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Retrospectiva 2021: Queiroga, o ministro mais longevo da pandemia


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O ministro da Saúde Marcelo Queiroga
Walterson Rosa/MS

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga foi o nome proposto pelo governo de Jair Bolsonaro para ocupar o vácuo deixado no Ministério da Saúde após a demissão do general Eduardo Pazuello. Prestes a completar nove meses no comando da pasta, ele é, desde Mandetta, o ministro que permaneceu por mais tempo no cargo.

O cardiologista chegou com as credenciais de ser um nome técnico, adepto da ciência, depois de muitas polêmicas durante a gestão de Pazuello. Agora questionado por parecer sucumbir aos desejos do presidente, ele já chegou a ser chamado de “Pazuello de jaleco” na CPI da Covid.

Muitos nomes, indas e vindas

Bolsonaro iniciou seu governo com Luiz Henrique Mandetta, ex-deputado e parte de sua base governista, no comando da saúde. Médico ortopedista, no início da pandemia ele adotou uma estratégia de transparência e divulgação diária dos dados.

Em dado momento, sua postura foi de encontro com as opiniões do presidente sobre a covid-19, como nas questões relativas ao isolamento social, em uma época em que as vacinas ainda eram um desejo distante.

O substituto escolhido foi Nelson Teich, oncologista, que também esbarrou nos desmandos do presidente. A gestão durou apenas um mês, de abril a maio. Foi com Eduardo Pazuello, ex-assessor de Teich e general do Exército, que Bolsonaro viu suas decisões colocadas em prática diretamente no ministério.

Mais tarde, na CPI da Covid, senadores passaram a investigar a existência de um “gabinete paralelo”, que tomava as decisões para a pasta, como a orientação para o uso do tratamento precoce, com remédios sem eficácia comprovada.

Mas Pazuello também caiu, e em 23 de março, Queiroga foi oficializado no cargo.

Polêmicas

Logo de cara, o novo ministro precisou lidar com uma declaração do presidente sobre o uso de máscaras. Bolsonaro afirmou que o ministro estaria preparando uma portaria para desobrigar o uso do equipamento – o que não aconteceu. No entanto, veio a público dizer que “o cuidado é individual”, ao se posicionar contra uma lei que obrigue o uso.

Mais recentemente, Queiroga foi mais uma vez questionado por sua conduta à frente do Ministério ao voltar atrás e suspender a vacinação para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Dias antes, o a pasta havia liberado a imunização, no entanto, ele alegou “falta de evidências” que comprovassem a efetividade na falta etária, o que não é verdade. Alguns cometaristas políticos atribuem a decisão a um pedido de Bolsonaro.

Os governos estaduais não seguiram a orientação, e dias depois, a vacinação dos adolescentes voltou a ser endossada pelo comandante da Saúde.

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Covid-19 nos EUA

Em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU, a negativa de Bolsonaro em relação à vacina já era motivo suficiente para a comitiva brasileira estampar todas as manchetes. Mas o ministro também chamou atenção.

Ao se deparar com manifestantes contrários ao governo de Bolsonaro, ele se irritou e mostrou o dedo do meio para o grupo. Pouco tempo depois, ele afirmou que se tratava de uma falha: “é da natureza humana”.

Mesmo sendo o único da comitiva a sempre aparecer usando máscara, Queiroga teve covid-19 durante a viagem. O ministro ficou isolado em um hotel, e retornou ao país sozinho, após cumprir quarentena.

“Melhor perder a vida do que a liberdade”

Dita no contexto da exigência sobre o comprovante de vacinação para viajantes que desembarcam no Brasil, o ministro disse que o documento causa mais “discórdia” do que “consenso”.

Segundo ele, exigir um comprovante de vacinação seria podar as liberdades individuais.

“Nós queremos ser, sim, o paraíso do turismo mundial. E vamos controlar a Saúde, fazer com que a nossa economia volte a gerar emprego e renda. Essa questão da vacinação, como realcei, tem dado certo porque nós respeitamos as liberdades individuais. O presidente falou agora há pouco: ‘às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade’.

Diante da repercussão negativa, ele afirmou que a fala não está relacionada com seu posicionamento sobre a vacinação e que foi mal interpretado pela imprensa e pelo público.

“Eu falei contra? Isso é interpretação de vocês. Pegue a minha fala e vocês vão ver a minha fala. Falei da OMS (Organização Mundial da Saúde), falei que a OMS falava que não era razoável discriminar as pessoas vacinadas ou não vacinadas. Essas interpretações foram feitas por vocês, não foram feitas por mim. Eu tenho trabalhado fortemente aqui no ministério, desde que cheguei aqui, recebendo as recomendações do presidente Bolsonaro, para controlar a pandemia”, disse.

“Está no hino da independência, né? Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil. O sol da liberdade em raios fúlgidos. Vamos parar com essas polêmicas. Vamos avançar, ver os resultados que temos aqui no Brasil”, finalizou.

Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

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Saúde

Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil

Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos

A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.

A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.

Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.

Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.

A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.

Com informações do JC

 

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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