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Marfrig assina TAC devido a listão de irregularidades

MPT apresentou relatório com as irregularidades encontradas, entre elas 1279 omissões de acidentes de trabalho nos últimos seis anos; audiência para discussão de acordo ficou definida para fevereiro

     O frigorífico Marfrig Global Foods S.A., localizado em Alegrete (RS), recebeu, na última sexta-feira (6/12), relatório de irregularidades encontradas pela força-tarefa dos frigoríficos gaúchos que colocam em risco a saúde e a integridade física dos seus 673 empregados. A inspeção aconteceu ao longo da semana, e a apresentação das irregularidades, feita a administradores do frigorífico na sexta-feira.

Como resultado, foi proposto termo de ajuste de conduta (TAC), que sintetiza as irregularidades e propõe prazos para sua adequação. A empresa foi convocada para audiência, em fevereiro de 2020, para acompanhamento do caso e manifestação sobre o TAC proposto.

    O relatório de inspeção do MPT indicou irregularidades em 19 setores: currais, abate, sala de cabeças, sala de miúdos, triparia, bucharia, cozimento de estômago, salga, quarteio, desossa, embalagem primária, secundária, paletização, expedição, recarga de bateria, caldeira, sala de máquina, subproduto e área externa.
 
O documento também reconhece a necessidade de implementação de obrigações gerais, como realização de rodízio de funções para os empregados, de acordo com a Norma Regulamentadora (NR) nº 36, de modo a alternar os grupos musculares envolvidos na execução das atividades, segurança em pisos, sinalização de espaços confinados e segurança em instalações elétricas.
 
O frigorífico deve, além disso, garantir fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, selecionados tecnicamente, de forma a oferecer eficácia necessária para controle da exposição ao risco e o conforto.

     Verificou-se, também, alto índice de ocorrência de doenças osteomusculares e acidentes típicos na unidade: a) no setor de Abate, foram emitidos 3,52 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 52,8% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 34,8% CID S (lesões); b) desossa: emitidos 3,93 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 59,19% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 30,12% CID S (lesões); c) tendal: emitidos 3,45 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 52,33% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 43,92% CID S (lesões); d) carregamento: emitidos 2,6 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 49,03% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 47,11% CID S (lesões); e) bucharia: emitidos 1,66 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 40% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 50% CID S (lesões); f) embalagem Secundária: emitidos 2,16 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 56,92% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 26,15% CID S (lesões); g) miúdos: emitidos 2,16 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 50% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 43,58% CID S (lesões); h) triparia: emitidos 2,12 atestados médicos referentes a adoecimentos com NTEP por trabalhador, sendo 58,49% referentes ao CID M (doenças osteomusculares) e 30,18% CID S (lesões).

     Constatou-se, ainda, a violação à estabilidade acidentária em relação a 17 trabalhadores; o despedimento de 34 trabalhadores antes do término do benefício previdenciário; a frustração à aquisição do direito à estabilidade acidentária em relação a 32 empregados, em razão do não reconhecimento de acidente de trabalho por parte da empresa. Destacou-se o fato de que 71% dos trabalhadores que gozaram de auxílio-doença previdenciário e 44% dos que gozaram de auxílio doença acidentário terem sido desligados da empresa, sendo que 16% ainda permanecem afastados.

     Além disso, foram identificados 1279 casos de acidente ou doença do trabalho para as quais não houve emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, entre 2014 e 2019, sendo que em 42 desses casos não houve emissão de CAT em caso de concessão de auxílio doença acidentário (nexo com o trabalho reconhecido pelo próprio INSS). Além disso, da análise dos prontuários médicos e pastas funcionais, verificou-se que: a) não há indicação das situações ocorridas com os trabalhadores, de forma a viabilizar a verificação das causas dos agravos ocorridos, na medida em que nem mesmo os agravos que não possuem relação com o trabalho são esclarecidos; b) não há afastamento expresso do nexo causal nos adoecimentos que possuem nexo técnico epidemiológico com atividade econômica da empresa, sendo, pois, devida a emissão de CAT em todos os casos cujo afastamento não ocorreu; c) Não há a adoção medidas eficazes e controladas por parte da empresa com vistas a reduzir o agravamento dos adoecimentos verificados, tais como: afastamentos, mudança de função, etc.; d) não há gestão em saúde na empresa, tampouco atividade prevencionista, já que o instrumental epidemiológico não é avaliado ou estudado de forma a embasar a adoção de medidas por arte da empresa com vistas a evitar a ocorrência de agravos idênticos aos já ocorridos; e) prontuários médicos não adequadamente preenchidos (sem assinatura e/ou identificação do médico; sem informações referentes a atestados médicos, etc); f) exames médicos realizados fora do prazo legal; g) Atestados médicos de Saúde Ocupacional preenchidos sem os requisitos mínimos e rasurados.

Clique aqui para acessar em PDF o relatório de inspeção do MPT

     Participaram da operação os procuradores Priscila Dibi Schvarcz (coordenadora do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho em Frigoríficos do Rio Grande do Sul e lotada em Passo Fundo), Rogério Uzun Fleischmann (coordenadoria regional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho – Codemat – e lotado em Porto Alegre) e Lucas Santos Fernandes (MPT em Uruguaiana, responsável por inquérito civil contra o frigorífico).

