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Ômicron: Falha em detectar gene do coronavírus levou a descoberta da variante


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Ômicron: dados ainda são insuficientes, mas variante tem potencial gigantesco de disseminação, diz virologista
Laís Alegretti – Da BBC News Brasil em Londres

Ômicron: dados ainda são insuficientes, mas variante tem potencial gigantesco de disseminação, diz virologista

A variante Ômicron do coronavírus sofreu tantas mutações que um dos fatores que levaram à sua descoberta na África do Sul foi a incapacidade de testes diagnósticos detectarem o trecho do material genético que codifica a proteína spike, responsável pela entrada do patógeno na célula.

A história da descoberta da nova linhagem do Sars-CoV-2, que transcorreu por um período de 20 dias, foi recontada nesta semana numa reportagem do canal de TV sulafricano News24, que revelou como as primeiras amostras de infectados recolhidos na cidade de Pretoria geraram suspeita da emergência de uma nova variante, no início de novembro passado, até seu anúncio no final do mês.

A descoberta inicial foi feita por Alicia Vermeulen, cientista em uma rede privada de testes diagnósticos, a Lancet Laboratories, que desconfiou da ausência do gene da spike em algumas amostras. Os exames genéticos comuns para coronavírus não sequenciam o genoma inteiro do patógeno, e escolhem alguns trechos essenciais para tornar mais prático o processo de detecção. Como um desses trechos estava faltando em oito amostras que ela recebera (a primeira delas em 4 de novembro), ela decidiu encaminhar o material para análise completa em outras instalações da empresa.

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Segundo a agência de notícias Reuters, quem analisou a sequência do vírus no Lancet foi Raquel Viana, diretora científica da empresa. Nas oito amostras sequenciadas em 19 de novembro, o vírus apresentava tantas mutações na proteína spike que ela achou que se tratasse de um erro.

As sequencias então foram enviadas para uma instituição pública da África do Sul, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD), liderado pelo cientista Túlio de Oliveira, que fez um sequenciamento independente das amostras, no fim de semana dos dias 21 e 22. O resultado foi o mesmo, e a desconfiança de que o vírus nas amostras se tratava de uma variante preocupante foi logo reforçada por dados sobre o aumento no número de casos de Covid-19 na região de Pretoria naquela semana.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, a má notícia foi comunicada para o Departamento de Saúde da África do Sul no dia 24, e os dados do sequenciamento genético do vírus foram depositados no mesmo dia na rede GISAID, que monitora variantes. No mesmo dia, cientistas de outros países já apontaram preocupação, e no dia 25 a emergência da Ômicron foi anunciada ao público pelo governo sul-africano.

O fato de o vírus ter sido detectado em Pretoria não significa, dizem cientistas, que o vírus emergiu na África do Sul. Como o país herdava uma tradição científica de biologia molecular por conta de pesquisas com HIV e e tuberculose, possuía infraestrutura de vigilância e sequenciamento para uma descoberta relativamente rápida da nova variante.

Segundo autoridades sanitárias do país, os primeiros casos, detectados em pacientes mais jovens, não provocaram doença grave ou morte. Tudo leva a crer, porém, que a variante é mesmo mais transmissível e foi responsável pela elevação recente no número de casos de Covid-19 no país. Um esforço coletivo está sendo realizado agora para avaliar se a linhagem do vírus é mais agressiva, se pode escapar da imunidade gerada pelas vacinas e se é mais grave em pacientes mais velhos.

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Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus

 Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas

Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.

Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.

A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.

As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.

Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.

O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.

Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.

A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.

Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.

 

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Saúde

Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo

Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana

Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.

 

Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.

A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.

As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.

O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.

Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.

Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação. 

 

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Saúde

Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-

Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações

O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.

 

 

A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.

Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.

A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).

Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.

Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.

 

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