e cuidadores de crianças de 5 a 11 anos devem ser informados de que reações locais ou sistêmicas são esperadas após a vacinação com a vacina da Pfizer-BioNTech e são mais comuns após a segunda dose”, diz o relatório.
Com isso, o CDC reforça que “a vacinação é a forma mais eficiente de prevenir a covid-19, e a FDA vai continuar a monitorar a segurança da vacinação e trazer atualizações”.
Hospitalizações foram mais comuns entre crianças não vacinadas
Uma segunda análise do CDC tornada pública nesta quinta avaliou cerca de 700 hospitalizações por covid-19 entre crianças e adolescentes nos EUA.
A principal conclusão foi que, entre 77,9% das crianças e adolescentes internados com covid-19 aguda, apenas 0,4% dos pacientes em idade vacinável haviam recebido o esquema vacinal completo.
Outra observação é de que, no grupo de 12 a 17 anos, dois terços dos jovens internados sofriam de obesidade.
“A vacinação contra covid-19 e outras estratégias de prevenção são importantes para proteger as crianças contra covid-19, particularmente crianças com obesidade e outras pré-condições de saúde”, diz o relatório.
No Brasil, apesar da autorização da Anvisa, a vacinação do público infantil enfrenta resistência por parte do governo do presidente Jair Bolsonaro, que falou que não pretende vacinar sua filha de 11 anos.
O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública a respeito do tema e recomendou que a imunização de crianças a partir de 5 anos ocorra sob prescrição médica – medidas que sofreram críticas de especialistas em imunização.
Alguns Estados afirmaram que não pretendem seguir a recomendação do ministério. Em resposta a isso, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que esses governadores não são médicos e estão interferindo nas Secretarias de Saúde de seus Estados.
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Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
Saúde
Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo
Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana
Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.
Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.
A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.
As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.
O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.
Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.
Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação.
Saúde
Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-
Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações
O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.
A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.
Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.
A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).
Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.
Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.
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