     A ação teve apoio técnico do perito de Segurança do Trabalho do MPT em Caxias do Sul Idemar Baptista de Souza Junior, e de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests), com os profissionais Adriana Skamvetsakis (Cerest Vales) e Paula Lamb Quilião, Anália Ferraz Rodrigues, Adriana Diniz Giacomelli, Marcos Francisco da Silva Vieira, Bibiana Pedroso, Pedro Oscar Ribeiro Coelho, Eline Lacerda, Gregori Avrella e Flávia Almeida (Cerest Fronteira Oeste), além de Marcelo de Andrade Batista, da Secretaria Estadual de Saúde. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (CREA-RS) também apoiou a operação com a supervisora de fiscalização da Serra / Sinos, Alessandra Maria Borges (Caxias do Sul), e o agente-fiscal Gustavo Marure Vaz (Pelotas). O movimento sindical dos trabalhadores participou com a diretora da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS), Arlete Schmitz, e com o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), Marcos Rosse.

     A força-tarefa dos frigoríficos gaúchos, iniciada em 2014, teve até o momento, 54 operações, sendo 43 novas e 11 reinspeções. Foram beneficiados cerca de 41 mil empregados (82% do conjunto dos trabalhadores no setor, estimado em 50 mil). Muitos frigoríficos têm apenas 10 ou 20 empregados. Interdições de máquinas e atividades paralisaram 19 plantas (sendo uma por duas vezes) em vistorias com participação de auditores-fiscais. A ação integra o Programa do MPT de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos. O projeto visa à redução das doenças profissionais e de acidentes do trabalho, identificando os problemas e adotando medidas extrajudiciais e judiciais.

      O frigorífico abate, em média, 450 bovinos ao dia, e os trabalhadores têm jornada de 8h48min, de segunda a sexta-feira, tendo 3 pausas psicofisiológicas diárias de 20 minutos cada uma. A força-tarefa foi recebida pelo gerente de produção Paulo Cezar Garcia Tadeu, pelo gerente de Recursos Humanos, Diego Lima Marques, e pelo gerente administrativo, Danilo Oliveira da Silva. A fiscalização foi acompanhada por representantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), departamento jurídico e setor de produção.

 
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Primo de enfermeira morta após viajar de Dublin ao RS é preso, diz polícia

primo da enfermeira Priscila Leonardi, encontrada morta em Alegrete, na Fronteira Oeste do RS, foi preso temporariamente nesta quinta-feira (13), por suspeita do crime.

Segundo a polícia, ele é suspeito de ser o principal autor da morte de Priscila, e também da ocultação do cadáver. A enfermeira ficou mais de 20 dias desaparecida.

A polícia não informou a identidade do homem preso, que tem 30 anos. Segundo a Polícia, ele teve “importante participação” no crime, e teria inclusive comunicado o desaparecimento de Priscila à polícia, com demais familiares.

Relembre o caso

A enfermeira foi vista com vida pela última vez em 19 de junho, após sair da casa de um primoA polícia não informa se este primo é o homem que foi preso nesta quinta. De lá, Priscila iria para a casa de uma prima, a 5 km de distância, onde estava hospedada.

O homem prestou depoimento acompanhado pela advogada, Jo Ellen Silva da Luz. O g1 contatou a advogada para posicionamento, e não havia obtido retorno até a publicação mais recente desta reportagem.

O corpo da enfermeira, que estava sendo procurada desde meados de junho, foi encontrado pela polícia em 7 de julho às margens do Rio Ibirapuitã, que corta a cidade da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Priscila foi enterrada no mesmo dia, na presença de familiares e amigos.

Como Priscila foi morta

De acordo com a necropsia feita no Posto Médico Legal (PML) de Alegrete, Priscila apresentava lesões possivelmente causadas por espancamento. A suspeita é de que a causa da morte tenha sido estrangulamentoUma fita teria sido usada ao redor do pescoço da vítima.

O corpo dela foi localizado na quinta-feira (6) por um pescador em um local de difícil acesso às margens do Rio Ibirapuitã, que corta a cidade. Foram necessários botes do Corpo de Bombeiros para que o corpo fosse retirado do local. A Polícia Civil investiga como o corpo foi parar neste lugar.

O que ela fazia no Brasil

A investigação policial aponta que Priscila viajou a Alegrete, cidade onde nasceu, para visitar parentes.

Priscila teria viajado de volta ao estado também para tratar sobre uma herança deixada pelo pai, o que é investigado pela polícia.

Desde quando ela estava desaparecida

Priscila chegou ao Rio Grande do Sul em 1º de junho e estava desaparecida desde o dia 19 do mesmo mês. Ela planejava ficar cerca de um mês no Rio Grande do Sul.

A enfermeira foi vista com vida pela última vez entrando em um carro preto, cujo motorista estaria prestando serviço de transporte por aplicativo, na noite de 19 de junho, após sair da casa de um primo no bairro Vila Nova. De lá, iria para a casa de uma prima, no bairro Cidade Alta, onde estava hospedada. A distância entre os dois locais é de cerca de 5 km.

