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Índice de depressão pós-parto quase que dobra na pandemia


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Estudo da FMUSP aplicou questionário sobre depressão pós-parto em 184 mulheres
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Estudo da FMUSP aplicou questionário sobre depressão pós-parto em 184 mulheres

Em tempos de desromantização da maternidade, um estudo liderado pelo departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP chamou atenção para a saúde mental das mulheres que passam pelo puerpério. No imaginário popular, a depressão pós-parto consiste na vontade de se afastar dos filhos, mas segundo o pesquisador Marco Aurélio Galetta, professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), não é bem assim.

“Essa situação de não querer o contato não é muito comum. O que existe é um quadro de depressão, tristeza. Falta de vontade e choro fácil. Distúrbios do sono e até mesmo confusão mental. É lógico – quando ele evolui e fica mais grave, essa mulher vai ter dificuldades de cuidar da criança”.

O professor explica que, em muitas situações, a mulher com o quadro de depressão pós-parto pode se sentir culpada por não conseguir cuidar da criança como gostaria. A culpa, aliás, é uma das principais características do distúrbio.

A pesquisa levou em consideração as respostas de 184 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas. Por meio de um questionário foi possível notar que 38,8% delas tiveram depressão pós-parto – quase o dobro do que a média nacional segundo a literatura médica, que é de 20%; 14% delas já apresentavam ideações suicidas. Ansiedade, solidão e o medo da pandemia são os principais fatores.

Eduarda Câmara, de 23 anos, teve sua segunda filha em junho de 2020, ainda nos primeiros meses da pandemia. Ela, que já era mãe de uma menina, passou por um período conhecido como baby blues, um sentimento de tristeza que pode aparecer logo nos primeiros dias após o parto, muito comum. O problema maior, no entanto, veio meses mais tarde, na gestação do Augusto, seu terceiro filho.

O parto prematuro, a falta do marido ao lado no momento do nascimento da criança e a violência obstétrica se tornaram gatilhos para o que aconteceria nos meses posteriores. Mesmo vacinada, em casa, nos meses mais agudos da pandemia, ela enfrentou a solidão do isolamento, a sobrecarga das tarefas e o medo de pedir ajuda e colocar a vida dos filhos, da mãe, da sogra e a sua própria em risco em razão da covid-19.

“Tinha medo. Tinha medo de contratar alguém para me ajudar, minha sogra saía todos os dias, minha mãe voltou a dar aulas. Eu ficava sozinha”, lembra. “Passei a fazer só o básico: dava banho, cuidava da comida, trocava de roupa, e não tinha vontade de fazer mais nada” – a falta de ânimo é apontada pelo professor como um dos principais sintomas da depressão pós-parto.

Eduarda passou a ter crises de ansiedade que evoluíram para crises de pânico. “Faço terapia desde o nascimento da minha primeira filha, e conversei com a minha terapeuta. Uma vez, lembro de ter dito que estava ‘cansada de viver’. Ela me perguntou por que eu vivia, e eu respondi que pelos meus filhos. ‘E se não fosse os seus filhos?’, ela questionou. E eu respondi que não teria outras razões”.

Com a ajuda da profissional, o apoio do marido e da mãe, ela percebeu que precisava de tratamento. Por apresentar algumas alergias a medicamentos, preferiu tentar um tratamento alternativo.

“Já testei alguns medicamentos quando tive convulsões. Fizemos uma lista do que eu poderia tomar amamentando, e só sobraram os remédios que não me faziam bem. Entre fazer outras coisas e deixar de amamentar – oque eu gosto, preferi essas opções. Não usar medicação, porém, torna o processo mais demorado”, relata.

Desde que foi diagnosticada, ela voltou aos exercícios físicos, contratou uma pessoa para auxiliar nas tarefas de casa e fazer companhia, voltou para as aulas de canto, começou uma alimentação mais regrada e começou a fazer microfisioterapia. “Busquei o que fazia parte do meu eu antes de ser mãe. Coisas que eu gostava de fazer antes de ter as crianças”, diz.

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Há, no entanto, medicações que não alteram a rotida das mães que desejam continuar amamentando os filhos, segundo o professor.

“Existem medicações que podem ser utilizadas com segurança, grande parte dos antidepressivos. Em alguns casos, quando o sofrimento é muito grande, é preciso pensar no tratamento medicamentoso”, conta.

Entre “dias bons” e dias em que “qualquer coisa derruba”, Eduarda aconselha que outras mães que estejam passando por esse mesmo problema falem a respeito e se sintam acolhidas. Para ela, o contato com um grupo de mães criado pela doula também foi fundamental.

“Eu, que sempre sonhei em ser mãe, tive depressão pós-parto. Eu que casei pensando em ter filhos, tive uma grande rede de apoio, passo por isso. Então é importante falar sobre isso para que essas mães saibam que elas não estão sozinhas.”

Para quem ainda não foi diagnosticada, o pesquisador e professor Galetta ensina: “A mulher as vezes está cansada. Com privação de sono. Isso vai virando uma bola de neve. Peça ajuda para quem está a sua volta. As mulheres não devem ficar com medo de relatarem seus sintomas. Ninguém vai achar que estão exagerando. É apenas com a expressão dos sentimentos que os outros podem ajudar”, afirma.

“É preciso também dividir com o seu médico. O profissional pode fazer esse questionário, de ir mais ativamente perguntar o que ela precisa. Mas se ele perguntar, responda sinceramente. A depressão é uma doença. Não uma fraqueza moral. Tem tratamento, e se a gente não faz o diagnóstico, será um sofrimento para a mãe e outro para a criança.”

Notícias ruins

O professor alerta também que, durante a pandemia, o consumo de notícias ruins aumento a ansiedade das mães – o que culminou também nos altos índices de depressão.

“Pacientes que tiveram ideações suicidas consumiram 4,5 horas de informação diária sobre a pandemia, enquanto as que não tiveram, passaram 2 horas. Isso leva a ansiedade – e quando a informação vem deturpada, piora, como o que vem pelo Whatsapp. Isso também mostra a importância também de se buscar notícias na fonte correta.”

Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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Saúde

Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo

Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana

Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.

 

Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.

A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.

As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.

O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.

Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.

Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação. 

 

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Saúde

Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-

Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações

O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.

 

 

A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.

Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.

A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).

Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.

Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.

 

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