Saúde
Surto de gripe: veja respostas para as dúvidas sobre a Influenza
Depois de sofrer uma nova mutação na Austrália ainda neste ano, o vírus influenza A (H3N2), que surgiu em Hong Kong, apareceu com carga suficiente para preocupar as autoridades de saúde do Rio de Janeiro e São Paulo. O aumento no número de casos gerou um alerta sobre o novo surto que pode se alastrar pelo país.
No Rio, já foram contabilizados mais de 23 mil casos da doença. O número de internações em São Paulo subiu para 19 em uma semana (contra 12 registrados em três meses no ano passado). Ontem, a Bahia registrou a primeira morte relacionada ao vírus.
O vírus H3N2 é um dos subtipos do vírus influenza A. Conhecido oficialmente como influenza A (H3N2), esse vírus é sazonal. Ele passou a ser mais conhecido em 2005, ano em que ele começou a circular pelo mundo com mais frequência. Apesar disso, acredita-se que ele surgiu em Hong Kong, em 1968.
Inúmeras são as dúvidas sobre a nova variante do vírus influenza A. Afinal, quais são as diferenças para as outras cepas? Quem faz parte do grupo de risco? Como conciliar a vacinação com a do coronavírus?
O iG conversou com o infectologista do Hospital das Clínicas da Unesp, Carlos Magno Fortaleza, para sanar esses e outros questionamentos sobre a gripe que assombra os brasileiros. Confira:
Por quais motivos devemos nos preocupar com esta nova variante do vírus influenza A?
A Influenza A causa acometimentos da população mundial todos os anos, em geral nos meses frios. Neste ano, esse acometimento está sendo visto de forma mais precoce, isso não é novidade, já aconteceu em anos anteriores. A preocupação que nós temos é que o Influenza, ou gripe, ela pode causar casos graves e morte especialmente em pessoas idosas e em pessoas com doenças crônicas.
Quais são os sintomas?
Sintomas comuns de um quadro gripal: nariz escorrendo, febre, dor de cabeça, dor muscular, dor de garganta e cansaço exagerado. Em alguns casos, o acometido pode apresentar náusea e diarréia. De qualquer forma, o Influenza se evidencia mais pela rapidez em que compromete o indivíduo, não pelos sintomas.
Quem são as principais vítimas?
As vítimas da Influenza sempre existiram, embora muitas vezes isso tenha passado despercebido. Anualmente, a gripe faz vítimas as pessoas idosas, pessoas com doenças crônicas. Crianças também devem ser observadas com mais afinco.
Como se prevenir do vírus H3N2?
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A prevenção contra o vírus H3N2 é, em parte, igual a da Covid, ou seja, usar máscara, evitar aglomerações, higienizar as mãos e, em parte, tem a ver com a própria vacinação.
A vacina da gripe protege contra o vírus H3N2 (a variante nova, que agora circula no RJ e em SP)? Ou será necessário se vacinar com uma nova formulação?
As vacinas atualmente existentes contra a gripe protegem contra os vírus de Influenza A H1N1 e H3n2, além de Influenza B. No entanto, existem vários subtipos dentro dessas categorias. Então, o subtipo que está circulando atualmente do H3N2 não está nos componentes da última vacina aplicada. Por essa razão, há um certo escape vacinal do subtipo de H3N2 que circula atualmente no Brasil. Naturalmente, na próxima vacinação isso será corrigido, como tem sido feito todos os anos.
Considerando que a imunização não seja completamente efetiva, a vacina disponível atualmente pode ajudar na recuperação ou no atenuamento dos sintomas dessa nova variante?
A vacinação contra a gripe, mesmo que não com exatamente o mesmo subtipo de H3N2, ela representa algum tipo de proteção porque sim, ela sempre contém um tipo de vírus Influenza H3N2.
Existe tratamento precoce?
Diferente da Covid, existe um tratamento amplamente disponível e que, se usado precocemente, pode diminuir quadros graves da Influenza, que é o tratamento com o Oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu. Isso diferencia a gripe da Covid, para a qual nós sabemos, hoje em dia, que não há tratamentos precoces facilmente disponíveis em farmácias.
Existe algum sintoma específico que pode ajudar na diferenciação entre a gripe e a covid-19? Ou apenas o teste é capaz de fazer essa distinção?
Em geral, é impossível dizer se alguém com quadro gripal tem Influenza A H3N2 ou se tem Covid. Mas há diferenças possíveis: enquanto a Covid se desenvolve aos poucos, vai ficando grave ao longo dos dias de acometimento, a gripe Influenza costuma acometer de maneira bruta o indivíduo, que de um dia pro outro começa a se sentir mal, com febre, dores no corpo, mal estar geral, nariz escorrendo, dor de garganta.
Apesar dessas diferenças, toda pessoa com quadro gripal deve ser testada para Covid, porque eles podem se confundir.
Quem tomou a vacina contra a covid-19 recentemente, pode tomar a da gripe em seguida? Qual o intervalo recomendado entre as duas vacinas?
Sim. Em geral, recomenda-se um intervalo de 15 dias entre essas vacinas para que os efeitos colaterais de ambas não se somem.
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
Saúde
Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo
Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana
Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.
Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.
A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.
As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.
O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.
Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.
Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação.
Saúde
Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-
Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações
O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.
A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.
Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.
A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).
Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.
Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.
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