Em Campo
Ausência de José Ivo Sartori na 27ª Abertura do Arroz é entendida como um recado
Produtores comemoraram a recuperação da safra atual, queixaram-se da ausência de líderes da indústria e pediram mais apoio do governo
Nem governador, nem o ministro da Agricultura prestigiaram a tradicional solenidade que simboliza o corte dos primeiros cachos de arroz da nova safra orizícola gaúcha e brasileira. Perderam. Lá veriam um manancial organizado, que funciona de forma permanente e altiva, tendo como principal fim abastecer a nacionalidade com um dos seus alimentos mais essenciais. Perderam de ver também uma multidão que vive a partir desta atividade, plantando ou não. São muitos CNPJs de indústrias, comércios e serviços envolvidos. São profissionais que garantem o sustento dos seus a partir da produção de arroz. Gente que não se beneficia de programas sociais dos seus governos. Bolsas? Somente as usadas para levar as ferramentas que ajustam os equipamentos da lavoura. Sartori e Blairo perderam de ver o brilho nos olhos dos lavoureiros que ali foram, de conhecer mais eles e suas expectativas que se renovam à cada ano, às vésperas de serem remunerados pelos seus plantios. Era para ser diferente, mas nem o atual ministro, nem o governador, tampouco os seus antecessores criaram algo que garanta ao agricultor brasileiro um fechamento de contas que ao menos não fique no vermelho.
A ausência do ministro Blairo Maggi até se entende, afinal ele tem um país para atender, mas um governador não ir ao principal evento de uma atividade que gera R$ 300 milhões de impostos anuais ao seu estado, é no mínimo faltar com uma obrigação. Nos bastidores, era nítido o constrangimento dos homens do governo que trabalham com o agro. Sem sucesso, tentavam justificar a troca do compromisso de Cachoeirinha por um em Flores da Cunha, na Serra. A opção pelo “Mostra Flores”, um evento municipal, foi entendida como um recado, uma represália aos que vêm lhe criticando pela falta de uma atitude em relação ao Instituto Riograndense do Arroz, que vêm se definhando tecnicamente em razão da defasagem salarial dos seus profissionais. Insatisfeitos, migram para iniciativa privada, que paga melhor. Em 2016, o Irga perdeu cinco agrônomos pesquisadores, 30 técnicos e dezenas de extensionistas.
Perdeu o governador, no sábado, uma preciosa oportunidade de passar bons momentos em meio a protagonistas do “Rio Grande que dá certo”, como ele gosta de dizer.
Como se diz no interior, Sartori (e faça-se justiça: seus últimos antecessores também o fizeram) dá uma de leitão para mamar deitado com o Irga. Acontece que os salários do Irga, assim como sua manutenção, são pagos pelos próprios arrozeiros, através do recolhimento da CDO – Contribuição de Defesa da Orizicultura -, taxa criada por força de lei 1968 para fomentar a pesquisa. Para cada de saco de 50 quilos colhido,o Irga recebe 18,83 Ufirs, o equivalente hoje a R$ 0,60. Até ai funciona bem. O problema é que dos R$ 100 milhões produzidos pela CDO – escoados para o caixa único do Estado – retornam para o Irga apenas R$ 60 milhões. A isso costuma-se chamar de desvio – no mínimo de finalidade de recursos. Ou tem outro nome que tipifique a prática?
Teria José Ivo Sartori receio de ser cobrado de forma mais contundente em Cachoeirinha? Talvez fosse, mas achincalhado, como o é por outros grupos, jamais. O povo arrozeiro é de paz e consome mesmo suas energias fazendo força nas granjas. Nenhuma manifestação estava armada e não se viu nenhuma faixa de protesto. Perdeu o governador, no sábado, uma preciosa oportunidade de passar por bons momentos em meio a protagonistas do “Rio Grande que dá certo”, como ele gosta de dizer. Verdade que no seu discurso, ele também poderia pedir desculpas pelo que não está fazendo pelo setor. E mais: agradecer por tudo que ele significa.Mas não, o 38º governador gaúcho do período republicano preteriu o arroz, optando pelas flores na manhã de sábado. Talvez, pelo menos nos finais de semana, Sartori queira fantasiar um Estado surfando num mar de rosas.
E os orizicultores mandaram um recado ao sr. Governador do estado Ivo Sartóri : ” Vossa Excelência deve ou não ir onde bem entender. Mas façamos assim , apenas promova a devolução dos valores que são do Irga de direito e cada um segue o seu destino”.
Por Alex Soares/ Conexão Rural
Em Campo
Palestra sobre as perspectivas do clima abre a Semana Arrozeira
Palestra sobre as perspectivas do clima abre a Semana Arrozeira
A partir desta terça-feira o Agro do RS volta o olhar para Alegrete. A Semana Arrozeira de Alegrete se transforma na referência para debates imprescindíveis ao setor produtivo que só no município representa 25% de retorno do ICMS.
O trabalho é intenso nos estandes desde ontem. As empresas preparam a decoração enquanto o auditório recebe os detalhes finais.
