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3ª dose é rápida e eficiente contra novos surtos de Covid-19, diz estudo


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3ª dose é rápida e eficiente contra novos surtos de Covid-19, diz estudo
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3ª dose é rápida e eficiente contra novos surtos de Covid-19, diz estudo

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 promove uma resposta ainda mais rápida do sistema imunológico do que a imaginada. Em geral, a vacinação faz com que anticorpos sejam produzidos cerca de 15 dias após a inoculação da segunda dose. Mas com a terceira dose, esse prazo cai para sete dias, segundo o novo estudo, que evidencia a potência das vacinas num momento em que o mundo teme a emergência da Ômicron.

À frente da análise, o professor de imunologia e coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Orlando Ferreira, acredita que dificilmente as vacinas deixarão de ser efetivas, mesmo com a nova variante ômicron. Ferreira explica que a defesa proporcionada pelas vacinas é ampla.

Mesmo que parte da eficácia seja reduzida, ainda haverá proteção. E uma terceira dose de fato reforçará essas defesas.

“Para as vacinas se tornarem ineficazes, o coronavírus precisaria mudar completamente e esse não é o caso agora. Temos que lembrar que o objetivo principal da vacinação contra o SARS-CoV-2 é evitar os casos graves e mortes e isso os números diários da pandemia nos mostram que está sendo alcançado”, enfatiza Ferreira.

O estudo foi realizado com a análise da produção de anticorpos neutralizantes, aqueles que de fato impedem que o vírus entre em nossas células , de 250 pessoas com três doses de vacina (duas de CoronaVac e o reforço com a Pfizer). Todas apresentaram anticorpos neutralizantes no máximo sete dias após a dose de reforço. É um resultado expressivo e positivamente surpreendente, segundo os pesquisadores.

A análise da terceira dose integra um estudo maior realizado no Centro de Triagem e Diagnóstico da UFRJ, coordenado pela professora Terezinha Castiñeiras. O CTD tem vacinado e testado profissionais de saúde e de outras áreas da rede pública com alta exposição ao coronavírus desde março de 2020. O grupo de 250 com terceira dose faz parte de outro maior, com 620 pessoas, acompanhadas com testes regulares desde o início da vacinação.

“Temos confiança em nossos dados porque monitoramos a evolução dos anticorpos desses voluntários desde o início”, explica Ferreira.

Ele destaca que a vacinação não bloqueia a transmissão. Porém, como quase sempre impede o agravamento da Covid-19, o vírus continua a circular em casos assintomáticos e leves, que passam despercebidos. E pode matar ou adoecer com gravidade caso infecte um vulnerável, em especial pessoas com comorbidades e idosos.

Como as defesas adquiridas contra a Covid-19, tanto por vacina quanto por adoecimento prévio, se enfraquecem com o tempo, precisam ser renovadas por doses de reforço. O tempo de duração da imunidade varia entre indivíduos, mas após seis meses quase todo mundo perdeu anticorpos neutralizantes.

“A terceira dose levanta de novo barreiras potentes. Ela não aumenta a qualidade, mas a quantidade de defesas”, frisa Ferreira.

Isso acontece porque a qualidade do treinamento proporcionado pelas vacinas permanece. A defesa promovida pelas vacinas é mais vasta do que apenas a produção de anticorpos. Células de memória imunológica são produzidas e estocadas. Elas são permanentes e podem potencialmente ampliar o leque de anticorpos específicos contra o vírus .

Isso significa que funcionam como uma reserva estratégica, capaz de reconhecer pequenas alterações no vírus e, portanto, atuar contra as variantes.

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“Precisaria haver uma transformação completa do vírus para que essas células de memória não fossem capazes de reconhecer o Sars-CoV-2”, observa o cientista.

Além disso, de acordo com ele, ao fazer o corpo produzir mais anticorpos rapidamente, a terceira dose da vacina também aumenta a munição do organismo, mesmo que o inimigo seja uma variante repleta de mutações, caso da ômicron.

O que estudo com outras variantes mostraram até agora é que uma determinada quantidade de anticorpos eficaz contra o vírus de Wuhan (a cepa original do coronavírus), por exemplo, não é suficiente para bloquear completamente uma variante.

“A título de exemplo, digamos que antes você precisasse de 100 anticorpos para atacar a cepa de Wuhan. Agora, com mais mutações seriam necessários 1.000. É essa vantagem quantitativa que a dose de reforço vai lhe proporcionar”, diz Ferreira.

