Saúde
Ômicron: brasileiros no Marrocos relatam incerteza diante de fronteiras fechadas
Priscila Carvalho – Do Rio de Janeiro para a BBC News Brasil
Diversos países como o Brasil decidiram suspender voos e tomar medidas rigorosas em relação a viagens e pessoas vindas do sul da África, onde foram registrados os primeiros casos de infecção pela variante ômicron.
No próprio continente africano, há países que também decidiram adotar medidas drásticas, como o Marrocos, que anunciou no dia 29 de novembro o fechamento de fronteiras para barrar a nova variante.
Com isso, muitos turistas enfrentam dificuldades em voltar para casa e seguem “presos” no local. Os brasileiros estão entre eles: de acordo com a embaixada brasileira no Marrocos, ao menos 32 pessoas solicitaram apoio consular para deixar o país africano.
O casal brasileiro Mariana Neubra, 34, e Felipe Santiago, 35, está enfrentando essa situação no momento. O que era para ser uma estadia de apenas cinco dias, agora, não há previsão para acabar.
Eles estavam no deserto, quase na divisa com a Argélia, quando ouviram as primeiras notícias sobre a descoberta da nova cepa.
“A gente não acreditava que o fechamento das fronteiras por causa da pandemia fosse voltar com força. Meu maior receio é que isso cresça muito, não tenha mais nenhum tipo de voo e fiquemos presos como alguns brasileiros ficaram na Tailândia lá no início. Tenho fé que não chegue nesse ponto”, diz Felipe à BBC.
Por estarem mais próximos da Europa do que do sul da África, eles pensaram que não teriam nenhum problema em retornar para Portugal, onde moram há quase quatro anos. Os brasileiros trabalham com produção de conteúdo pelas redes sociais, e na semana passada chegaram a tranquilizar seus seguidores por meio de um vídeo dizendo que estavam seguros e que dificilmente o Marrocos sofreria com ações mais severas.
Os dois, inclusive, já pretendiam estender a viagem e ficar mais dias na região.
“Não pensei em alterar meus planos e seguimos dormindo e turistando no deserto”, diz Mariana.
Porém, quando chegaram em Marrakech, viram que o cenário era muito pior do que imaginavam.
Voos cancelados e preços muito altos
Desde o anúncio do fechamento de todas as fronteiras por parte do governo marroquino, sair do país tornou-se impossível. Mariana e o marido tentaram comprar dois voos em uma companhia low cost (conhecida por ser de baixo custo), mas todos foram cancelados.
A primeira tentativa era embarcar no dia 2 de dezembro, mas poucas horas depois a empresa aérea cancelou a compra. Já a segunda oportunidade, prevista para o dia 9 do mesmo mês, também foi recusada.
Por conta disso, eles até cogitaram atravessar a fronteira e chegar na divisa com a Espanha por meio de um ferry boat. No entanto, todas as saídas do país seguem bloqueadas. No desespero, o casal também pensou em voltar para o deserto e pegar um voo na Argélia de volta a Lisboa.
Por causa da alta demanda, muitas companhias aéreas estão elevando os preços das passagens, chegando a valores exorbitantes. O cancelamento de voos também está ocorrendo de maneira frequente.
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“Íamos pagar 10 euros no voo de volta e agora está em torno de 500, sendo que somente uma única companhia aérea está fazendo o trajeto e com direção à França. Não temos esse valor. É muito dinheiro e ainda temos que pagar pelo (teste) PCR”, ressalta Mariana.
Eles temem ainda que o valor continue aumentando, sem possibilitar a compra.
“Estamos monitorando os valores. A Mariana é influenciadora de viagens e entende de compras de passagens. Espero achar uma em conta”, diz Felipe.
A produtora de conteúdo ressalta que permanecer no Marrocos só aumenta a ansiedade, já que não é uma certeza que o país seguirá com as fronteiras fechadas por apenas duas semanas.
“Temos um imóvel alugado, então, é muita coisa em jogo. A cada minuto a gente pensa algo diferente. Já pensei em alugar algo para morar aqui, já fiquei nervosa. É tudo muito louco”, conta.
Ela e o marido seguem hospedados em um hotel com outros viajantes e tentam, na medida do possível, seguir com uma rotina normal.
“Quem mora aqui está tranquilo. Não vejo nenhum tipo de apreensão e poucas pessoas usam máscara. Fomos em um restaurante ontem e pediram um comprovante de vacinação, mas foi só nesse. Nós seguimos trabalhando e saindo quando dá.”
Ajuda da embaixada
Como residem em Lisboa, o casal recorreu à embaixada portuguesa para tentar sair do país. Segundo eles, o órgão consular está dando suporte e informou que disponibilizará um voo com destino a Portugal, mas ainda sem data definida.
A agência de turismo contratada pelos brasileiros também está auxiliando na estadia, mantendo-os em um hotel próximo ao centro de Marrakech.
O casal conta que se não tivesse nenhum tipo de auxílio de Portugal, também entraria em contato com a embaixada brasileira no Marrocos para um possível voo de repatriação.
“Pensamos até em voltar para o Brasil em um desses voos. Seria mais uma saída também”, afirma Mariana.
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Procurada pela reportagem, o Itamaraty informou, por meio de nota, que está “acompanhando atentamente a situação dos brasileiros impossibilitados de viajar, prestando-lhes toda a assistência consular cabível.”
Já a embaixada do Brasil no Marrocos informou que em função da propagação rápida da nova variante ômicron, o órgão tem mantido contato por telefone, plantão consular e e-mail com turistas brasileiros retidos neste país.
“Nas últimas 48 horas, 32 nacionais solicitaram apoio consular para retorno ao Brasil”, informou a embaixada em comunicado.