Um palco novo, com 11 metros já está montado. Para a primeira noite, dia 30, o professor Luiz Carlos Molion, meteorologista da Universidade Federal de Alagoas, que já esteve no ano passado e encantou com sua palestra sobre o clima, abordará desta vez, sobre Perspectivas para o Clima para 2024 e tendências para os próximos 10 anos. Será moderador Gilberto Pilecco.
Na quarta-feira, dia 31, num primeiro momento, às 19h30min, a apresentação dos resultados do Projeto Agro verde oliva e entrega dos certificados aos participantes. Logo após, apresentação dos resultados do Núcleo de Assistência Técnica (NATE) IRGA nos anos 23/24 e a entrega do Selo Ambiental, a cargo de Ivo Mello, coordenador do 9º. NATE/IRGA Alegrete.
O segundo momento, às 20h30min, palestra com Marjorie Kauffmann e Marcelo Camardelli, respectivamente secretária e secretário adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura que vão abordar o tema “Avanços conseguidos nas políticas ambientais voltadas para o desenvolvimento do Agro”, tendo como moderadora Mônia Schluter.
Em Campo
Cientista polêmico é o plastrante de hoje à noite na Semana Arrozeira
Alegrete abre o período de programações sobre esta cultura no RS. Para um Estado que já produziu 1 milhão de hectares por safra, e que vê a queda acentuada de área, ano a ano, mas com aumento da produtividade, há o dilema anual da comercialização da safra e otimização do excedente.
Por isso mesmo, a pauta abrange desde a questão ambiental do planeta, passa pelo cenário da produção e comercialização, debaterá a segurança jurídica e encerra com o cenário político nacional.
Para uma lavoura que viu um aumento de 20% no custo dos da produção, devido aos fertilizantes que dobraram de preço, em um ano, tem agora, um produtor muito preocupado, não só com o custo, de diversas variáveis, o clima e o medo de saber o que pode acontecer contra o agro, por decisões governamentais e ratificações jurídicas contra quem produz no campo.
Política tributária, taxa de câmbio, mercado latino e americano, logística e consumo interno, são alguns dos componentes que entram na mesa quando o assunto é arroz.
Nesta terça-feira, no pavilhão de ovinos, adaptado para o evento, o professor Molion, um dos maiores especialistas mundiais neste tema, fará sua conferência.
É a segunda vez que ele participa como palestrante, e é um ícone deste segmento, sendo um crítico da tese globalista sobre o aquecimento global.
SAIBA MAIS QUEM É O PALESTRANTE
Palestrante principal desta terça-feira, na abertura….
Luiz Carlos Baldicero Molion
Possui graduação em Física pela Universidade de São Paulo (1969), PhD em Meteorologia, University of Wisconsin, Madison (1975), pós-doutorado em Hidrologia de Florestas, Institute of Hydrology, Wallingford, UK (1982) e foi fellow do Wissenschaftskolleg zu Berlin, Alemanha (1989-1990). Foi por muitos anos pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais diretor da área de ciências espaciais e atmosféricas em 1985 e diretor associado em 1986, ano em que co-coordenou um projeto de pesquisa sobre a Amazônia em parceria com cientistas da NASA. Foi diretor da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido em Manaus, professor palestrante convidado da Western Michigan University de 15 a 30 de janeiro de 2001,e delegado do Brasil na 15ª reunião da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial em 2010. É Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas.
A Associação dos Arrozeiros estará disponibilizando a transmissão em sua página no endereço abaixo..
wLhttps://www.facebook.com/arrozeirosde.alegrete?mibextid=ZbWKwL
Em Campo
SEMANA ARROZEIRA. Pesquisador faz palestra sobre evolução do plantio
O que faz a planta evoluir? Uma boa nutrição, com certeza. Este é o tema que será explorado nesta manhã pelo professor Ibanor Aghinoni, dentro da programação da Semana Arrozeira.
O manejo, que muda constantemente, o uso racional de adubo ( a partir de novas regras) faz com que o aprendizado das pesquisas cheguem até às lavouras.
Anualmente, pesquisadores como o Professor Ibanor testam e validam produtos e estratégias de fertilização de sistemas de produção.
É sobre estas novas tecnologias e o impacto na produtividade que tecnicos e produtores estarão dialogando. Não é por acaso.
No Congresso Sulbrasileiro de Arroz Irrigado, do ano passado, realizado em Santa Maria , estas recomendações foram revisadas com a coordenação do Professor Ibanor que liderou o processo até sua aprovação na plenária do Congresso.
QUEM É O PALESTRANTE
Ibanor é uma das maiores autoridades deste tema no país.
Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS (1969), mestrado em Ciência do Solo pela UFRGS (1972) e doutorado em Agronomia /Ciência do Solo – Purdue University (1979). Possui dois treinamentos de Pós-Doutorado: um na Purdue University, em 1986/87, e outro no Appalachian Soil and Water Conservation Laboratory/USDA, em 1993/94. Atualmente atua como Professor Titular no Departamento de Solos da UFRGS. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação, atuando principalmente no manejo da fertilidade do solo em sistemas de produção agrícola (plantio direto e integração lavoura pecuária), envolvendo as culturas de soja, milho e arroz irrigado e bovinos de corte.
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