Ele explica que o ideal seria que as vacinas contra a Covid-19 tivessem como alvo regiões menos suscetíveis a mutações do genoma do coronavírus. Porém, isso não foi ainda alcançado. Ele pondera que uma vacina específica contra a ômicron, por exemplo, não é necessariamente a única opção, pois pode deixar flancos expostos a outras variantes. Seja porque as antigas não desapareceram completamente seja porque novas, muito provavelmente, surgirão.

“O que precisamos ter em mente é que as vacinas continuam a ser armas poderosíssimas contra a pandemia”, ressalta Ferreira.

A dose de reforço é importante não só para elevar a barreira de defesa de indivíduos idosos ou com comorbidades, mas também como opção de combate à transmissão viral.

Ele diz que, apesar de não impedirem a infecção, elas limitam a capacidade de o vírus de se disseminar. Fazem isso porque reduzem a janela de transmissão. A pessoa é infectada, mas como o seu sistema imunológico ataca e derrota o vírus, ele permanece menos tempo em suas vias respiratórias e, com isso, tem menos oportunidade de ser transmitido.

À medida que mais e mais indivíduos são vacinados, o coronavírus encontra cada vez menos janelas abertas e a transmissão é significativamente reduzida. Mas, como as defesas oferecidas pelas vacinas se enfraquecem com o tempo, precisamos de doses de reforço para que o vírus não encontre oportunidade para voltar a se espalhar.

Assim, cientistas consideram que o mais provável é que tenhamos que conviver com as vacinas para sempre, para que o vírus não tenha qualquer chance.

Ferreira lembra que há muito o que ainda não se sabe não apenas sobre a ômicron, mas sobre a imunidade humana ao coronavírus. Ele diz que nem todas as pessoas precisariam de uma terceira dose porque nem todas são tão vulneráveis.

“Eu pessoalmente preferiria que o mundo todo tivesse duas doses, isso seria globalmente mais efetivo e justo”, afirma o cientista.

Fonte: IG SAÚDE

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Governador entrega veículo para Coordenadoria da Saúde

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, o governador Eduardo Leite entregou 50 veículos novos à Secretaria da Saúde (SES) em Porto Alegre

Os veículos, sendo 25 sedans e 25 caminhonetes 4×4, custaram cerca de R$ 8,1 milhões, com recursos do Estado e do governo federal. Destinados às 18 coordenadorias regionais da SES e ao nível central, os carros visam melhorar a prestação de serviços de saúde.

 

A cerimônia contou com autoridades, como o próprio Governador Eduardo Leite, o deputado Frederico Antunes e a Secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Entre os beneficiados estava a 10ª Coordenadoria de Saúde, representada por Haracelli Fontoura.

 

 

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Aumento da depressão em idosos preocupa no Brasil

Dados do IBGE revelam que 13,2% dos idosos entre 60 e 64 anos sofrem de depressão, superando a média nacional. Solidão e perdas agravam depressão entre idosos

A incidência de depressão entre idosos no Brasil tem apresentado um aumento preocupante, com 13,2% das pessoas entre 60 e 64 anos diagnosticadas com a condição, superando a média nacional de 10,2% para indivíduos acima dos 18 anos, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este aumento é ainda mais acentuado entre aqueles com 75 anos ou mais, registrando um crescimento de 48% entre 2013 e 2019. A história de Ciro Martins, 71 anos, reflete essa realidade. Após perder sua esposa em 2023, Ciro enfrentou uma profunda solidão que o levou à depressão.

A intervenção de um ex-colega de trabalho o encorajou a buscar ajuda profissional, resultando em um diagnóstico de depressão e um tratamento eficaz que revitalizou seu interesse pelas atividades diárias e pela socialização.

Especialistas apontam que a depressão em idosos é causada por uma combinação de fatores biológicos, como alterações nos níveis de neurotransmissores e o uso de medicamentos que podem agravar os sintomas, e sociais, principalmente o isolamento social e a solidão.

Alfredo Cataldo Neto, professor da Escola de Medicina da Pucrs, destaca a importância de uma abordagem diferenciada no tratamento da depressão em idosos, observando que os sintomas muitas vezes se manifestam de maneira distinta, com queixas físicas frequentemente substituindo expressões diretas de sofrimento emocional.

A solidão, agravada pela perda de cônjuges e mudanças familiares, é um dos principais desafios enfrentados pelos idosos. A taxa de suicídio entre essa faixa etária tem crescido no Brasil, evidenciando a gravidade da situação.

No Rio Grande do Sul, a expectativa de que 40% da população terá mais de 60 anos até 2070 ressalta a urgência de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental dos idosos.

Com informações do JC

 

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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