Saúde
Covid: vacinas da Pfizer e Moderna são as mais eficazes para reforço, diz estudo
Philippa Roxby – Repórter de saúde
As vacinas Pfizer e Moderna usadas como terceira dose proporcionam as melhores respostas gerais de reforço, de acordo com um estudo feito no Reino Unido com sete vacinas diferentes.
No estudo, todas as vacinas testadas aumentaram a imunidade contra a covid em algum grau. Os pesquisadores avaliaram o reforço (terceira dose) após duas doses de Oxford-AstraZeneca ou duas doses de Pfizer.
O estudo justifica a decisão inicial do Reino Unido de usar essas duas vacinas para as doses de reforço.
No Brasil, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a tendência é que a maioria dos adultos receba o produto da Pfizer como terceira dose (leia mais abaixo).
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Os pesquisadores disseram que havia sinais promissores de que os reforços ainda protegem contra doenças e morte causadas pela variante ômicron.
Para ampliar o fornecimento de vacinas, até mesmo meia dose da vacina da Pfizer poderia ser usada para o reforço, acrescentaram.
Acredita-se que os resultados do ensaio tenham levado o Reino Unido a solicitar 114 milhões de doses extras das vacinas Pfizer e Moderna, a serem usadas nos próximos dois anos.
As doses de reforço podem reduzir o risco de infecção em mais de 93%. Tanto no Brasil quanto no Reino Unido foi anunciado que todos os adultos com mais de 18 anos poderão receber uma dose de reforço — enquanto os cientistas tentam descobrir mais sobre a variante ômicron.
No início desta semana, o diretor executivo da Pfizer disse que as doses de reforço contra a covid poderiam se tornar um evento anual.
No estudo com quase 3 mil adultos — liderado pela Universidade de Southampton (Reino Unido) e publicado na revista Lancet — doses de reforço foram aplicadas cerca de três meses após as segundas doses de AstraZeneca ou Pfizer.
De sete vacinas diferentes testadas — incluindo ainda Janssen, Oxford-AstraZeneca, Novavax, Valneva, CureVac —, todas foram consideradas seguras.
As sete vacinas aumentaram a imunidade quando administradas após duas doses de Oxford-AstraZeneca, e seis foram eficazes após duas doses de Pfizer — mas algumas funcionaram melhor do que outras.
No geral, as vacinas de mRNA — Moderna e Pfizer — deram o melhor reforço para anticorpos e células T, que são conhecidos por serem fatores importantes para o bom funcionamento das vacinas, especialmente após duas doses iniciais de AstraZeneca.
As vacinas foram igualmente eficazes em pessoas com mais de 70 e menos de 70 anos.
Os pesquisadores dizem que encontraram uma forte resposta a todas as variantes do vírus, incluindo alfa, delta e a cepa original, e esperam que isso se traduza em proteção contra ômicron também. No entanto, alertam que mais dados serão necessários para descobrir o que isso significa para proteção de longo prazo contra doenças graves.
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Em pessoas que receberam duas doses de AstraZeneca, o estudo encontrou um aumento de 30 vezes nos níveis de anticorpos após reforço com a Moderna e um aumento de 25 vezes após reforço com a Pfizer.
Depois de duas doses de Pfizer, que oferece proteção de linha de base mais alta, as mesmas vacinas aumentaram ao máximo os níveis de anticorpos.
‘Encorajador’
O professor Saul Faust, que liderou o estudo no University Hospital Southampton NHS Foundation Trust, disse: “É realmente encorajador que uma ampla gama de vacinas, usando diferentes tecnologias, mostre benefícios como uma terceira dose para AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech. Isso dá confiança e flexibilidade no desenvolvimento de programas de reforço aqui no Reino Unido e globalmente.”
Sobre a proteção contra hospitalização e morte por parte da ômicron, Faust disse que espera que “permaneça intacta” e “seja tratada com as vacinas atuais”.
Jonathan Ball, professor de virologia molecular da Universidade de Nottingham, acrescentou que o estudo mostra claramente que “todos os tipos de reforços aumentaram pelo menos um aspecto da imunidade contra a covid”.
A vacina Oxford-AstraZeneca está sendo usada em mais de 180 países e a Pfizer está sendo usada em mais de 145 países.
Terceira dose no Brasil
Em meados de novembro, o Ministério da Saúde anunciou que todos os brasileiros com mais de 18 anos estão aptos a tomar uma terceira dose da vacina que protege contra a covid-19.
Até aquele momento, o reforço acontecia após seis meses e só era indicado para indivíduos com mais de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos (pessoas com problemas no sistema imunológico).
O ministro Marcelo Queiroga assegurou que o país tem doses suficientes para oferecer essa terceira aplicação em todos os adultos entre novembro de 2021 e maio de 2022, nos 38 mil postos de saúde espalhados pelo país.
Na ocasião, ao ser questionado sobre o tipo de imunizante que será utilizado como reforço, Queiroga afirmou que o ministério segue apostando no esquema heterólogo.
“A preferência é que essa dose adicional seja de uma vacina diferente, que é uma decisão baseada em dados e na evidência científica”, explicou.
Em outras palavras, isso significa que quem tomou duas doses de AstraZeneca receberá uma terceira da Pfizer e vice-versa.
A tendência, de acordo com o ministro, é que a maioria dos adultos receba o produto da Pfizer como terceira dose, até porque o imunizante da AstraZeneca foi o mais utilizado como primeira e segunda doses nessa faixa etária ao longo dos últimos meses.
“No caso de um eventual desabastecimento da vacina da Pfizer, o que não deve acontecer, poderemos utilizar uma outra plataforma vacinal, de preferência de um tipo diferente do que foi usado na vacinação primária”, completou Queiroga.
A médica Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, disse que o Brasil já garantiu vacinas suficientes para aplicar a terceira dose e já avalia a necessidade de comprar mais unidades para uma eventual quarta dose em idosos no segundo semestre de 2022.
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Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
Saúde
Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo
Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana
Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.
Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.
A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.
As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.
O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.
Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.
Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação.
Saúde
Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-
Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações
O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.
A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.
Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.
A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).
Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.
Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.
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