Saúde
Ômicron: epistasia é chave para entender gravidade de variante
Carlos Serrano (@carliserrano) – BBC News Mundo
Ômicron é a variante do coronavírus que apresenta mais mutações, por isso colocou o mundo em alerta.
Ela possui cerca de 50 mutações em comparação com o vírus original, das quais 26 são exclusivas dele.
Desde que foi detectada em 24 de novembro na África do Sul, os cientistas começaram uma corrida contra o tempo para descobrir se a ômicron (originalmente conhecida como B.1.1.529) é mais contagiosa, mais letal ou capaz de “driblar” o efeito das vacinas.
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O que complica essa tarefa, porém, não é o número de mutações, nem as características de cada uma delas.
“Se uma variante tem mais mutações, isso não significa que seja mais perigosa, mais transmissível ou que tenha maior capacidade de evadir o efeito das vacinas”, diz Ed Feil, professor de evolução microbiana da Universidade de Bath, na Inglaterra.
A chave para saber quais efeitos a variante terá, diz o especialista, é entender como suas mutações interagem entre si.
Esse processo é denominado epistasia (não confundir com epistaxe, o termo científico para o sangramento pelo nariz).
Entender como funciona a epistasia e quais são suas consequências é um verdadeiro desafio para os cientistas.
“Mesmo que entendamos o efeito das mutações individuais, isso não nos diz como essas mutações se comportarão quando ligadas entre si”, diz Feil.
O que é epistasia e por que ela é essencial na luta contra a pandemia covid-19?
Interação de mutações
À medida que um vírus evolui, ele pode acumular um grupo de mutações que, por sua vez, podem criar uma variante.
Para detectar novas variantes, os cientistas rastreiam a sequência genômica do vírus.
Dessa forma, eles identificam quais partes de seu genoma estão mudando à medida que o patógeno é transmitido.
Algumas variantes, como a ômicron, são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variantes de preocupação” porque suas mutações lhes conferem potencial para serem mais contagiosas, causar doenças mais graves ou reduzir o efeito das vacinas.
Esse é o caso da gamma, por exemplo, detectada originalmente em Manaus, no Brasil.
Mas para saber se o vírus realmente possui alguma dessas habilidades, não basta identificar que alguma de suas mutações são capazes de produzir algum desses efeitos individualmente.
“A combinação de mutações pode ter efeitos que não podem ser necessariamente previstos ou explicados pelo efeito de uma mutação individual”, diz Feil.
“Pode haver uma mutação que causa um efeito e outra mutação que causa outro, mas juntas podem ter um efeito completamente diferente.”
Um exemplo disso é mencionado pelo biólogo evolucionista Jesse Bloom em um artigo recente no jornal americano The New York Times.
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A variante alpha tem uma mutação chamada N501Y, que está associada à maior capacidade de infecção.
A variante delta não tem essa mutação e, no entanto, é mais contagiosa que a alpha, pois possui outras mutações que fortalecem sua transmissibilidade.
Para casos como esse, Feil diz que “o efeito de uma mutação individual depende de quais outras mutações estão no genoma do vírus”.
Difícil de prever
Da mesma forma, as mutações não têm efeito aditivo.
Por exemplo, se uma variante tem uma mutação que aumenta sua capacidade de transmissão em 10% e tem outra mutação que também aumenta sua capacidade de transmissão em 10%, isso não significa automaticamente que essa variante será 20% mais contagiosa.
Dependendo de como essas duas mutações interagem, ou seja, dependendo do tipo de epistasia entre elas, o vírus pode ser 40% mais contagioso.
Mas também pode acontecer que ambas as mutações se cancelem, tornando-se uma variante menos transmissível do que o esperado.
“A epistasia não torna necessariamente a situação mais perigosa, apenas torna incrivelmente difícil prever como o vírus se comportará”, explica Feil.
No caso do coronavírus, diz Feil, pode ser que o vírus esteja passando por tantas mutações que pode estar chegando a um ponto em que se autodestrói.
“Mas essa é uma visão muito otimista”, diz Feil com ceticismo.
“O efeito da epistasia pode fazer com que o vírus tome um novo rumo a qualquer momento.”
Como exemplo, Feil menciona que grande parte da batalha contra o vírus tem se concentrado na proteína S (spike ou espícula) com a qual ele se liga às células humanas, mas é possível que algumas mutações em outras partes do vírus estejam influenciando seu comportamento.
“Ainda não sabemos como essas mutações vão interagir”, diz o especialista.
Consequências da epistasia
A ômicron é particularmente difícil de decifrar porque o número de mutações que apresenta torna sua epistasia mais difícil de entender.
“Isso abre mais espaço evolutivo para isso”, diz Feil, acrescentando que os pesquisadores também são forçados a observar combinações que não foram vistas antes.
Segundo o especialista, a sequência genômica do vírus pode nos enviar sinais de alerta ao detectar uma mutação perigosa, mas isso não é o suficiente.
“A sequência genética nos diz o que uma mutação pode fazer, mas não nos diz quais serão as consequências da combinação de mutações na variante”, assinala Feil.
A chave é entender o que essas mutações podem alcançar interagindo umas com as outras.
Portanto, “vai demorar para saber do que a ômicron é realmente capaz”, conclui o especialista.
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Saúde
Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde
Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre
Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.
A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.
Saúde
Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil
Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos
A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.
A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.
Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.
Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.
A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.
No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.
Com informações do JC
Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
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