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Quem foi o Alegretense Gaudêncio Ramos

Ele nasceu em Uruguaiana, a 12 de julho de 1907. Foi o filho mais velho de nove irmãos e, por isso mesmo, o que recebeu precocemente mais responsabilidades, tornando-se mentor e protetor dos irmãos pela vida afora.

Criado na campanha, lá pras bandas do Itapitocai, frequentou apenas os anos fundamentais da escola e depois adquiriu vasta cultura através de leituras e estudos de autodidata. Foi, inclusive, poeta e escritor, sendo redator do jornal mais antigo do Rio Grande do Sul – a Gazeta de Alegrete. Tinha uma extensa biblioteca e estava sempre lendo algum livro, além dos jornais diários.

Funcionário concursado da Exatoria Estadual, aposentou-se assim que completou seu tempo de serviço, para poder se dedicar em tempo integral à sua maior paixão (junto com a Conceição) – os aviões.

Foi Instrutor do Aeroclube de Alegrete por muitos anos (até os 80 anos), brevetou inúmeros alunos, inclusive alguns que depois ingressaram em grandes companhias de aviação do Brasil e do exterior.

Presidiu também o Aeroclube de Alegrete durante várias gestões, foi diretor técnico e passou lá naquele hangar e naquela pista certamente o tempo mais feliz dos seus dias. Seu Ramos não tinha carro próprio, comprou seu Fiat 147 já numa idade avançada, mas possuía um avião de quatro lugares com o qual fazia táxi aéreo.

Diariamente, pegava a lendária caminhonete Ford F-1 do Aeroclube, acompanhado do seu inseparável cachorro Teco-Teco e rumava para o campo de aviação, com a carroceria cheia de alunos e mecânicos. De merenda, levava apenas um pouco de café e uma bolacha torrada. Voltava com o macacão sempre cheirando a gasolina e óleo e com muitas histórias para contar, enquanto tomava seu mate com a “consorte” (como ele brincava).

Reconhecia o modelo dos aviões apenas pelo ronco do motor, quando sobrevoavam sua casa.

Responsável, exigente, cauteloso, era amado e respeitado pelos alunos. Cruzou a América pilotando um avião monomotor e nunca se acidentou. Por tanto tempo de dedicação à aviação e por ser o piloto mais antigo em atividade no país, foi agraciado com a Medalha Santos Dumont. E por tantos serviços prestados à cidade recebeu o título de “Cidadão Alegretense”.

Uma operação de catarata, realizada na capital, resultou num glaucoma secundário, que fez o lendário piloto perder a visão e não permitiu mais que o Comandante Ramos visse o azul do céu e as letras dos seus aviões.

Suportou heroicamente a cegueira e a dependência dos outros para quase tudo, mas continuou ouvindo o ronco dos aviões, que ainda o acompanharam em cortejo, chorando nas nuvens, até sua última morada, no dia 30 de outubro de 1999.

Quando o Aeroporto foi inaugurado, ainda sem nome, Seu Ramos estava presente, já sem poder enxergar. Não deve ter sido fácil para ele…, no entanto, ele era pequeno apenas de estatura, pois tinha um caráter gigante e não se entregava, nem se deixava abater.

Depois da sua morte, várias entidades alegretenses, encabeçadas pela Maçonaria, se mobilizaram para dar seu nome ao Aeroporto, numa justa homenagem a quem dedicou sua vida à aviação alegretense e deixou tantos seguidores.

A deputada Maria do Rosário criou um Projeto de lei, sugerindo seu nome para o Aeroporto em 2003 e em 2007 saiu finalmente a aprovação da Lei n° 11624, de 20/12/2007, sancionada pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, denominando o aeroporto de “Aeroporto de Alegrete/RS – Gaudêncio Machado Ramos”.

De alguma janela do Céu, certamente alguém estará assistindo a inauguração do aeroporto, agora reformado e finalmente colocado em atividade por lideranças municipais e estaduais. Uma conquista que trará benfeitorias e agilidade para o povo da fronteira oeste.

