Saúde
Ômicron: por que 2 doses são insuficientes e reforço é necessário
James Gallagher – Repórter de Saúde e Ciência da BBC
A variante ômicron, fortemente mutada, levou a uma séria redução na capacidade das vacinas de nos proteger de pegar o vírus da covid.
Duas doses de algumas vacinas quase não oferecem proteção contra uma infecção por ômicron, embora devam reduzir bastante o risco de adoecer a ponto de precisar de cuidados hospitalares.
As vacinas foram todas desenvolvidas para combater a primeira forma do vírus que surgiu há dois anos.
- Variante ômicron: vacinas contra covid ainda devem funcionar contra nova mutação, diz OMS
- Covid: Reino Unido tem primeira morte por ômicron
Portanto, será que uma terceira dose ou dose de “reforço” dessas vacinas originais pode fazer a diferença ou a ômicron já enganou a proteção que elas podem oferecer?
Felizmente para nós – mesmo que o conteúdo da seringa possa ser idêntico, uma dose de reforço não é apenas mais do mesmo para o sistema imunológico.
A proteção que você adquire após a terceira dose é maior, mais ampla e mais memorável do que você tinha antes.
‘Escola’ da covid
Combater o coronavírus é algo que seu sistema imunológico precisa aprender.
Uma opção é descobrir como fazer isso quando você encontrar o vírus de verdade. No entanto, existe o risco de errar e acabar gravemente doente.
As vacinas são mais como uma escola — um ambiente mais seguro para educar seu sistema imunológico sobre a covid.
A primeira dose é o ensino primário, que trata dos fundamentos.
Sua segunda e terceira doses são comparáveis a enviar seu sistema imunológico para a escola secundária e depois para a universidade para aprofundar drasticamente seu conhecimento. Não se trata apenas de repetir a escola primária indefinidamente.
“O sistema imunológico fica com um conhecimento e compreensão mais ricos do vírus”, disse o professor Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
Ele disse que, apesar de tudo que se falou sobre as habilidades da ômicron, um sistema imunológico altamente treinado é “um ambiente incrivelmente difícil e hostil” para o vírus e suas variantes.
Os anticorpos são os principais beneficiários dessa educação.
Essas são as proteínas que se fixam na parte externa do coronavírus. Anticorpos neutralizantes podem obstruir o vírus de forma que ele não possa invadir suas células. Outros ficam lá como o equivalente biológico de uma placa de néon piscando com a mensagem: “mate este vírus”.
Uma enxurrada de estudos laboratoriais e dados do mundo real mostraram que os anticorpos neutralizantes que você tem após duas doses da vacina contra covid foram muito menos eficazes contra a ômicron.
Leia Também
O professor Danny Altmann, um imunologista do Imperial College London, disse que você ficou com “absolutamente nada” e foi um “alvo fácil para a infecção”.
Então, de volta à escola.
Cada dose da vacina desencadeia outra rodada de evolução de anticorpos dentro do sistema imunológico. Ele busca anticorpos melhores que se liguem com mais firmeza ao vírus. É um processo denominado maturação de afinidade.
“Seus anticorpos se encaixam melhor com o passar do tempo, estão ficando mais e mais sofisticados”, disse o professor Altmann.
Se os anticorpos forem capazes de se ligar mais fortemente ao coronavírus, será mais difícil para as mutações da ômicron ajudarem o vírus a se libertar. E embora a nova variante esteja fortemente mutada, ainda é o mesmo vírus fundamental e tem partes que não mudaram em nada.
Outras rodadas de vacinação também levam o sistema imunológico a ampliar seu repertório de anticorpos, à medida que encontra novas maneiras de atacar o vírus.
Jogo de números
Não se trata apenas da qualidade dos anticorpos, a quantidade também aumenta com o reforço.
O professor Charles Bangham disse: “Você adquire mais deles, a concentração no sangue aumenta e não sabemos quanto tempo isso vai durar, mas quanto mais vezes você for vacinado, mais duradoura será a memória do sistema imunológico”.
O impacto de tudo isso é claro nos mesmos estudos que mostraram que duas doses foram mais fracas em relação à ômicron. A proteção contra o aparecimento de quaisquer sintomas de covid aumentou para cerca de 75% após o reforço.
Em outras partes do sistema imunológico, a dose de reforço está dando a nossos corpos a vantagem contra futuras variantes também.
As células B são a parte do corpo que produz anticorpos em massa. Alguns amadurecem para produzir aqueles anticorpos super-pegajosos e altamente refinados após o reforço. Outros podem detectar o coronavírus, mas permanecem incompletos e flexíveis.
“Eles podem ir em diferentes direções e quando se proliferam, começam a ir atrás da nova variante”, disse o professor Ball.
E há as células T, que novamente se tornam mais abundantes e melhores no ataque aos vírus da covid em resposta ao reforço.
As células T usam um truque diferente para detectar o vírus e patrulhar nosso corpo em busca de qualquer sinal de infecção de células com covid. As células T reconhecem partes do coronavírus que o vírus acha mais difícil de mutar.
Portanto, enquanto a ômicron está tentando se distanciar de nosso sistema imunológico, cada dose de vacina e, de fato, cada infecção está dando às defesas de nosso corpo mais ferramentas para combatê-lo.
Tudo isso é um bom presságio para as vacinas que nos protegem contra doenças graves.
“A imunidade contra um vírus quase nunca é absoluta – você quase sempre pode ser reinfectado e o que você deseja fazer é tornar a reinfecção tão trivial que você não sabe que tem ou é muito leve”, disse Bangham.
Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal .
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
Saúde
Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo
Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana
Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.
Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.
A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.
As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.
O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.
Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.
Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação.
Saúde
Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-
Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações
O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.
A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.
Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.
A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).
Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.
Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.
-
Cidade4 anos atrás
Cavalarianos desfilam pelas ruas do Alegrete em homenagem ao 20 de Setembro
-
Polícia4 anos atrás
Racismo em Alegrete. Idosa é gravada xingando com injúria racial
-
Manchete4 anos atrás
Jovem médica alegretense morre em acidente na 290
-
Polícia8 meses atrás
Acidente fatal faz vítima fatal mulher jovem de 28 anos
-
Esportes3 anos atrás
Pauleira em baile viraliza nas redes sociais
-
Polícia2 anos atrás
Advogada é surpreendida por depoimento de Emerson Leonardi
-
Cidade5 anos atrás
Folia e diversão no enterro dos ossos da descida dos blocos 2020
-
Polícia4 anos atrás
Atualizado. Carro com placas de Alegrete é esmagado por Scânia em Eldorado