O órgão informou ainda que algumas companhias, como Royal Air Maroc, Air France, Transavia, Iberia, TUI e Air Arabia, anunciaram a realização de voos especiais de retorno a diversos países, sobretudo da Europa. Os brasileiros que procuram a embaixada têm sido orientados a remarcar seus bilhetes ou comprar assentos para os voos especiais dessas companhias.
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Saúde
O perigo que vem da China. Infectologistas recomendam precaução contra Metapneumovírus
Sem vacina para HMPV, medidas como uso de máscaras e higiene são essenciais, dizem especialistas
Um surto de Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado na China, levantando preocupações devido ao aumento de casos em algumas regiões do país.
Este vírus, responsável por sintomas como febre, tosse e congestão nasal, foi reportado nesta 3ª feira (08 de jan. de 2025). Apesar das preocupações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em infectologia descartam a possibilidade de uma nova pandemia no momento.
A OMS comunicou que mantém contato constante com as autoridades chinesas, que têm tranquilizado tanto a população quanto a comunidade internacional.
As informações indicam que a intensidade e a escala da doença são inferiores às de anos anteriores. O governo de Pequim adotou um novo protocolo de monitoramento para gerenciar a situação.
Segundo a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV é comum, especialmente durante o inverno no hemisfério norte. Ela destacou a ausência de vacinas contra o HMPV e recomendou medidas preventivas como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.
“Não existe um antiviral específico, e o tratamento para o paciente em casa consiste em medicamentos sintomáticos, repouso e hidratação,” afirmou Gouveia.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 na Holanda, embora já circulasse antes dessa data. No Brasil, o vírus foi detectado em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004.
Gouveia observou que as mutações do HMPV são mais estáveis e raras em comparação com a Covid-19, o que facilita a gestão da doença.
A transmissão do HMPV ocorre por vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação varia de cinco a nove dias. Estudos indicam que a maioria das crianças até cinco anos já teve contato com o vírus.
Gouveia também alertou sobre o risco do HMPV em agravar doenças pulmonares pré-existentes, especialmente em crianças, devido à inflamação prolongada e hiperprodução de secreção.
Saúde
Saquinhos de chá liberam milhões de microplásticos, alerta estudo
Pesquisa internacional mostra contaminação por plásticos em chás e possíveis impactos na saúde humana
Pesquisadores do projeto PlasticHeal, em colaboração com a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e o Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha, descobriram que bolsitas de chá comerciais liberam milhões de microplásticos e nanoplásticos (MNPL) nas infusões.
Este estudo, divulgado em 03.jan.2025, revela que essas partículas podem penetrar nas células intestinais humanas e potencialmente alcançar a corrente sanguínea, destacando a necessidade de abordar a contaminação por plásticos em produtos de consumo diário.
A pesquisa focou em bolsitas de chá feitas de polímeros como nailon-6, polipropileno e celulose. Os resultados mostraram que o polipropileno foi o material que mais liberou partículas, com aproximadamente 1.200 milhões por mililitro de infusão.
As técnicas analíticas avançadas utilizadas incluíram microscopia eletrônica de barrido (SEM), microscopia eletrônica de transmissão (TEM), espectroscopia infravermelha (ATR-FTIR), dispersão dinâmica de luz (DLS), velocimetria laser Doppler (LDV) e análise de seguimento de nanopartículas (NTA), afirmou Alba García, investigadora da UAB.
O estudo também observou a interação dessas partículas com células intestinais humanas, descobrindo que as células produtoras de muco absorvem uma quantidade significativa desses MNPL, que podem inclusive penetrar no núcleo celular.
Isso sugere um papel crucial do muco intestinal na absorção dessas partículas e ressalta a necessidade de investigar mais a fundo os efeitos da exposição crônica a MNPL na saúde humana.
Os pesquisadores enfatizam a importância de desenvolver métodos padronizados para avaliar a contaminação por MNPL em materiais plásticos em contato com alimentos e a necessidade de políticas regulatórias para mitigar essa contaminação.
Saúde
Alegrete convoca doadores para enfrentar escassez de sangue O-
Com estoque crítico, Hemocentro de Alegrete organiza coleta externa e estende horários para receber doações
O Hemocentro Regional de Alegrete enfrenta uma situação crítica em seu estoque de sangue, com especial urgência para o tipo O-. A instituição possui apenas uma unidade disponível e busca atender às crescentes demandas por transfusões.
A crise levou ao pedido de auxílio ao Hemocentro de Santa Maria, que foi solicitado a enviar mais bolsas de sangue. A situação foi divulgada nesta 4ª feira (26 de dezembro de 2024), com o objetivo de mobilizar a comunidade para doações urgentes.
Fernanda Soares, assistente social do Hemocentro, destacou a necessidade de doações. “Devido à alta demanda por sangue do tipo O- e outras tipagens, foi lançada uma campanha de urgência para mobilizar doadores a comparecerem ao hemocentro e realizarem suas doações,” afirmou.
A meta é alcançar dez unidades até o final da manhã de 6ª feira (27 de dezembro de 2024).
Para facilitar o acesso dos doadores, o Hemocentro de Alegrete manterá o atendimento normal nesta 5ª e 6ª feira. Uma coleta externa está programada para a próxima 2ª feira (30 de dezembro de 2024) na cidade de Itaqui. “Fazemos um apelo para que a população se dirija ao Hemocentro de Alegrete e contribua com as vidas que dependem dessas doações,” reforçou Soares.
Localizado na Rua General Sampaio, 10, bairro Canudos, o Hemocentro opera das 7h às 13h. A necessidade de sangue do tipo O- é urgente devido à sua capacidade de ser transfundido em pacientes de qualquer tipo sanguíneo, o que o torna vital em emergências.
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