A Polícia Civil começou a investigar o caso no dia 20 de junho, quando um primo e uma prima de Priscila registraram o desaparecimento dela em uma delegacia.

O que diz a polícia

De acordo com a polícia, o caso é tratado como homicídioA relação da morte com uma possível disputa por herança também é investigada.

“O resultado da necropsia indicou a prática do crime de homicídio, pelas lesões que o perito constatou que ela tinha. A gente sabe que existia uma herança, um inventário em andamento, que ainda estava em aberto. É uma possibilidade para a gente”, diz a delegada Fernanda Mendonça, responsável pela investigação.

O que dizem amigos e o advogado

 

Priscila Leonardi foi enterrada nesta sexta-feira (7), em Alegrete — Foto: Reprodução/RBS TV

Priscila Leonardi foi enterrada nesta sexta-feira (7), em Alegrete — Foto: Reprodução/RBS TV

Uma amiga afirmou, durante o enterro de Priscila, que a morte trouxe perplexidade a quem tinha relação com a enfermeira.

“Essa notícia nos trouxe um grau de perplexidade muito grande, porque ela era uma menina tranquila, tinha muitos amigos, conseguia construir uma amizade. Estamos desoladas com essa situação, essa situação trouxe uma tristeza imensa pra nós”, disse Liége Monteiro, amiga de Priscila.

O advogado Rafael Hundertmark, que representava a enfermeira, confirma que ela tinha desafetos na família.

”Ela tinha desentendimento com alguns parentes, mas, entre os herdeiros diretos do pai, não havia problema”, afirma o advogado.

Uma perícia indicou morte por estrangulamento e apontou lesões causadas por espancamento. A Polícia Civil afirma que os indícios apontam homicídio e investiga se o crime tem a ver com uma herança deixada pelo pai de Priscila.

Quem é a vítima

Priscila Leonardi, morta aos 40 anos, era enfermeira. Ela morava e trabalhava em Dublin, na Irlanda, desde 2019. O último emprego de Priscila no Brasil foi em um hospital de Bento Gonçalves, e ela se mudou para a Europa para aprender inglês e se qualificar na profissão.

Os pais de Priscila já são falecidos, e a polícia investiga se uma disputa por herança tem a ver com o homicídio.

O advogado Rafael Hundertmark, que representava a enfermeira, afirma que ela tinha desafetos na família. De acordo com Hundertmark, Priscila tem uma irmã mais nova, por parte do pai, falecido em 2020. Após a morte, foi aberto um inventário para formalizar a divisão e tramitar a transferência dos bens.

Priscila e a irmã não tinham contato. No entanto, segundo Rafael, a enfermeira fazia questão que o processo fosse transparente e contemplasse a caçula. “Em momento algum, ela teve ódio dessa irmã”, acrescenta.

Neste ano, Priscila entrou com outra ação contra um parente. Conforme o advogado, o processo se tratava de uma cobrança envolvendo a alienação de um imóvel que não foi paga, mas a ação ainda estava em fase inicial.

Por: Janaína Lopes e Pâmela Rubin Matge, g1 RS e RBS TV

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Ninguém leva prêmio milionário e Mega acumula

O sorteio do concurso 2.542 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (24). Nenhuma aposta acertou as seis dezenas e o prêmio estimado para o próximo sorteio é de R$ 57 milhões. As dezenas sorteadas foram 12, 20, 22, 25, 26 e 55.

  • 5 acertos – 74 apostas ganhadoras, R$ 42.474,10
  • 4 acertos – 5.246 apostas ganhadoras, R$ 855,91

O próximo sorteio está previsto para o sábado (26).

Apostas

As apostas podem ser feitas até as 19h, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade e preencher o número do cartão de crédito.

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Morre em POA o jornalista Timóteo Lopes

TIMÓTEO LOPES (69), jornalista, natural do Alegrete, partiu hoje, numa Clínica no Menino de Deus. Desenganado pelos médicos com Câncer no cérebro. Muitas pequenas lesões. Sem chance de cirurgia ou quimio.

Para quem quiser e puder se despedir, o velório acontecerá na Capela 03, crematório metropolitano, Av. Oscar Pereira, 584, em Porto Alegre, a partir 07h da manhã desta segunda-feira. Cerimônia de despedida 11h.
Timóteo Lopes, era ouvinte da radio São Miguel nos anos 70.

Formado em jornalismo pela PUC. Começou a carreira como repórter do jornal Zero Hora, depois foi repórter da RBS TV em Porto Alegre.

Como repórter de televisão fez cobertura jornalística de várias Califórnias da Canção. E cobriu a histórica visita do presidente Figueiredo em Uruguaiana, quando o general prometeu de fazer deste país UMA DEMOCRACIA.

No Rio de Janeiro, onde morou por 35 anos, trabalhou no jornal do Brasil, jornal Estadão de SP, O Globo e Sportv.

Com colaboração de Gilberto Jasper

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