Autora
Maria Luiza Vargas Ramos
Doutora em Letras pela UFGRS, na área de Literatura Brasileira.  Filha do Gaudêncio Ramos

Imagens e mais sobre o Comandante Ramos no Blog  Tibério Vargas Ramos  

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Segunda fase de operação contra o abigeato prende suspeito na Fronteira Oeste

Polícia Civil do RS desarticula esquema de furto e receptação de gado em nova fase da Operação “Carga Viva”, mas não especifica a localidade

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, através da 2ª Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (2ª DECRAB) de Alegrete, realizou nesta sexta-feira a segunda fase da Operação “Carga Viva”, intensificando o combate ao furto e à receptação de gado na região da Fronteira Oeste.

A ação resultou na prisão em flagrante de um suspeito e em significativas apreensões.

Durante a operação, um caminhão avaliado em cerca de R$ 120 mil foi apreendido, representando um duro golpe na logística utilizada pelos criminosos. Além disso, seis armas de fogo, diversas munições e aproximadamente R$ 2.100 em dinheiro foram confiscados.

A Operação “Carga Viva” também contou com o apoio de fiscais da SEAPI, que localizaram 40 cabeças de gado em situação irregular, aplicando uma multa de R$ 50 mil e outras medidas administrativas.

A Operação “Carga Viva” faz parte de um esforço contínuo para desmantelar associações criminosas envolvidas no abigeato e na receptação de gado, protegendo a cadeia produtiva agropecuária e a saúde pública.

A atuação incisiva das DECRABs tem demonstrado resultados positivos, com uma queda de 40% nos furtos de gado no Rio Grande do Sul nos últimos anos.
Coordenada pelo delegado Jair Francisco dos Anjos, a operação teve o apoio da DECRAB de Bagé, da equipe da Operação Protetor das Divisas e Fronteiras, de policiais civis da 1ª Delegacia de Polícia de Alegrete e de fiscais sanitários da Inspetoria Veterinária da SEAPI de Alegrete.

As investigações prosseguem para identificar e responsabilizar outros envolvidos nos crimes.

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Polícia

POLÍCIA CIVIL PRENDE INVESTIGADO POR VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANOEL VIANA

A Polícia Civil, no início da manhã desta quinta-feira (12/6), por meio da Delegacia de Polícia de Manoel Viana, com o apoio da 4ª DPRI – Delegacia Regional de Alegrete e Delegacia de São Francisco de Assis, sob a coordenação da Delegada Daniela Barbosa de Borba, efetuou a prisão preventiva de um indivíduo investigado por crime de ameaça contra sua ex-companheira.

Deferida medida protetiva de urgência em favor da vítima e instalada tornozeleira de monitoramento do agressor, sobreveio novo registro de ocorrência policial, noticiando descumprimento da ordem de proibição de aproximação da vítima.

Diante disso e das alegações da vítima, a referida Autoridade Policial representou ao Poder Judiciário pela decretação da prisão cautelar do agressor, o que foi acolhido, sendo o respectivo mandado cumprido na data de hoje, na zona rural do município.

Após as diligências de praxe, o preso foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Francisco de Assis.

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Polícia

Assassino estuprador é condenado a 45 anos em Alegrete

A sessão foi presidida pelo Juiz de Direito Rafael Echevarria Borba, que também determinou a execução provisória da pena. O réu permanecerá preso.

O Tribunal do Júri da Comarca de Alegrete condenou, nesta quinta-feira (12/6), um homem a 45 anos de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável e homicídio qualificado contra uma mulher de 25 anos.

De acordo com a denúncia, em dezembro de 2022, o homem, de 40 anos, violentou sexualmente a vítima enquanto ela estava sob efeito de álcool e entorpecentes. Em seguida, desferiu 40 golpes de faca, levando-a à morte.

Os jurados reconheceram as qualificadoras de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Também foram considerados para a aplicação da pena os maus antecedentes e a personalidade perversa.

Na sentença, o magistrado destacou a gravidade concreta dos crimes e fixou o valor mínimo de 30 salários mínimos como reparação por danos morais à família da vítima.

O histórico criminal do réu também foi levado em consideração. Ele já havia sido condenado por homicídio qualificado cometido em 2014, além de dois casos de estupro de vulnerável contra sua filha e enteada, e por coação no curso do processo.

Também foi sentenciado por favorecer a prostituição da enteada, menor de 14 anos. Somadas, as penas anteriores a 77 anos de reclusão — todas aplicadas em julgamentos conduzidos pelo mesmo magistrado.

 

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